Carta de São Paulo aos Romanos
por
Rubem Martins Amorese
Introdução
A mais importante porção dos escritos
apostólicos encontra-se, com toda a certeza, nas cartas do Apóstolo Paulo. As
cartas apostólicas, como um todo, constituem-se num importantíssimo segmento do
ensinamento neotestamentário, porque são um vasto celeiro de ensinamentos
teológicos, doutrinários e morais. Marcam o momento em que a igreja
sistematizou o conhecimento de Deus, até então expresso nos livros do Velho
Testamento, e desenvolveu, inclusive a partir da nova ótica trazida por Jesus
Cristo, uma nova compreensão da forma como deveria relacionar-se com o Pai.
Surge, nesse período, de forma mais clara e didática, a doutrina da Trindade,
os temas do amor de Deus, do chamado dos gentios, da salvação pela fé em Jesus
Cristo, da ressurreição dos mortos, da vida eterna e tantos outros.
As cartas de Paulo, por seu turno,
compreendem mais da metade de todo esse legado da igreja primitiva, e estão
entre os mais importantes documentos que nos têm chegado às mãos.
Na sua grande maioria, tratam-se de
escritos ocasionais, ou seja, nasceram da necessidade sentida pelo Apóstolo de
intervir em alguma situação eclesiástica, onde não poderia fazê-lo
pessoalmente. Ora, apresentava-se o caso de dirimir dúvidas doutrinárias, ora
apaziguavam-se litígios, ora recomendavam-se ações, providências e posturas a
discípulos, ou mesmo apresentava-se a compreensão que o Apóstolo tinha do plano
salvífico de Deus, como forma de apresentação pessoal, anteriormente a uma
visita.
Paulo não escrevia de seu próprio
punho, conforme era costume dos escritores antigos. Antes, ditava-as a um
amanuense de sua confiança. Ao final, apensava o Apóstolo, suas saudações
finais, de punho próprio.
Dentre as cartas de Paulo,
certamente, a Carta aos Romanos ocupa lugar de destaque. Alguém já a chamou de
“evangelho dentro do evangelho”, dado à forma linear, sistemática, profunda e
completa pela qual seu autor expõe sua compreensão do plano da salvação.
Autoria
A autoria de Paulo da carta aos
Romanos é universalmente aceita, não existindo contestação relevante, seja do
ponto de vista documental, seja da alta crítica. Não somente ela vem declarada
na sua costumeira saudação (cf. 1:1) como vem amparada por fatos históricos,
tais como sua pretensão de ir a Roma (1:15, 15:24) em caminho para a Espanha,
ou a referência à coleta feita em favor da igrejas empobrecidas de Jerusalém
(15: 26-33), como ainda por referências próprias características, tais como a
de ser apóstolo entre os gentios (cf. 15: 16; Ef 3:7,8; Cl 1:27; Gal 1:16).
Acresce-se, ainda a esses elementos, referências a pessoas de conhecimento
comum, tais como Febe, Priscila e Áquila e Timóteo, que se tornam elo
importante entre o escritor e os destinatários.
Data
Estima-se que este texto tenha sido
escrito no inverno de 57-58 d.C., estando Paulo em Corinto, na casa de seu
amigo Gaio, ao final de sua terceira viagem missionária aos territórios que
margeiam o Mar Egeu e às vésperas de partir para Jerusalém, levando a oferta
para os crentes pobres (15:22-27). O portador é uma senhora chamada Febe, de
Cencréia, subúrbio de Corinto, que estava de saída para Roma (16: 1-2). Como
não havia serviço postal particular no Império Romano da época, as cartas eram
enviadas por viajantes de confiança.
Destinatários
Entendendo que concluíra seu trabalho
evangelístico na região da Galácia, da Macedônia, da Acaia e da Ásia, com a
fundação e estabelecimento de muitas igrejas; e entregues essas a seus pastores
e líderes, Paulo planeja ampliar seu horizonte de evangelização. Queria campos
novos para evangelizar para Cristo. Não querendo “edificar sobre fundamento
alheio” (Rm 15:20), decidiu ir à Espanha, a mais antiga colônia romana do
Ocidente. Mas a ida à Espanha também lhe daria a oportunidade de realizar um
antigo sonho. Como cidadão romano, por direito de nascença (At. 22:28) ele
ainda não conhecia Roma. Seria, então unir o útil ao agradável, passar por
Roma, em seu caminho para a Espanha.
Seu objetivo era preparar os cristãos
de Roma para sua chegada. O núcleo dessa igreja formara-se, provavelmente, dos
romanos que haviam estado em Jerusalém no dia de Pentecostes (At. 2:10). Nesse
período de 28 anos a igreja cresceu, com cristãos provindos de vários lugares,
sendo alguns deles amigos e discípulos de Paulo. A carta serve, portanto, como
uma carta de apresentação, na qual o Apóstolo expõe, de forma sistemática sua
compreensão do evangelho de Cristo, do qual se chamava apóstolo. Ele não
chegará a Roma senão três anos depois de sua famosa carta.
Há boas razões para crer que esta
carta tenha sido enviada a outras igrejas, além de Roma. Uma delas está na
forma como termina o capítulo 15, fazendo crer que havia uma versão onde não
constava o capítulo 16, pelo fato de este referir-se a pessoas conhecidas e
tratar de assuntos bem particulares.
A Mensagem
O texto desta surpreendente epístola
nos apresenta, de forma progressiva, a compreensão que seu autor tem da
expressão de Habacuque 2:4: “O justo viverá pela sua fé”. Apresentando de outra
forma esta expressão-chave, redigi-la-íamos, de forma livre, assim: “aquele que
pela fé é justificado, terá vida eterna”. A Bíblia na Linguagem de Hoje fornece
a seguinte tradução: “Viverá aquele que, por meio da fé, é aceito por Deus”.
A carta de Paulo aos Romanos, como um
todo, pode ser dividida nas duas partes: uma parte doutrinária (capítulos 1 a
11) e outra prática (capítulos 12 a 16). Dentro da parte doutrinária, Paulo
desenvolve de forma soberba seu tema introdutório, deixando para a parte
prática recomendações de santidade. Essa primeira parte, divide-a ele em dois
segmentos. O primeiro, trata da iniciativa de Deus em relação à redenção humana
(“aquele que pela fé é justificado)”, onde desenvolve os temas da justiça de
Deus em condenar o pecador, da indesculpabilidade humana, da justificação do
pecador e da aceitabilidade do homem diante de Deus, através da fé. O segundo
segmento, (“viverá”), fala da vida prometida aos justificados por Deus,
incluindo aí as expectativas de Deus quanto à resposta humana à sua iniciativa
de amor.
Para desenvolver sua primeira parte
do argumento, Paulo mostra que todos os homens precisam de salvação, porque,
judeus ou não-judeus, todos são pecadores diante de Deus. Nesse movimento de
raciocínio, o Apóstolo demonstra que tanto os homens depravados quanto os
moralistas ou mesmo os religiosos são culpados diante de Deus. Uns pecaram sem
conhecer a lei de Deus, e serão julgados de forma condizente; outros pecaram
contra a lei de Deus, e serão julgados mediante a mesma. Dessa forma, Paulo
conclui que “não há justo, nem sequer um” (3:10). Assim, se alguém tiver que
ser justificado diante de Deus, não o será por meio de obras, mas tão somente
pela sua graça, que é capaz de tornar justo o ímpio. Desta forma, Deus é
apresentado como justo e justificador daquele que crê em Jesus.
Segue-se, ainda na parte doutrinária,
uma exposição do poder de Deus em santificar o crente (capítulos 5 a 8) onde
apresenta os temas da paz com Deus, da união com Cristo, da libertação do
domínio da lei, da vida no Espírito e da vitória pelo Deus da graça.
Abre-se, então, um parêntesis no veio
principal da argumentação do autor, onde se apresentam temas difíceis,
relacionados à justiça de Deus na história humana (capítulos 9 a 11). Nesse
parêntesis Paulo trata, com exemplos da história de Israel, da questão da
soberania Divina, em contraposição à liberdade e responsabilidades humanas,
colocando frente-à-frente, sem resolvê-los, temas aparentemente contraditórios
e inconciliáveis como um Deus soberano que, todavia, responsabiliza o homem por
seu mau caminho. Deixa, contudo, uma luz final, dizendo que o propósito final
do Altíssimo é o de “usar de misericórdia para com todos” (11:32).
Segue-se a parte prática da carta
que, iniciando no capítulo 12, segue até ao final, com recomendações à
santidade e obediência na vida diária coletiva e individual. Nesta parte, após
uma introdução na qual apela por consagração integral do cristão (12:1, 2),
desenvolve recomendações de que o cristão se faça servo, seja no uso adequado
dos dons, seja no uso do amor que vence o mal (12:3-21); de que o cristão se
porte adequadamente como cidadão (13:1-14); de que o cristão manifeste sua
salvação junto à igreja, seja no manejo da liberdade, seja no uso do amor
altruísta (14:1-15:21).
Comentário
Capítulo 1
Exegese
1 Servo - Escravo. O termo tem
conotações chocantes para a cultura da época. Dizer-se servo de alguém, trazia
conotações muito fortes do contexto escravocrata em que viviam. Quer dizer que
Paulo está inteiramente à disposição de seu Senhor, para atendê-lo a qualquer
hora, em qualquer circunstância.
Apóstolo - Embora o termo se aplique àqueles que estiveram
pessoalmente com Jesus, Paulo se considerava apóstolo, por ter estado com ele
no caminho de Damasco (cf. At. 9) e ter ouvido diretamente dele muitos dos
ensinamentos que está apresentando (Gal 1:1 e Gal 1:16).
1-7 Esta longa saudação pode ser
resumida, em sua formalidade a: “Paulo, a todos os romanos: graça e paz.” No
entanto, o autor aproveita para desenvolver cada termo usado, no sentido de
apresentar-se como apóstolo, e apresentar aquele de quem se diz servo. Não
bastando sua auto-apresentação, desenvolve, também, a segunda parte da
saudação, falando sobre o chamado à santidade daqueles que recebem a graça do
Pai e a paz do Filho.
8-15 Neste intróito, o autor
apresenta seu anseio em estar com os irmãos de Roma. Manifesta humildade, ao
dizer que pretende trocar experiências e conforto espiritual recíproco.
16-17 A forma negativa “não me
envergonho” pode ser entendida como “tenho orgulho” do evangelho. Porque: (1) é
por onde o poder de Deus se revela para salvação de todo (judeu e grego,
portanto, todos nós) aquele que crê, e (2) revela o modo e o caminho concebido
por Deus (a fé) para tornar ímpios — judeu e grego, portanto, todos nós —
reconciliados com Deus (justos).
17 Justo, aqui, significa, na forma
forense de pensar do judeu, alguém que está quites perante um juiz hipotético.
Alguém cujas relações com Deus estão corretas.
Homilética
O Evangelho não Envergonha - Rm 1:16,17.
1. Porque é poder de Deus
1. Porque é poder de Deus
para salvação do judeu
para salvação do grego
para salvação de todos nós
para salvação do grego
para salvação de todos nós
2. Porque revela o modo concebido por
Deus para nos salvar
não é o nosso modo de nos salvar
não aceita outras modalidades inventadas pelos homens
não aceita outras modalidades inventadas pelos homens
3. Porque revela a justiça de Deus em
relação a nós, judeus e gregos
a justiça de Deus em nos condenar
a justiça de Deus em nos justificar mediante a fé
a justiça de Deus em nos justificar mediante a fé
O evangelho não envergonha porque revela
um Deus justo e justificador.
18 No verso 17, a justiça de Deus se
revela no evangelho. Aqui, a ira de Deus se revela do céu, ou seja, nos fatos
da experiência humana. Schiller dizia que “a história do mundo é o juízo do
mundo”.
19 - 31 A condenação dos homens
rebeldes a Deus fica patente quando, na sua arrogância, rechaçam todas as
oportunidades de conhecê-lo e reconhecê-lo como Deus, oportunidades essas
fornecidas por ele próprio, e preferem suas próprias iniciativas redentivas. A
conseqüência dessa atitude é que perdem o rumo e ficam ao sabor dos caprichos
de seus corações, que os conduzem a um estado de embrutecimento tal que passam
a adorar aves, quadrúpedes e répteis, entregando, inclusive, seus destinos nas
mãos de astros e objetos. Esse descaminho os leva à progressiva degradação
moral, de forma que eles já não têm uma mente capaz de perceber sua própria
corrupção.
21 Nem lhe deram graças. Um dos
sintomas do afastamento de Deus é a incapacidade de reconhecer nele a autoria
das bênçãos. Tornam-se esses arrogantes e autônomos. Seu coração se obscurece.
22 Distante de Deus, o homem tem a
tendência de se achar sábio, sem perceber sua loucura.
23 Da adoração do Deus eterno, passam
a servir a objetos, astros, e até mesmo a répteis, e não se dão conta do ridículo
dessa situação. Acham que isso é sabedoria.
24 Entregou. Afastou-se. Deixou que
os fatos sigam seu curso. C.S.Lewis [1] disse uma vez que “os perdidos gozam
para sempre da horrível liberdade que sempre pediram, e portanto estão
escravizados por si mesmos”.
Capítulo 2
Exegese
1-16 Paulo utiliza, aqui, o estilo de
diatribe, no qual responde a objeções de um interlocutor imaginario. Esse
interlocutor, que bem poderia ser o moralista Sêneca, estóico, tutor de Nero,
que diria: — eu também desaprovo esse tipo de pessoa que você acaba de
descrever! Você não deve achar que todos os homens são assim. Nesse momento o
autor vai demonstrar que mesmo os homens mais éticos estabelecem regras e
normas que não podem cumprir. Com essa argumentação, derruba a possível
alegação de que Deus teria expectativas exageradas e impossíveis de ser
correspondidas.
Indesculpável. Ao condenar (ou mesmo aprovar) um ato ou atitude
de outra pessoa, criamos, inevitavelmente, um padrão, um referencial. Se não
formos capazes de coerência com esses padrões, condenamo-nos a nós mesmos pelos
padrões que criamos. Por isso, o homem seria indesculpável diante de Deus (e de
si mesmo), mesmo que nunca tivesse lido sequer um verso bíblico.
4 Não há escapatória do justo juízo
de Deus, senão lançando mão de sua bondade e misericórdia, mediante humilde
contrição e arrependimento.
5-11 Dureza de coração. Paulo usa uma
linguagem duríssima contra os soberbos e orgulhosos, porque sabe que são
atitudes de difícil trato. Na verdade, a soberba não tem perdão porque jamais o
pede. Talvez por isso Jesus tenha iniciado seu sermão do monte dizendo que o
Reino dos Céus pertence aos humildes de espírito. Talvez por isso Jesus tenha
condenado o fariseu de Lucas 18: 9-14.
12 O termo “lei”, aqui, refere-se,
certamente, à lei de Moisés. Paulo está dizendo que os homens serão julgados de
acordo com a luz que tiveram, ou seja, Deus que conhece os corações e as
consciências há de julgar os homens pela forma como reagiram às situações
morais, considerando as condições de que dispunham.
13-16 Estabelecido o princípio, o
autor passa a aplicá-lo, demonstrando que Deus julgará a cada um a partir da
“lei” que cumpriram ou transgrediram. Vale lembrar que o argumento central de
Paulo é que, conquanto Deus julgue os homens por critérios diferentes — o que o
faz justo diante do judeu e tambem do gentio —, todos eles terminam
“indesculpáveis” (cf. 2:1), por absoluta incapacidade de cumprir qualquer tipo
de lei, seja a de Moisés, seja a de suas consciências.
17-29 Sobrenome judeu. A
responsabilidade aumenta para aquele que conhece a vontade de Deus, as
Escrituras, e se tem como mestre, porque Deus sonda os corações, e sabe quando
há falsidade.
28, 29 Judeu. O termo pode
muito bem ser traduzido como “cristão”. Circuncisão da carne, no caso, seria
traduzido como obediência exterior à Palavra de Deus.
29 Circuncisão do coração. Em
contraposição à soberba apontada no verso 4, o autor propõe um coração humilde
e contrito, dócil ao Espírito de Deus. Davi demonstra compreender isso bem, ao
dizer: “coração compungido e contrito não o desprezarás, ó Deus”. (Sl. 51: 17)
Homilética
A Justiça de Deus (Rm. 1 e 2)
1. Revela-se na condenação do pecador
que não é capaz de reconhecê-lo como
Deus (v. 1: 21)
que não lhe dá graças (v. 1: 21)
que prefere adorar ao réptil (v. 1:23)
que não lhe dá graças (v. 1: 21)
que prefere adorar ao réptil (v. 1:23)
2. Revela-se na condenação do
moralista
que condena os que erram (v 2: 1)
que estabelece padrões que não pode cumprir (2:3)
que por soberba, rejeita a graça de Deus (v. 2: 5)
que estabelece padrões que não pode cumprir (2:3)
que por soberba, rejeita a graça de Deus (v. 2: 5)
3. Revela-se na condenação do
religioso
que tem orgulho da lei mas não a
cumpre (v. 2: 13)
4. Revela-se na salvação daquele que
se arrepende (v. 2:4; 3:24)
tornando justo o ímpio (v. 4: 5)
Capítulo 3
Exegese
1-8 Paulo trabalha com a figura de um
interlocutor imaginário, que lhe faz perguntas e objeções, para as quais ele
apresenta suas respostas. Isso torna seu texto mais didático naqueles aspectos
em que a igreja de Roma, composta por um grande contingente de judeus, poderia
ficar confusa em relação á doutrina que e expõe.
5-8 Não é incomum este tipo de
argumentação absurda, mesmo hoje em dia: se eu coopero com Deus, por que sou
condenado? Cada um faz sua parte: eu cuido da parte do pecado; e Deus, da parte
do perdão. Eu peco e Deus perdoa. Somos uma sociedade perfeita. Então, porque
ele vai querer me condenar?
8 Aqui aparece o motivo desse
parênteses na argumentação de Paulo: ele ouvira o boato de que ele estaria
afirmando exatamente o argumento acima: façamos o mal, para que o perdão de
Deus apareça em todo o seu esplendor. Esse cinismo será julgado por Deus,
conclui o Apóstolo.
9 O fato de ser judeu não traz
nenhuma vantagem, do ponto de vista da justiça de Deus, porque estes pecaram,
da mesma forma que os gentios.
19, 20 Poderia haver a tendência de
se imaginar que as citações dos versos 10 a 18 se referissem apenas aos ímpios.
Por isso, o autor esclarece que, como as citações são retiradas das escrituras
judaicas, aplicam-se, com maior razão ao se público original. O que está
escrito na lei, aplica-se ao povo da lei.
20 Ninguém será considerado justo por
Deus, a partir de méritos pessoais. Nada que façamos, a não ser a aceitação da
graça de Deus, pode nos comprar a absolvição de Deus (Gal 2:16)
21 Repare que Paulo está dizendo que
a forma pela qual Deus exerce sua justiça não é uma novidade; já era conhecida
dos antigos (“pela lei e pelos profetas”).
22 Justiça de Deus. A
expressão aparece, aqui, como o mecanismo pelo qual Deus torna o pecador justo:
“pela fé em Jesus Cristo”.
23-26 Este é o clímax da argumentação
que Paulo vem desenvolvendo desde o capítulo primeiro: Deus é justo ao condenar
o pecado, seja de quem for, e é justo, no sentido de justificar o pecador,
através da redenção que há em seu Filho. A justiça de Deus aparece, então, com
dois significados: a qualidade moral de ser justo e o processo por ele
concebido de tornar justo o ímpio.
27-31 Paulo conclui seu argumento com
um fecho forte para os seus patrícios judeus: a lei da fé (27) produz um efeito
igualador entre todos os homens. Todos estão igualados como pedacores e
devedores diante de Deus (v. 20, 23); não há espaço para o orgulho (jactância,
no 27); não há espaço para discriminações raciais, ou de qualquer outra
natureza (29, 30); e isso tudo não anula a lei conhecida pelos judeus; ao
contrário, confirma-a.
Capítulo 4
Exegese
1-5 No verso 21 do capítulo 3, Paulo
afirma que o processo de salvação, concebido por Deus, independentemente da
lei, já era conhecida no Velho Testamento (lei e profetas). Para demonstrar
esse argumento, ele escolhe alguém que, se pudesse ser justificado por obras, o
seria, com toda certeza: Abraão. Ora, diz o Autor, se Abraão foi justificado
por alguma coisa boa que tenha feito, isso deve ser motivo de orgulho para ele,
porque sua justificação seria uma espécie de pagamento a que teria direito. Mas
não é — conclui Paulo — porque a Escritura diz que Abraão foi justificado pela
fé, e não pelas obras.
6-8 Precisamos de mais um exemplo de
que a justificação sempre foi obtida pela fé? Então escolhamos outro que teria todas
as condições de obtê-la por obras: Davi, que foi considerado um homem “segundo
o coração de Deus” Paulo, então, demonstra que Davi também confiava na graça de
Deus para sua justificação.
9-12 Paulo volta a Abraão para
demonstrar que não há ligação entre a circuncisão (sinal da lei) e a
justificação. Faz isto, lembrando que o Patriarca foi justificado pela fé,
muito antes de ter recebido o sinal da circuncisão. Na verdade, aquele rito foi
conseqüência, selo da fé, e não causa (cf. 11).
13 Justiça da fé. Refere-se ao
processo justificador daquele que não confia nas suas próprias capacidades, mas
sim naquele que torna justo ao ímpio (v. 5).
22 Imputado. Pode ser
entendido como a figura de um depósito em conta. Isso lhe foi creditado como
condição justificadora. Quer dizer que essa fé foi levada em conta (v. 25) por
Deus .
25 Por causa...justificação.
Encerra-se, aqui, o argumento contido na primeira parte do tema apresentado em
1:17: “aquele que pela fé é justo...viverá”. Esse argumento visou demonstrar a justiça
de Deus, também como um processo por ele proposto para a justificação do
pecador: Por um lado, sua justiça condena o pecado; por outro, ela se derrama
em graça e torna justo o pecador, mediante a fé em Jesus Cristo.
Homilética
A Justificação pela Fé
A Justificação pela Fé
1. Não há obras que nos tornem quites
de Deus (3: 20)
2. Não há nacionalidade que nos tornem quites de Deus (3:29)
3. Não há rito que nos tornem quites de Deus (4:10)
4. Não há herança espiritual que nos tornem quites de Deus (4:14)
5. Perdão: há uma obra, há uma nacionalidade, há um rito, há uma herança: a que provém da fé (4: 11,12)
2. Não há nacionalidade que nos tornem quites de Deus (3:29)
3. Não há rito que nos tornem quites de Deus (4:10)
4. Não há herança espiritual que nos tornem quites de Deus (4:14)
5. Perdão: há uma obra, há uma nacionalidade, há um rito, há uma herança: a que provém da fé (4: 11,12)
Capítulo 5
Exegese
1 Justificados. Inicia-se, agora, a
segunda parte do tema da justificação: “viverá”. O Apóstolo vai descrever as
implicações da justificação, ou seja, como é a vida prometida aos justificados
pela fé.
Paz com Deus. Essa é a primeira e principal conseqüência da
salvação obtida por intermédio de Jesus.
2 Esperança. Uma segunda
conseqüência da justificação é a esperança. Sem ela, o homem se embrutece e se perde
na escuridão de suas dores e problemas.
Da glória. Refere-se à esperança de recuperarmos, um dia, a
glória perdida com a queda.
3 Gloriemos, ou gloriamos.
Exultamos (“Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se
necessário, sejais contristados por várias provações... cf. 1Pe 1:6-8)
3-5 Note que esses versículos falam
de uma capacidade de exultar (gloriar-se) no sofrimento (tribulação), a partir
da compreensão de que este, quando recebido piedosamente, produz resultados
positivos: resistência (perseverança), experiência (um espírito forjado) e, de
novo, esperança, sendo que esta esperança, assim adquirida, não haverá de nos
decepcionar.
5 A esperança não confunde.
Essa expressão é repetida em Rm 9:33 e 10:11, e tem o sentido de não produzir
decepção, ou vergonha, por causa da fidelidade de Deus. Quando a esperança é
infundida nos corações pelo Espírito de Deus, e se manifesta em amor, não
haverá decepção.
8 Seu próprio amor. A
capacidade de se dar por alguém revela um amor que tem a marca da divindade. No
entanto, essa marca do Criador é plena e completa em Cristo, e se tornou
visível e patente quando ele se deu por inimigos (cf. 10 e Col 1: 21s.)
9 Salvos da ira. Paulo procura
transcender a idéia legalista da justificação. Não se trata — afirmaria ele —
apenas de ser considerado quites de Deus; trata-se de tornar-se seu amigo, seu
filho. Trata-se de passar a ver Deus como alguém com quem se pode desenvolver
uma relação afetiva e íntima.
11 Reconciliação. Esta é a
palavra chave de todo esse processo. A expressão muito mais, que aparece
profusa e propositalmente em todo este capítulo, aqui, tem sua função: é muito
mais que perdão, é muito mais que justificação, é muito mais que
salvação: é reconciliação com Deus (V. 2Co 5:18-21).
12-15 Portanto...todavia. O
autor inicia, agora um longo e lindo argumento no qual estabelece duas
solidariedades, valendo-se da expressão que já começara a usar: “muito mais”.
No primeiro lado da comparação, estebelece ele uma solidariedade com o primeiro
Adão; no segundo lado, a solidariedade com o segundo Adão: Jesus. A expressão
“muito mais” é usada para demonstrar a superioridade da segunda solidariedade.
Na primeira, fomos feitos ofensa a Deus (v. 15); na segunda, justificação (16).
16 Repare que neste momento da
comparação, a condenação vem de somente uma ofensa, a de Adão; mas a graça
provém de muitas ofensas, ofensas essas dirigidas ao segundo Adão: Jesus
Cristo. Ao invés de propor a compensação ao pecado de Adão com obediência de
Cristo (v. 19), prefere mostrar que houve expiação, ou seja, toda a ofensa do
primeiro Adão foi jogada de volta sobre o segundo.
20 Avultasse a ofensa. A lei
funciona, aqui, como um revelador do pecado. Quando ela diz: “não faça isto”, o
ato de fazê-lo se torna muito mais visível. No entanto, a visibilidade do
pecado traz consigo a visibilidade da graça (superabundou).
Homilética
Muito Mais em Cristo (Rm 5)
1. Se no primeiro Adão recebemos
condenação
No segundo, temos muito mais -
salvação (v. 9)
2. Se no primeiro Adão recebemos
inimizade,
No segundo, temos muito mais -
reconciliação (v. 10)
3. Se no primeiro Adão recebemos
ofensa,
No segundo, temos muito mais - graça
4. Se no primeiro Adão recebemos a
morte
No segundo, temos muito mais - vida
(v. 17)
Capítulo 6
Exegese
Se o capítulo 5 aceita o título
genérico de “paz com Deus”, o capítulo 6 fala de “união com Cristo”, que pode
dividir-se em dois subtemas: aquele que trata de nossa ressurreição com
Cristo (1-14) e o de nossa escravatura de Deus (15-23).
1 Retoma-se, aqui, o argumento
cínico, já tratado pelo autor, no capítulo 3: 1-8. Ou seja, se um pecado mais
grave produz uma graça maior (abundante), “colaboremos” com Deus, fazendo a
nossa parte: pecando.
2-10 Este texto traz a idéia de uma
solidariedade (cf. cap. 5) e uma identificação tais que a união com Cristo na
sua morte, faz com que se aplique à nossa vida, pela fé, o aconteceu com ele.
Temos, então, uma solidariedade dupla: Cristo se identificando conosco, para
receber nosso castigo; e nós, pela fé, nos identificando com ele, para sofrer
sua morte e receber sua ressurreição.
11 Considerai-vos. Embora
nossa morte com Cristo seja descrita como um fato consumado, mediante a nossa
fé, há a necessidade de que nos apropriemos dessa verdade, a cada dia. O
primeiro segmento da argumentação deste capítulo (v. 1-10) descreve algo;
o segundo (v. 11-14) prescreve uma resposta.
14 Domínio. Note que domínio é
diferente de influência. Somos atingidos e influenciados pelo pecado, mas não
somos mais seus escravos como antigamente (v. 6).
16-23 Escravos. Paulo usa
expressões radicais para dizer que ninguém é absolutamente autônomo, ninguém
vive sem um senhor. A questão é saber escolher aquele a quem servir. Nestes
versos o autor aponta os resultados dessa escolha. Se somos servos do pecado, o
resultado é a morte; se escolhemos servir a Deus (v. 22) o resultado é a vida
eterna.
Homilética
Os Dois Senhores
1. Há dois senhores sobre nossa vida
(16)
1.1. Não podemos servir aos dois
1.2. Não podemos deixar de servir a um deles
1.2. Não podemos deixar de servir a um deles
2. Um, é senhor natural, porque vem
escondido na nossa natureza (16)
3. Outro, é senhor opcional, porque nos oferecemos como servos a ele (16, 19)
4. O primeiro nos faz colher tristezas e vergonhas e finalmente a morte (21)
5. O segundo nos oferece um dom gratuito: a vida eterna (23)
3. Outro, é senhor opcional, porque nos oferecemos como servos a ele (16, 19)
4. O primeiro nos faz colher tristezas e vergonhas e finalmente a morte (21)
5. O segundo nos oferece um dom gratuito: a vida eterna (23)
Capítulo 7
Exegese
O capítulo 7 todo trata do tema da
libertação do domínio da Lei. O argumento principal é que aquele que morreu
para a lei já não precisa servi-la como escravo.
1-6 Paulo trabalha neste segmento com
uma analogia, extraída do casamento. Ele diz que o casal está ligado um ao
outro pelos laços do casamento. No entanto, se um dos dois morre, essa
obrigação desaparece. Ora, a nossa morte, juntamente com Cristo, nos liberta da
servidão à lei da carne e do pecado, para servirmos a outro senhor, a saber, a
Deus.
9 Sem lei eu vivia. Paulo está
falando no sentido figurado, como uma pessoa que tenha vivido antes de Moisés.
Se fôssemos tomar a afirmação ao pé da letra, teríamos que aceitar também a
expressão “e eu morri”. Seu argumento é que não havendo a lei (cf. 5: 13), o
pecado não aparece, porque a transgressão não é visível. Mas quando surgiu o
mandamento, então minha condição de pecador se revelou com clareza.
12-13 A lei é santa. O
argumento é que, conquanto tenha a capacidade de me condenar, a lei é boa,
porque revela o pecado que há em nós. Sem ela, nosso pecado permaneceria
oculto.
15-24 Não faço o que prefiro.
O Apóstolo está falando como quem está debaixo do domínio do pecado. Ele mesmo
já nos advertiu, no entanto, de que não devemos permitir que o pecado reine
sobre nós: “não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal” (cf. 6:12).
Mais ainda: ele diz que o pecado já não tem qualquer domínio sobre nós (cf. 6:
14). É muito importante entender este aspecto, pois muitos usam dessa desculpa
para seu pecado: “se o próprio Apóstolo Paulo dizia que não tinha controle
sobre o pecado, quem sou eu para fazer melhor?”: Mas o Apóstolo, nos capítulos
6 e 7 está dizendo coisa diferente. Diz que fomos completamente libertos do
pecado (cf. 6:18). Na verdade, ele está descrevendo o conflito que resta entre
a antiga natureza, que ainda tem algum poder sobre nossa vida, e a nova,
trazida por Cristo. Essa antiga natureza produz rebelião e toda sorte de atos
ofensivos a Deus. Contudo, ela nos envergonha e entristece, porque já não a
reconhecemos como parte de nós (v. 20). A santificação consiste, portanto, em
mortificar aqueles feitos do corpo (v. 8:13).
25 Graças... por Jesus Cristo.
Este é o fecho de todo o argumento. Não fosse pelo pagamento pleno da Cruz, eu
estaria ainda debaixo da lei que me condena. Mas essa lei já não pode me cobrar
a dívida do pecado, porque o resgate foi todo quitado (cf. 8:1).
Capítulo 8
Exegese
O capítulo 8 todo trata do tema da
vida no Espírito. Esse Espírito nos liberta do domínio do pecado , nos dá vida,
por meio da sua habitação em nós, testifica em nossos corações nossa filiação
do Pai, garante nossa herança com Deus e assiste-nos em nossas fraquezas.
1 Nenhuma condenação.
Coerentemente com o tema do capítulo anterior (aqui trazido com o termo pois),
o crente, mesmo que ainda lute contra a carne, que ainda não foi abolida de
todo, já não pode ser condenado, pois está em Cristo.
2-3 A lei tinha a propriedade de
mostrar o pecado, mas não era capaz de nos livrar dele. Já a lei do Espírito,
nos conduz para longe do pecado que no íntimo detestamos.
5-8 Agora, pela graça do Espírito de
Deus, podemos escolher pender para um lado ou para outro, livremente. Se nos
inclinamos para a carne, fazemo-nos inimigos de Deus. Se pendemos para o
Espírito, apagamos as influências da carne.
9 Estar na carne. Aqueles que
se inclinam para a carne, uma vez libertos dela, desprezam o espírito do
próprio Cristo, razão porque não podem ser considerados seus. Agora já não se
trata do efeito da carne sobre nossas vidas, como no capítulo 7, mas de uma
posição minha. Ou eu caminho na direção do Espírito, ou abro mão dele e me
torno inimigo de Deus. Não há meio-termo.
14 Filhos. O Espírito que em
nós habita nos faz filhos de Deus.
16 Esse próprio Espírito, junto com
nosso espírito, nos assegura que somos filhos de Deus. Isso porque percebemos
interiormente uma grande harmonia entre o que desejamos ser e a própria
natureza santa de Deus. No nosso espírito já não há conflito, como antigamente.
São vontades que se harmonizam.
23 Paulo volta ao tema da tarefa
inacabada. Ainda gememos, por vivermos sujeitos à imperfeição. Aguardamos a
glorificação de nosso corpo. Alguém disse que a glorificação é a santificação consumada,
e a santificação é a glorificação incompleta.
26 Enquanto não se consuma nossa
glorificação, o mesmo Espírito de Deus nos assiste, ajudando-nos a superar as
barreiras que encontramos pelo caminho. Isso nos indica que a luta ainda não
terminou em nossa vida. Precisamos, portanto, de ajuda.
29-30 O alvo de todo o processo de
santificação daqueles que se lançaram na vida do Espírito, através de Cristo, é
a própria imagem de Jesus. Nosso padrão de perfeição está, aqui, apresentado:
Jesus. Então, ele será o irmão mais velho.
30 Segue-se um resumo de todo o
argumento, pela ordem que Paulo quer dar aos fatos e processos: a predestinação
para seremos como Jesus, o chamado, a justificação, e a glorificação, que está
no tempo pretérito profético, porque é visto do ponto de vista da eternidade.
36-37 Fomos considerados. Vale
a pena atentar para o fato de que somos tão mais super-vencedores quanto mais
ovelhas de matadouro nos tornarmos. Essa é a imagem de nosso Senhor (cf. Is.
53:7). É uma questão de ponto de vista. Aqueles que nos julgam pelos padrões
deste mundo, nos vêem como ovelhas. Mas Deus nos vê como super-campeões.
Capítulo 9
Exegese
Caps 9-11 Os capítulos 9 -11
normalmente parecem dispensáveis na argumentação desta carta. De fato, ao
chegar ao ponto de demonstrar a plenitude de vida por Deus preparada no
Espírito para aqueles que são de Cristo, restariam as considerações práticas
que se iniciam no capítulo 12: “rogo-vos, pois, irmãos...”. No entanto, mesmo
para o Apóstolo dos gentios, o destino de Israel não pode ser desprezado.
Então, Paulo começa a desenvolver um argumento que chega às raias do paradoxo:
por um lado, um Deus soberano, que faz e desfaz como lhe apraz, sem que ninguém
lhe possa opor resistência; por outro, a responsabilidade de Israel, que
rejeitou a promessa do Messias. Esta seção toda pode ser chamada de “a justiça
de Deus na história”.
9:3 Anátema. Maldito. Essa
expressão, paralela àquela de Moisés, quando do episódio do bezerro de ouro
(cf. Ex 32:32), revela o tipo de amor com que o Apóstolo ama seu povo.
4 Glória. Refere-se à shekiná,
a glória de Deus que enchia o templo e o tabernáculo. Alianças.
Provavelmente refere-se à aliança entre Deus e seu povo, como acontecido no
Sinai (Êx 34:8).
6-10 O autor apresenta a idéia de que
não há filiação formal ou institucional a Deus. Nem todos os descendentes de
Abraão são filhos de Deus. Ele usa aqui a figura de Isaque como o verdadeiro
filho da promessa, considerando-o um tipo de Cristo. Chama-nos a atenção de que
a verdadeira filiação provém da fé e não do pertencimento a alguma linhagem
racial ou mesmo eclesiástica.
13 Esta profecia refere-se à
descendência desses dois personagens. De fato, os edomitas foram sujeitos a
Israel por longos períodos (cf. 2Sm 8:14; 1Rs 22:47).
15 Esta é uma citação de Êxodo 33:19,
onde Deus responde ao pedido de Moisés que lhe seja permitido ver sua glória,
depois da intercessão pelos israelitas. Ela quer dizer, basicamente, que a
misericórdia de Deus não depende de nada externo à sua própria vontade. Ele é
absolutamente livre, uma vez que o homem se colocou devedor diante dele. Diante
do pecado do homem, seu perdão e compaixão são manifestações de pura graça, e
jamais poderão ser cobrados.
18 Pode parecer forte ao leitor esta
afirmação, pelo fato de conhecer um Deus que se manifesta em amor dadivoso. No
entanto, no âmbito de uma argumentação filosófica, Paulo demonstra que não
haverá sequer injustiça, se Deus usar de misericórdia para com uns e retiver
seu perdão para com outros. Ele não poderá ser arguído de injustiça, porque seu
perdão não é dívida mas graça, que ele distribui a quem lhe apraz. E graça não
pode ser cobrada, sequer sob o título de isonomia.
19-29 Nesta seção, o autor retorna ao
seu estilo de diatribe, ou seja, de diálogo com um interlocutor
imaginário. A argumentação principal é que a criatura não pode discutir com o
Criador sobre suas decisões. Se em algum momento usou de misericórdia e
paciência (v. 22, 23), isso é decisão exclusiva e soberana de sua parte. O
segmento termina, no entanto com o reconhecimento de que, apesar de não poder
ser obrigado a isso, ainda assim Deus tem usado de misericórdia.
30-33 Ao encerrar este difícil
argumento, o Apóstolo indica um possível propósito e uma possível razão de
haver Deus rejeitado a Israel e recebido os gentios: aqueles buscaram a lei, e
por ela foram condenados, porque se apoiaram apenas em obras; estes, que não
buscavam a justificação, acabaram por alcançá-la, porque creram no Messias.
Esse messias acaba por se tornar na pedra de tropeço para uns e salvação para
outros.
Homilética
A Pedra de Tropeço - (Rm 9: 30-33)
1. Para os que buscavam a lei, foi
escândalo (32)
2. Para os que buscavam luz, foi salvação (30)
3. Para os que não tinham obras, foi graça (33)
4. Para os que nelas confiaram, foi confusão (33)
5. A esperança não confunde (Rm 5:5)
porque é calcada em amor.
2. Para os que buscavam luz, foi salvação (30)
3. Para os que não tinham obras, foi graça (33)
4. Para os que nelas confiaram, foi confusão (33)
5. A esperança não confunde (Rm 5:5)
porque é calcada em amor.
Capítulo 10
Exegese
1-15 Neste segmento, Paulo retoma um
dos principais temas de sua epístola: a idéia de que a justiça de Deus
compreende um modo particular pelo qual ele pretende justificar o pecador (v 1:
16,17). Não está aberta ao pecador a escolha de um modo particular de chegar a
Deus. Ao contrário, ele mesmo credenciou seu filho, para ser o salvador. Embora
Paulo reconheça ao zelo dos judeus, lamenta que eles tenham rejeitado a justiça
de Deus e estabelecido sua própria, o que implica desprezo pela cruz, pela
justiça que se realizou em Cristo (v. 4).
4 Fim. Não há alternativa para
a justiça realizada em Cristo, porque ele é a plenitude inclusive da lei. A
palavra, aqui, tem um sentido duplo: pode querer dizer o alvo, no
sentido de que a lei se consumou em Cristo, e pode querer dizer a consumação,
no sentido de que ela foi plenificada e cabalmente cumprida, pelo menos uma
vez, em Cristo. Em qualquer dos sentidos, hão há espaço para uma justiça
decorrente da lei, mas apenas da fé (v. 5-8)
9 Se...confessares. O critério
do coração que confessa e no íntimo aceita o senhorio de Jesus já aparece em 1
Co 12:3. Porque ninguém pode fazer essa confissão senão movido pelo Espírito
Santo de Deus (cf. Fp. 2:11).
10 Justiça. Mais uma vez o
tema da justiça de Deus é evocado: a justificação pela fé, que se dá no
coração. Paulo está repisando o tema, visto que Israel confiava em suas obras
para se tornar justo diante de Deus.
14,15 Aqui o autor parece se lembrar
de sua missão, bem como de outros santos apóstolos, enviados a pregar a
boa-nova, e se permite um momento de reflexão sobre a importância daqueles que
anunciam o evangelho.
16-21 Lamenta-se o autor, pelo fato de
constatar que o evangelho foi pregado entre seus irmãos judeus. Mais que isso,
foi ouvido por eles, mas eles não creram na pregação. Faz referência,
inclusive, ao fato de que essa rejeição tenha aberto oportunidade aos gentios.
Homilética
Os Quatro Comos do Evangelho (Rm 10:14,15)
1. Como se propaga o evangelho?
• pelo envio de obreiros
• pelo envio de obreiros
2. Como é recebido o evangelho?
• pela pregação dos enviados
• pela pregação dos enviados
3. Como surge a fé no evangelho?
• pela fé no que foi ouvido
• pela fé no que foi ouvido
4. Como o Senhor passa a ser
invocado?
• pela fé naquele sobre quem ouviram
• pela fé naquele sobre quem ouviram
Capítulo 11
Exegese
Cap.11 Neste capítulo, o autor
completa seu raciocínio sobre a justiça de Deus na história, iniciada no
capítulo 9. Aqui, ele vai discorrer sobre o propósito de Deus, para Israel e
para a humanidade.
2 Não rejeitou o seu povo.
Essa expressão é uma forma de adaptação que Paulo faz do Salmo 94:14, tendo
também em vista 1 Sm 12:22. Ele aplica aqui seu conceito de predestinação, já
apresentado em 8:29-30, que se introduz com a expressão “de antemão conheceu”.
4,5 Remanescente. Ao utilizar
o fato histórico do remanescente que não dobrou os joelhos a Baal, o autor
apresenta sua convicção de que nem todos os judeus foram desclassificados, mas
que hoje em dia há um remanescente fiel. Esses são aqueles que foram eleitos
pela graça, independentemente das obras da lei (v. 6).
7 Endurecidos. Este verbo, no
grego, tem o sentido de cegar, significando tornar insensível.
8 Paulo está citando Isaías 29:10: “O
Senhor derramou sobre vós espírito de profundo sono, e fechou os vossos
olhos...”, e Deuteronômio 29:4: “O Senhor não vos deu coração para entender,
nem olhos para ver, nem ouvidos para ouvir, até o dia de hoje”.
11 Pela sua
transgressão...salvação aos gentios. Paulo repete a interpretação que dá ao
cântico de Moisés, em Dt 32:21, já mencionado em 10:19: “A zelos me provocaram
com aquilo que não é Deus; com seus ídolos me provocaram à ira; portanto, eu os
provocarei a zelos com aquele que não é povo; com louca nação os despertarei à
ira.”
21-24 Bondade e severidade. Uma palavra
de alerta àqueles que poderiam se ensoberbecer diante do fato de o Senhor haver
cortado alguns ramos da oliveira. Se Deus foi severo com os que caíram, por
outro lado foi bom para conosco. Mas cuidado, porque Deus agirá do mesmo modo
para conosco, se também não formos fiéis.
25-32 Paulo apresenta, nesta seção o
mistério da redenção de Israel. Houve o endurecimento, a insensibilização de
Israel, até que Deus tenha completado seu trabalho junto aos gentios. Quando
isso estiver pronto, então Deus se voltará novamente para Israel. Se seu
tropeção parcial (v. 25) foi predito profeticamente, também o foi a sua
restauração (Is. 59:20s e Jr 31:33). A nova aliança não se completará enquanto
não abranger o povo da velha aliança. Por enquanto, ela está fora, para benefício
dos gentios, mas Israel é alvo eterno das alianças de Deus, que não dependem da
fidelidade daquele povo, mas das promessas de Deus, feitas aos patriarcas (v.
28,29).
32 Este é o fecho do argumento todo.
A justiça de Deus se apresenta a partir do momento em que todos são
nivelados na condição de devedores; sem condições, portanto de exigir ou
reivindicar qualquer direito, igualdade ou benefício diante de Deus. Cada um,
de per si, há de compreender que se Deus usar de sua justiça, condená-lo-á sem apelação.
No entanto, o Apóstolo diz que Deus nos conduziu a esta condição para usar de
misericórdia para com todos. Veja que não é para com todos sem exceção, mas sim
sem distinção. Não haverá discriminação, com certeza, mas essa misericórdia não
alcançará os soberbos que insistirem em se manter incrédulos, como ocorreu com
o povo da antiga aliança.
33-36 Esta doxologia arremata todo o
argumento dos capítulos 1 a 11. Olhando para tudo o que disse, o Apóstolo
constata que jamais poderia ter inventado tal plano, de tão excelente
sabedoria. Então, ele exulta diante da revelação ali exposta.
34 Eco de Isaías 40:13: “Quem guiou o
Espírito do Senhor? ou, como seu conselheiro, o ensinou?”
35 Eco de Jó 41:11: “Quem primeiro me
deu a mim, para que eu haja de retribuir-lhe?”
Capítulo 12
Exegese
Caps.12-15 É uma característica do
estilo paulino, dividir suas cartas mais teológicas em uma parte dogmática e em
outra prática, na qual faz as aplicações. Em Romanos, essa divisão se dá no
capítulo 12, onde, concluída a argumentação que expõe a iniciativa redentiva de
Deus, ele agora vai apresentar sua concepção de resposta do homem à graça de
Deus. Dentro da proposta inicial, extraída de Habacuque (cf. comentário de
1:17) “aquele que pela fé e justo, viverá”, o autor agora vai descrever a
segunda parte: “viverá”, ou seja, a vida daquele que foi justificado pela fé.
As exortações éticas dessa seção têm uma correlação muito próximas com o Sermão
da Montanha, dando a entender que aqueles ensinamentos, embora ainda não
escritos, estavam presentes em esboços e ensinos orais nas igrejas.
1 Apresenteis. É a mesma
palavra utilizada em 6: 13 e 19, então traduzidas por “oferecer”. Paulo pede
uma ação razoável (lógica), de quem se oferece de coração. Sacrifício vivo.
Não se trata mais de sacrifício de animais, mas de uma nova e superior forma de
oferta: a oferta da própria vida, em adoração (cf. Heb 13:15s e 1Pe 2:5), a
exemplo da oferta de Cristo, que encerra e consuma a figura incompleta do
cordeiro pascal. A exortação é que o que antes se resumia numa formalidade
ritual, agora se transforme em um ato íntimo de profunda contrição.
2 Este século. Esta palavra
aparece também em 1Co 1:20, 2:6, 3:18; 2Co 4:4 e Gl 1:4, e significa este
mundo, no sentido de sistema de valores e idéias. Devemos viver neste mundo,
mas na verdade não podemos assumir a sua forma (não vos conformeis), naquilo
que é incompatível com o Reino de Deus. Sem vigília e oração (Mt 14:38), o
crente naturalmente absorverá a mentalidade deste século, sem que se aperceba
disso.
5 Um só corpo. Este é um dos
temas prediletos do Apóstolo. Ele entendeu que o mistério que estivera oculto
aos antigos é esse corpo formado no Espírito de Deus, a sua igreja (cf. 1Co
12:27; Ef 3: 5s, 4:15,16). Na verdade o tema é a base para a compreensão do
mistério da igreja, em seu sentido mais profundo e amplo.
Homilética
Sacrifício Vivo (Rm 12:1,2)
1. O sacrifício de si mesmo é
superior ao de outrem (vossos corpos)
2. Apresentar os próprios corpos é resposta de amor à manifestação de amor (diante das misericórdias de Deus)
3. É sacrifício que gera vida e não morte (vivo, santo e agradável)
4. É atividade constante de inconformismo com o pecado (não vos conformeis)
5. É busca perene de transformação na direção da santidade de Deus (mas transformai-vos — metamorphoo)
6. É uma ação de mortificação da carne para vivificação do espírito - É sacrifício vivo.
2. Apresentar os próprios corpos é resposta de amor à manifestação de amor (diante das misericórdias de Deus)
3. É sacrifício que gera vida e não morte (vivo, santo e agradável)
4. É atividade constante de inconformismo com o pecado (não vos conformeis)
5. É busca perene de transformação na direção da santidade de Deus (mas transformai-vos — metamorphoo)
6. É uma ação de mortificação da carne para vivificação do espírito - É sacrifício vivo.
Capítulo 13
Exegese
1 Na geração que se seguiu à morte de
Cristo, o império romano produziu uma espécie de confusão entre o Cristianismo
e o Judaísmo, o que, a princípio, conferiu a àquele uma situação muito boa,
chamada de religio licita (cf. At 18:12, ss). As experiências do próprio
Paulo, em relação às autoridades, num primeiro momento, foram boas. Quando os
judeus o acusaram diante de Gálio, o novo procônsul da Acaia, dizendo que ele
estava pregando uma religião ilegal, Gálio entendeu que era uma querela interna
ao próprio judaísmo, e não deu muita atenção, precedente esse que Paulo usou mais
tarde para proteger seu serviço apostólico (At 28:30 ss). Nesse contexto, o
autor expressa o princípio básico das relações do crente com o Estado, que é
submissão às autoridades, por que são instituídas por Deus. O governo humano,
portanto, é estabelecido por ordenança divina e os cristãos, acima de todos,
devem obedecer às leis, pagar impostos e respeitar as autoridades. A questão
que surge quando essa autoridade se torna injusta ou contrária à consciência
cristã não é tratada aqui.
2 Condenação. É importante
notar que condenação, aqui, significa punição do estado, e não de Deus,
como se pode ser induzido a crer pela primeira parte do verso (cf. 1Pe 2:13, 14
e 4:14,15). O sentido nos permite compreender que a resistência à autoridade
civil não agrada a Deus, mas o termo condenação não está sendo aplicado como
sanção para aquele caso.
3,4 Não se está cogitando de uma
autoridade que exorbita às suas conpetências, mas aquela que pune o mal e
incentiva o bem.
7 O que lhes é devido. Esta
expressão coloca todo o argumento no eixo apropriado. Serve como um paralelo
para: “a César o que é de César” (Mc 12:17). Não se requer imposto a quem
merece honra, nem adoração a quem merece tributo. Há limites apropriados à
sujeição do cristão (At. 5:29; Mc 12: 17).
8-10 Devendo. Não se trata,
aqui, de condenar qualquer tipo de empréstimo, mas, ao contrário de que se
devem saldar os débitos, inclusive por temor a Deus. Aquele que toma emprestado
sem a intenção de devolver peca de má consciência. Aquele que relaxa nesse
dever, por imaginar que o que emprestou não tem necessidade, comete grave falha
ética. Mas há uma dívida positiva, que jamais devemos considerar saldada: o
amor com o qual devemos nos amar. Devemos sempre buscar saldá-la, mas nunca
considerá-la quite.
11-14 Esta admoestação, que aponta
para a segunda vinda como a consumação de todo o plano redentivo de Deus para
nossas vidas, tem seu paralelo em Efésios 4, onde o Apóstolo nos convida a
andarmos de modo digno da revelação obtida. Nesse sentido, este trecho conclui
os argumentos dos capítulos 12 e 13, exortando-nos a prepararmo-nos para a nova
vida no Espírito, para o dia pleno que começa a raiar.
Capítulo 14
Exegese
Caps 14,15 Se dentro da seção
“viverá” (cf comentário a 1:17), ou seja, da nova vida reservada ao justificado
pela fé, o capítulo 12 pode ser resumido sob o título de “o servo cristão”; o
13 de “o cidadão cristão”, este segmento que vai até ao cap. 15: 13, pode ser
intitulado de “o irmão cristão”, porque se dedica às relações entre os irmãos
na igreja.
1-4 Dentro do princípio da liberdade
que todos adquirimos em Cristo, devemos evitar as discussões que não edificam.
Ao contrário, o autor nos recomenda que acolhamos os fracos para comunhão.
5-9 Nas diferenças de opinião entre
os irmãos pode residir um enfraquecimento de nossas convicções pessoais. Paulo
nos recomenda, portanto, quando estiverem esgotados os recursos do bom-senso,
que vivamos com convicção perante o Senhor, porque haveremos de dar contas do
nosso íntimo, e não das opiniões dos irmãos.
10-13 O princípio da liberdade, aqui
nos lembra que haveremos de prestar contas por nós mesmos diante de Deus.
Diante disso, o julgamento do irmão, a comparação, seja para superioridade,
seja para inferioridade, tudo se relativiza quando nos colocamos sós diante do
Pai.
13-18 Toma o propósito. O
princípio da liberdade não pode atuar sozinho. Paulo complementa-o com o
princípio do amor. Quando a nossa liberdade diante de Deus escandaliza e
entristece nosso irmão, já não estamos na alegria do Espírito Santo (v. 17)
19-23 Dentro do princípio do amor,
recomenda-nos o autor que edifiquemos uns aos outros com confiança diante de
Deus. Esse princípio é a chave para a nossa liberdade. Quando nossa liberdade
já não edifica os irmãos, então já a estamos exorbitando, ainda que em nosso
íntimo nos julguemos livres por Jesus Cristo, para fazer o que é julgado
indevido por outrem.
23 Dúvidas. Diante das
diferenças de opinião sobre comportamentos, doutrinas e tantos outros assuntos,
uma chave nos é oferecida pelo Apóstolo: nada pode ser mais pernicioso do que
aquilo que se faz sem a devoção de quem quer agradar a Deus (sem fé). É bem
verdade que essa devoção não é o bastante; mal-instruída, ela pode nos levar
por caminhos inimagináveis. Mas sem ela, o que quer que façamos não será culto,
não será louvor, não será agradável a Deus (cf Heb 11:6).
Capítulo 15
Exegese
1-13 Sabendo que o tipo de
recomendações que vem desenvolvendo no capítulo 14 pode tornar-se difícil de
absorver e cumprir, Paulo dedica mais algumas linhas a uma exemplificação que
tem como padrão o Senhor Jesus.
1 Nós que somos fortes. Não
está importando, aqui, se você realmente é forte. Paulo sabe que quem despreza
os irmãos, paradoxalmente, são aqueles que se acham fortes e maduros. Assim, o
verso se aplica a todos os que se julgam certos em relação a alguma
divergência. É como se o autor estivesse dizendo: “você que se julga com a
razão é quem tem o dever de ser condescendente com o seu irmão mais fraco”.
7 A glória de Deus. O critério
final que arbitrará as relações entre os irmãos, e que resolverá todas as
questões (ainda que racionalmente nem sempre possam ser satisfatoriamente
resolvidas) é a busca incessante, humilde e devota da glória de Deus. Este é o
alvo. Esta é a razão pela qual devo, se preciso me humilhar, a exemplo de
Cristo. Nisto, de resto, consiste a verdadeira guerra espiritual que devo
travar, na minha vida e nas regiões celestiais.
13 Esperança. A ligação desta
passagem com 5:1-5 é evidente. O sacrifício vivo (cf 12:1,2 e comentários),
quando confirmado pelo Espírito de Deus produz em nossa alma uma confirmação de
nossa identidade de filhos, e nos enche de esperança num futuro prometido.
Falando aos Efésios Paulo coloca esse tema assim: “para saberdes qual é a
esperança do seu chamamento, qual é a riqueza da glória do seu chamamento nos
santos” (Ef 1:18).
Homilética
O Irmão Cristão (Rm 14:1-15:23)
1. Vive o princípio da liberdade
(14:2)
• Mas acolhe os fracos para comunhão
(14:1-4)
• Mas vive com convicção perante o Senhor (14:5-9)
• Mas presta contas de si mesmo a Deus (14:10-13a)
• Mas vive com convicção perante o Senhor (14:5-9)
• Mas presta contas de si mesmo a Deus (14:10-13a)
2. Vive o princípio do amor
(14:13b-23)
• Portanto toma o propósito de não
pôr tropeço (14:13b-18)
• Portanto busca sempre a edificação (14:19-23)
• Portanto busca sempre a edificação (14:19-23)
3. Segue o exemplo de doação e
serviço de Cristo (15:1-6)
4. Tudo para a glória de Deus (15:7-13)
4. Tudo para a glória de Deus (15:7-13)
14-33 Esta seção é o epílogo da epístola. Paulo está escrevendo aos cristãos de Roma por alguns motivos básicos. Primeiro, para relembrá-los das doutrinas básicas do evangelho (15); depois, para relatar o grande desenvolvimento da igreja no setor leste do império, em grande parte, devido ao seu ministério (19); também, para preparar o caminho para uma visita, quando de sua ida à Espanha (23s) e finalmente para informar sobre sua passagem por Jerusalém, levando as ofertas da Macedônia e Acaia (25s).
23 Não tendo já campo. Quer dizer que
o Apóstolo já considerava comprida sua missão na região, com a implantação de
inúmeras igrejas, que agora poderiam continuar com a tarefa evangelizadora. Seu
ímpeto maior sempre foi o de desbravador, de levar o evangelho a regiões nunca
antes evangelizadas, razão porque deseja ir para o extremo ocidental do
império: a Espanha.
33 Esta bênção dá a idéia de que a
epístola se encerra aqui. De fato, acredita-se que circularam, pelo seu
interesse e profundo teor teológico, diversas cópias desta carta, omitindo-se c
capítulo 16, de pouco interessa para as demais igrejas, uma vez que se dedica a
menções e saudações pessoais. Alguns acreditam, inclusive, que circularam
exemplares que terminavam em 14:23, acrescentada a doxologia que está em
16:25-27.
Capítulo 16
Exegese
1,2 Terminada a carta, foi ela
entregue a uma senhora chamada Febe, que, estando de partida para Roma, faria
com que ela chegasse ao seu destino. Também serviria para recomendar sua
portadora aos irmãos cristãos daquela cidade (v. 2), abrindo-lhe as portas a
alguns confortos que a igreja lhe poderia oferecer em seus objetivos. Febe era
diaconisa da igreja de Cencréia, um dos dois portos de Corinto.
5 Igreja. Reunia-se, no
princípio nos lares mais espaçosos de irmãos. Priscila, da classe nobre romana,
e Áquila, um judeu do Ponto, tinham uma igreja reunindo-se na sua casa em Roma,
como antes haviam tido em Éfeso (1Co 16:19), e talvez em Corinto (At 18:26).
6 Maria. Uma das seis marias
que aparecem no Novo Testamento. Pouco se sabe a seu respeito. Provavelmente se
ligara à igreja nos tempos de Priscila e Áquila.
7 Andrônico e Júnias. Não se
sabe se o segundo nome é masculino ou feminino. A expressão “meus parentes” não
precisa significar mais que cristãos judeus. Foram companheiros de Paulo em uma
das prisões que sofreu. Provavelmente eram cristãos bem conhecidos, sendo não
somente do relacionamento dos apóstolos, como considerados apóstolos, num
sentido mais amplo, eles mesmos.
8 Amplíato. Amplias, a
forma mais abreviada. Nome comum nas inscrições romanas do período, e é
encontrado repetidamente como nome de membros da casa imperial. Cristãos
pertencentes a este ramo da família estão sepultados em um dos mais antigos
cemitérios cristãos de Roma, o Cemitério de Domitila, iniciado no final
do século primeiro.
9 Urbano. Urbanus,
pertencente à urbs, ou cidade. Nome comum em Roma. Estáquis. Significa
espiga, e não é comum.
10 Apeles. Nome comum entre os
judeus de Roma.
11 Herodião. Paulo o conhecia
pessoalmente. “Meu parente” pode significar simplesmente o fato do autor
sabê-lo judeu e cristão.
12 Trifena e Trifosa.
Provavelmente irmãs gêmeas, pelo fato de terem nomes derivados da mesma raiz, fato
comum naqueles dias. Pérside quer dizer mulher da Pérsia. Nada mais se
pode dizer a respeito.
13 Rufo. Significa vermelho,
ou ruivo, palavra comum na Roma da época. Acredita-se que seja filho de
Simão Cirineu, o lavrador que carregou a cruz de Jesus (Mc 15:21).
14 Hermas. Abreviação de Hermágoras,
Hermógenes ou Hermódoro. Uma geração mais tarde seria o nome de um
cristão de Roma que escreveu O Pastor. Pétrobas. Abreviação de Patróbio,
nome de um rico oficial liberto de Nero. Acredita-se que seja essa pessoa. Hemes,
como nome do deus da boa sorte, era um nome comum entre os escravos.
15 Filólogo e Júlia. Talvez
marido e mulher (ou, menos provavelmente, irmãos). Nereu. Nome associado pela
tradição cristã a Flávia Domitila, dama cristã da casa imperial banida para a
ilha de Pandetéria, longe da costa da Campânia, por seu tio Domiciano, em 95
a.D, solta depois da morte deste no ano seguinte. Seu nome foi imortalizado no
famoso cemitério de Roma (cf. nota do v 8). Olimpas, abreviatura de Olimpiodoro.
16 Ósculo santo. O “beijo da
paz”, que até hoje desempenha um papel na liturgia da Igreja Oriental. Ver ICo
16:20; 2Co 13:12; 1Ts 5:26 e 1Pe 5:14.
Homilética
Toda Glória a Deus (Rm 16: 25-27)
1. Porque seu poder nos confirma (25)
2. Porque nos proveu o evangelho da salvação (25)
3. Pela fé que nos conduz à obediência a esse evangelho (26)
4. Pela mediação de Cristo em todo o processo da salvação (27)
2. Porque nos proveu o evangelho da salvação (25)
3. Pela fé que nos conduz à obediência a esse evangelho (26)
4. Pela mediação de Cristo em todo o processo da salvação (27)
Veredas da Justiça: Sermões que Edificam
TEXTO: TIAGO 1.26-27
“[26] Se alguém supõe ser
religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a
sua religião é vã. [27] A religião pura e sem mácula, para com o
nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e
a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo”.
INTRODUÇÃO
O site Wikipédia depende a religião como “um conjunto de sistemas
culturais e de crenças, além de visões de mundo, que estabelece os símbolos que
relacionam a humanidade com a espiritualidade e seus
próprios valores morais que dão sentido à vida ou explicam
a sua origem e do universo. As religiões tendem a
derivar a moralidade, a ética, as leis religiosas ou um estilo de vida preferido
de suas ideias sobre o cosmos e a natureza humana”.
O trecho lido das Escrituras fala sobre o que seria a verdadeira
religião na prática, tomando cuidado com o que diz (v.26ª), cuidando de maneira
amorosa das pessoas necessitadas (v.27a) e se afastando das práticas que o
mundo oferece (v.27b), porém, tudo isto só teria valor se forem feitas “ para o
nosso Deus e Pai” (v.27). A religião seria uma ponte entre o material e o
imaterial, entre o homem e o sobrenatural. Os cristãos entendem que Jesus é
esta ponte entre o homem e Deus, assim sendo Ele a verdadeira religião. Mas,
porque, de onde e como surgiu a religião? Vamos buscar estudar alguns aspectos sobre
a religião baseados no tema Abaixo.
TEMA: A RELIGIOSIDADE UMA CARACTERÍSTICA ESSENCIAL DO SER HUMANO
1. A
RELIGIÃO É UM FENOMENO UNIVERSAL. At 28.1-6
[1] Uma
vez em terra, verificamos que a ilha se chamava Malta. [2] Os bárbaros
trataram-nos com singular humanidade, porque, acendendo uma fogueira,
acolheram-nos a todos por causa da chuva que caía e por causa do frio. [3]
Tendo Paulo ajuntado e atirado à fogueira um feixe de gravetos, uma víbora,
fugindo do calor, prendeu-se-lhe à mão. [4] Quando os bárbaros viram a
víbora pendente da mão dele, disseram uns aos outros: Certamente, este homem é
assassino, porque, salvo do mar, a Justiça não o deixa viver. [5] Porém
ele, sacudindo o réptil no fogo, não sofreu mal nenhum; [6] mas eles
esperavam que ele viesse a inchar ou a cair morto de repente. Mas, depois de
muito esperar, vendo que nenhum mal lhe sucedia, mudando de parecer, diziam ser
ele um deus.
O homem tem sido descrito com um ser totalmente religioso, ou seja, a
religião é universal. Os missionários testemunharam alguma forma de
religiosidade entre todos os povos da terra. A religião toca as fontes
mais profundas do ser humano, controla os pensamentos, agita as emoções, guia
as ações. A religião é importante na vida da humanidade, segundo o ateu
Freud a religião é uma das formas de controla os instintos destrutivos do ser
humano, Hume, cético diz que deve-se tomar cuidado com as pessoas vazias de
religião, pois estão próximas dos brutos.
A Escritura traz a afirmação do salmista dizendo: “A minha alma tem sede
de Deus do Deus vivo” (Sl 42.1-2), porque o homem tem esta sede de Deus, porque
o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26-27), como tal ele foi
criado como um ser moral, social e espiritual, com o afastamento do homem de
Deus, ele passou a buscar o caminho de volta para Deus. O teólogo
Agostinho disse que o homem possui um vazio do tamanho de Deus e só Deus pode
preencher este vazio. Ele também disse que o homem foi criado por Deus para
viver com Deus, ele andará em vários lugares em busca de paz, mas só achará
esta paz quando estiver em Deus. Isto abrange todos os homens, pois
todos os homens criados por Deus para viver com Ele (Gn 2.16-17), mas
infelizmente herdaram o pecado de Adão e sua religiosidade é falha por causa
disto, mas todos os homens são religiosos, até os que dizem não crê em nada.
2. A
RELIGIÃO E SUA NATUREZA ESSENCIAL. Êx 20.1-6
“[1]
Então, falou Deus todas estas palavras: [2] Eu sou o SENHOR, teu Deus,
que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. [3] Não terás outros
deuses diante de mim. [4] Não farás para ti imagem de escultura, nem
semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas
águas debaixo da terra. [5] Não as adorarás, nem lhes darás culto;
porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais
nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem [6] e
faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus
mandamentos”.
O que é religião? As pessoas procuram uma resposta para esta questão, estudando os fenômenos religiosos mundiais, mas este não é o método a ser seguido. Somente a Bíblia pode dizer qual a concepção correta de religião, e ela apresenta algumas questões importantes para nossa vida expostas a partir deste momento.
2.1 A
religião está interessada na relação do homem com Deus, sendo Deus quem
determina as normas desta relação.
A confissão de Fé de Westminster trata sobre a esta relação de culto
religioso, na qual ela diz que
[...] o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele
mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não deve ser adorado
segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem sob
qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas
Santas Escrituras (CFW, XXI, I)
Segundo a CFW traz acima, Deus mesmo institui a maneira de ser cultuado,
não cabendo ao homem criar maneiras de cultuar a Deus, mediante os desejos do
seu coração, o pensamento de Louis Berkhof concorda com os teólogos de
Westminster, dizendo que
É prerrogativa de Deus especificar como o homem se relaciona com Ele,
fazendo isto na sua Palavra Divina, sendo a Palavra religião do latim
“religare” que significa reler, repetir, observar cuidadosamente, religar
(BERKHOF, 1992, p.20).
Como a iniciativa de se relacionar com o homem foi do próprio Deus,
então Ele também coloca as regras desta adoração na Escritura, os puritanos do
século XVII diziam que a Bíblia era o princípio regulador do culto, por isto
eles retiraram dos cultos tudo que não houvesse na Escritura como: Oração aos
santos, pelos mortos; danças, confissão auricular, etc. eles instituíram o
culto com: Leitura da Bíblia, Oração, Cânticos, Oferta, Sacramentos e Pregação.
Devido a isto que nas igrejas de linha históricas não temos testemunhos de
milagres, sal grosso, rosa ungida, água santa ou qualquer novidade do mercado
da fé gospel. Vamos examinar agora como a religião é descrita no Velho
Testamento.
2.2 A
religião no VT é descrita como o temor ao Senhor.
O que é o temor ao Senhor? Segundo Louis Berkhof, o temor ao Senhor ao
Senhor não seria semelhante ao medo, ele pode ser descrito como
O sentimento de reverência para com Deus [...] receio de desobedecer ou
do castigo pela desobediência. Como tal representou a resposta do israelita
piedoso à revelação da Lei do Velho Testamento (Berkhof, 1992, p.20)
Para o escritor Pb. André Sanches temer a Deus não é ter medo Dele, mas
reverenciá-lo, adorá-lo, viver em santidade, sendo fiel a Ele, vivendo
sabiamente, aborrecendo o mal, para o autor, não há discípulos sem temor,
vejamos um trecho das palavras do referido escritor:
Muito entendem de forma errada a expressão “temor
do Senhor” ou “temor a Deus”. Alguns dizem que seria ter medo de Deus. Apesar
de um dos significados mais fortes da palavra temor ser “medo”, temer a Deus
não é ter medo Dele, pois o medo nos faria fugir Dele e não aproximar-se Dele.
Veja o que o apóstolo João diz a respeito do medo: “No amor não
existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz
tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.” (1Jo 4. 18). Ou
seja, o temor a Deus citado na Bíblia não pode significar um medo de Deus que
nos faça fugir Dele e nos traga tormento. Antes, é algo que nos aproxima ainda
mais de Deus. Temer a Deus é respeitá-Lo como sendo quem é; é reverenciá-Lo e
obedecê-Lo baseado em toda a revelação de Sua santidade, justiça, grandeza,
misericórdia, benignidade, vontade, amor e outros milhares de atributos
revelados a nós. Temer a Deus é adorá-Lo como o único Deus. “Não
terás outros deuses diante de mim.” (Ex 20. 3). Temer a Deus é tomarmos
atitudes de santidade e pureza. “Tendo, pois, ó amados, tais
promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito,
aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus.” (2Co 7. 1). Temer a
Deus é ser fiel a Ele em qualquer situação, cultivando um coração santo. “Deu-lhes
ordem, dizendo: Assim, andai no temor do SENHOR, com fidelidade e inteireza de
coração.” (2Cr 19. 9). Temer a Deus é o início de uma vida de
sabedoria. E a sabedoria é praticar a vontade de Deus. “O temor do
SENHOR é o princípio da sabedoria; revelam prudência todos os que o praticam. O
seu louvor permanece para sempre.” (Sl 111. 10). Temer a Deus é
aborrecer o mal. “O temor do SENHOR consiste em aborrecer o mal; a
soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca perversa, eu os aborreço.” (Pv 8.
13). Assim, o temor de Deus é como o oxigênio para a vida do discípulo.
Sem temor a Deus não existe o discípulo (SANCHES, André, O que é temer a Deus?
Extraído de: < https://www.esbocandoideias.com/2012/05/o-que-significa-temer-a-deus-temor-ao-senhor-temor-de-deus.html>)
O temor a que a religiosidade do VT nos convida não é um medo de um Deus
carrasco, mas uma aproximação de um Deus amoroso e pessoal que convida seu povo
a uma vida de intimidade com Ele (Sl 25.14). Mas. Como é que a religião é
descrita no NT? Isto será visto nas próximas linhas.
2.3 A
religião no NT é descrita como o evangelho e a resposta do homem a esta só pode
ser pela fé.
A verdade é que a palavra fé descreve a atitude religiosa do homem, é o
instrumento que Deus coloca no homem para que ele responda ao chamado
(voccatis) do evangelho (Ef 2.8). Segundo Agostinho de Hipona, esta fé colocada
por Deus no homem faz o homem hábil para receber o evangelho. Este termo fé é
traduzido como “confiança”, refere-se a uma confiança de uma criança por seu
pai, tornando-se uma fonte de amor e serviço cristão. A verdade é que tanto no
VT como no NT a religião é sempre uma relação do homem com Deus. Ser religioso
é buscar o contato com o transcendente, com um ser superior, que nós chamamos
de Deus. Ser religioso é ter fé, confiar em algo, para o cristão é ser fiel a
Cristo, confiar Nele. A palavra confiança é palavra-chave no Novo Testamento,
pois o evangelho só é aceito pela fé (confiança) verdadeira, coisa esta que o
homem natural não entenderá, afinal para ele é loucura (I Co 2.14).
2.4 A
religião em toda a Escritura é descrita como aquela posição que o homem está em
relação a Deus.
Mais uma vez o teólogo Louis Berkhof trata sobre a religião e o ser
humano, diz que a religião apresenta os devidos lugares de Deus e do homem, o
homem como um ser limitado e Deus como um Ser Supremo, mas esta relação longe
de ser uma relação de escravidão, é uma relação de alegria e liberdade,
consciente e voluntária, sendo tudo manifesto em atos de culto, somente sendo
aceito o que a Palavra de Deus prescreve, vejamos um trecho da obra a seguir:
A religião torna o homem consciente da majestade absoluta e do poder
infinito de Deus, e da sua própria e da sua própria insignificância e absoluta
insuficiência [...]. A relação do homem com Deus na religião é consciente e
voluntária, e, em vez de escravizá-lo, leva-o ao gozo da mais elevada
liberdade. A religião pode ser definida como uma relação espiritual com Deus,
consciente e voluntária, que se expressa na vida como um todo e particularmente
em certos atos de culto. Deus é quem determina a adoração, o culto e o serviço
que lhe são aceitáveis. Toda expressão de culto contrária à Palavra é
absolutamente proibida (BERKHOF, 1992, p.21).
Para João Calvino a religião é uma prova da existência de Deus, pois os
homens possuem certa noção de divindade, mesmo os que praticam a idolatria vêem
no ídolo também uma entidade superior, além de apresentar a idéia de busca a
Deus, própria do homem que é ser espiritual, tamém aponta a relação
sobrenatural que a religião proporciona.
3. A
RELIGIÃO E SUA SEDE. Dt 6.4-6
“[4] Ouve,
Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. [5] Amarás, pois, o
SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua
força. [6] Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração”.
As opiniões divergem com relação à sede da religião na alma humana.
Alguns não a colocam como central, mas apenas como uma das faculdades da alma,
vejamos alguns pontos importantes sobre este assunto
3.1 Teorias
parciais sobre a sede da religião.
Para alguns a sede da religião está no intelecto [...] outros a localiza
nos sentimentos. Outros ainda dizem que a sede da religião está na vontade.
Estas opiniões falham por não fazer justiça ao lugar central e fundamental da
religião na vida humana. São contrarias à Escritura e à psicologia moderna,
partindo da suposição que uma faculdade da alma pode agir independente da
outra. O homem todo funciona em religião.
3.2 A
opinião da Escritura (Bíblia) sobre a sede da religião.
A única opinião correta e escrituristica é que a sede da religião é no
coração, também na imagem de Deus que está nele, o que torna a relação do homem
com Deus central e total. Desde que a sede da religião é o coração. Por esta
causa que o homem deve amar a Deus de todo o coração, como bem disse Louis
Berkhof quando expõe que
Desde que a religião tem a sua sede no coração, abrange o homem inteiro
com todos os seus pensamentos, sentimentos e volições. É o coração que o homem
deve dar ao Senhor (Ez 36.25-27). Na religião o coração controla o intelecto,
sentimentos e vontades (Mt 15.18-19) [...]. Esta é a única teoria que faz
justiça à religião, e lhe reconhece a importância suprema na vida do homem
(BERKHOF, 1992, P.23)
Assim sendo, o coração é quem comanda todas as ações, por isto que é a
sede da religião de onde vem a adoração. A seguir será tratado sobre a origem
da religião
4. A
RELIGIÃO E SUA ORIGEM. Is 57.15
“Porque
assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de
Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido
de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos
contritos”.
Alguns influenciados pela teoria da evolução partem da suposição que o
homem partiu do ser sem religião para o religioso, mas, os que procuram a
solução deste problema à luz da revelação de Deus chegam, entretanto, chegam a
uma conclusão inteiramente diferente. Descobrem que o homem foi criado como um
ser religioso, a seguir veremos algumas questões sobre a questão da religião.
4.1 Teorias
naturalísticas sobre a origem da religião.
Alguns consideram a religião como a proposta da astúcia dos sacerdotes
ou da artimanha dos governantes, que manipularam a credulidade e o medo das
massas ignorantes. A fim de obter e manter o domínio sobre elas. Outros que o
culto fetichista e de objetos inanimados é a semente da qual se desenvolveram
as diversas formas de religião. Há um pensamento muito popular que os homens
por medo dos fenômenos naturais, criaram a idéia de um ser superior. Ou seja,
todos estes pensamentos citados aqui querem dizer que o homem era originalmente
um ser não religioso. Mas, será que é desta forma que as coisas são de fato?
Vamos examinar este assunto segundo as Escrituras, a partir das próximas linhas.
4.2 A
posição das Escrituras a respeito da origem da religião.
A revelação especial de Deus, na Escritura, pode nos iluminar quanto à
origem da religião. Se quisermos explicar a sua origem, devemos partir da
suposição de que Deus existe, pois religião sem Deus é inadmissível.
Mas, um detalhe que não se pode esquecer é que o homem não pode, por si
mesmo, descobrir a Deus e conhecê-lo, por isso é necessário que Deus se revele
a si mesmo.
É verdade que Deus revelou a si mesmo e sua revelação (Bíblia) determinou
o custo e o serviço que lhe agrada (Deus estabeleceu com Adão o que os
estudiosos chamam pacto de obras, neste Deus fez a promessa de Vida Eterna,
exigiu a obediência e tinha como castigo para esta a morte).
Mas esta revelação não teria sido suficiente ao estabelecimento se Deus
não agisse no homem o capacitando para entender e corresponder à revelação (At
16.14-15).
A religião (relação do homem com Deus não é imposição de fora, Deus o
criou para ter contato com o ELE, assim Deus conversava com Adão (Gn 3.8-10) e
continua conversando conosco pela sua Palavra (Jo 5.39; Jo 17.17).
É somente sobre a influencia da revelação especial de Deus e da
iluminação do Espírito Santo que o pecador pode, prestar culto a Deus de modo
que o agrade (Rm 8.26-27). Mas, como se falou até agora, religião, seria uma
ligação do homem com Deus, quem é que pode de fato nos religar A Deus? Isto é o
assunto do próximo item.
5. A
RELIGIÃO VERDADEIRA É JESUS. Hb 1.1-14
[1] Havendo Deus, outrora,
falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, [2] nestes
últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as
coisas, pelo qual também fez o universo. [3] Ele, que é o
resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as
coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos
pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, [4] tendo-se
tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles. [5] Pois
a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei? E outra vez:
Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho? [6] E, novamente, ao
introduzir o Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem. [7] Ainda,
quanto aos anjos, diz: Aquele que a seus anjos faz ventos, e a seus ministros,
labareda de fogo; [8] mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é
para todo o sempre; e: Cetro de eqüidade é o cetro do seu reino. [9] Amaste
a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com o
óleo de alegria como a nenhum dos teus companheiros. [10] Ainda: No
princípio, Senhor, lançaste os fundamentos da terra, e os céus são obra das
tuas mãos; [11] eles perecerão; tu, porém, permaneces; sim, todos
eles envelhecerão qual veste; [12] também, qual manto, os
enrolarás, e, como vestes, serão igualmente mudados; tu, porém, és o mesmo, e
os teus anos jamais terão fim. [13] Ora, a qual dos anjos jamais
disse: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por
estrado dos teus pés? [14] Não são todos eles espíritos
ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?
Qual é a
religião verdadeira? Está é uma das perguntas mais freqüente na história da
humanidade. Eu gostaria de mencionar algo que na Bíblia está muito claro. Ao
invés de perguntarmos “qual?” deveríamos perguntar “quem?”. Quem é a verdadeira
religião? A palavra religião quer dizer religar, religar-nos a Deus. E
não existe uma coisa que nos ligue a Deus, existe uma, e somente uma Pessoa que
nos religa a Deus, Jesus Cristo.
5.1 A palavra religião significa
religar, no sentido de reaproximar o homem a Deus, e Jesus é o único que pode
religar o homem a Deus. I Tm 2.5; Hb 7.25; Jo 14.6; Rm 8.34
Pode-se ver na teologia cristã que a iniciativa de
trazer o homem caído de volta para si foi do próprio Deus e não do homem, este
homem jamais poderia ir à Cristo por sua própria vontade, pois ele estava morto
no pecado (Ef 2.1), fazendo a vontade não de si próprio, mas da carne, mundo e
diabo, estando por isto debaixo da ira de Deus (Ef 2.2-3), era preciso que
alguém conquistasse isto no lugar do homem, este alguém foi Cristo , o mediador
entre Deus e o homem. O Rev. Hernandes Dias Lopes tratando sobre esta mediação
e intercessão viva e perfeita de Cristo disse que
Jesus Cristo é o nosso único e
suficiente Mediador, e isso por algumas razões: 1. Jesus é o único Mediador
entre Deus e os homens porque Ele é Deus-Homem. Jesus é Deus e Homem ao mesmo
tempo. Ele é perfeitamente Deus e perfeitamente Homem. É uma só
Pessoa, mas com duas naturezas distintas. Jesus não deixou de ser Deus ao
tornar-se Homem. Aquele que nem o céu dos céus pode contê-lo, desceu da glória,
esvaziou-se e fez-se carne. Vestiu a nossa pele, nasceu numa manjedoura,
cresceu numa carpintaria e morreu numa cruz. Ele é a ponte que nos liga a Deus,
o caminho que nos dá acesso ao Pai e a porta de entrada da bem-aventurança
eterna. 2. Jesus é o único Mediador entre Deus e os homens porque é o nosso
representante e fiador. Jesus veio ao mundo para ser nosso
representante e fiador. Não veio apenas para estar ao nosso lado, mas em nosso
lugar. Não veio apenas para falar por nós, mas para morrer por nós. Não veio
apenas para nos defender, mas para nos substituir. Sua morte na cruz foi um
sacrifício, um sacrifício substitutivo. Ele morreu a nossa morte. Ele pagou a
nossa dívida. Ele sofreu o duro golpe da lei que deveríamos sofrer. Ele sorveu
sozinho o cálice amargo da ira de Deus que nós deveríamos beber. Ele recebeu em
si mesmo a merecida punição do nosso pecado. Ele cumpriu com todas as demandas
da justiça divina ao morrer em nosso lugar, em nosso favor, para nos oferecer
perdão e vida eterna. 3. Jesus é o único Mediador entre Deus e os homens
porque ressuscitou, venceu a morte, triunfou sobre os principados e potestades
e nos fez assentar com ele nas regiões celestes. A morte de Cristo na
cruz não foi um sinal de fraqueza e derrota, mas de retumbante vitória. Ele
matou a morte e arrancou seu aguilhão, quando ressuscitou dentre os mortos. A
vitória de Cristo é a nossa vitória. Morremos com ele e com ele ressuscitamos.
Estamos escondidos com Cristo em Deus. Estamos assentados com ele nas regiões
celestes, acima de todo principado e potestade. Nele somos mais do que
vencedores. Por meio dele temos livre acesso ao trono da graça e chegaremos ao
Céu, ao Paraíso, ao Seio de Abraão, à Casa do Pai, à Cidade Santa, à Nova
Jerusalém. Ele é nosso irmão mais velho e seguindo suas pegadas, entraremos
pelos portais da glória trajando vestes alvas e com palmas em nossas mãos. Com
ele, assentar-nos-emos em tronos e, com ele, reinaremos em seu reino de glória,
para todo o sempre. Porque Cristo foi tudo para nós na terra, no tempo, na vida
e na morte, ele será tudo para nós no céu, na glória e isso, por toda a eternidade
(LOPES, Hernandes Dias. Cristo, Nosso Único Mediador. Retirado de: <http://hernandesdiaslopes.com.br/2011/10/jesus-cristo-nosso-unico-mediador/#.Vpb7x_krLcc>)
Já o
autor aos Hebreus traz esta mediação Dele, usando o modelo do trabalho de um
sacerdote que entrava no santo dos santos para pedir perdão primeiro pelos seus
próprios pecados, depois pelos dos outros, assim Cristo é um sacerdote
perfeito, um mediador inigualável, vejamos o trecho bíblico abaixo
[14] Tendo, pois, a Jesus, o
Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos
firmes a nossa confissão. [15] Porque não temos sumo sacerdote que
não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas
as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. [16] Acheguemo-nos,
portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos
misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna (hebreus
4.14-16).
Sendo
assim, Cristo é a única religião verdadeira que existe, pois só Ele pode
religar o homem a Deus. Mas, ele não apenas nos religa a Deus, bem como também
nos ajuda a cultuar a Deus, isto é nosso assunto abaixo:
5.2 A palavra religião faz menção a uma
relação de culto do homem com Deus e só por Jesus pode-se oferecer culto
agradável a Deus. Hb 13.15
O culto
só pode ser aceitável se for feito por intermédio de Cristo, no texto acima diz
que é “por meio de Jesus”, ou seja, só se cultua verdadeiramente por meio de
Cristo, ele mesmo recebeu adoração enquanto estava aqui na terra, a CFW afirma
que o nosso culto só deve ser prestado a Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, e
pela mediação de Cristo, conforme trecho abaixo:
O culto religioso deve ser prestado a Deus o Pai, o
Filho e o Espírito Santo - e só a ele; não deve ser prestado nem aos anjos, nem
aos santos, nem a qualquer outra criatura; nem, depois da queda, deve ser
prestado a Deus pela mediação de qualquer outro senão Cristo. João 5:23; Mat.
28:19; II Cor. 13:14; Col. 2:18; Apoc 19:10; Rom. l:25; João 14:6; I Tim. 2:5;
Ef. 2:18; Col. 3:17. (CFW, 2010, XXI, II)
O culto
religioso ele tem que ser oferecido por meio de alguém que possa purificar
nossas faltas, e nos apresentar santos e irrepreensíveis junto ao Pai, enquanto
aqui estivermos sofreremos por causa do pecado, mas no culto descansamos no
Senhor, porque o culto é uma representação do céu, porém isto será visto
abaixo.
5.3 A palavra religião também faz
referência ao descansar em Deus e só por Jesus se pode ter descanso para a
alma. Mt 11.28-30
O shabat judeu se cumpre em Cristo, pois shabat significa descanso e
onde poderemos descansar senão na pessoa de Jesus. Só Ele pode nos dá este
descanso ou shabat que precisamos. Façamos Isto! Ele é a verdadeira Religião e
só Nele nossa alma tem descanso!
CONCLUSÃO
O
presente estudo visou desmistificar sobre o tema religião, pois a religião é
ligação com Deus e não uma instituição. Você é religioso? Voce já tem Cristo?
Só tem a VERDADEIRA RELIGIAO quem tem Jesus, pois Jesus é a ÚNICA e VERDADEIRA
RELIGIÃO! AMÉM!
REFERENCIAS
A Bíblia
de Estudo de Genebra. 2 ed. Ampl. São Paulo: Cultura Cristã, 2010.
A
Confissão de Fé de Westminster. São Paulo: Cultura Cristã, 2009.
BERKHOF,
Louis. Manual de Doutrina Cristã. 1 ed. Patrocínio-MG: CEIBEL, 1992,
LOPES,
Hernandes Dias. Jesus Cristo, Nosso Único Mediador. Retirado de: <http://hernandesdiaslopes.com.br/2011/10/jesus-cristo-nosso-unico-mediador/#.Vpb7x_krLcc>
Notas sobre Supralapsarianismo & Infralapsarianismo
por
Phillip R. Johnson
“Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?” (Romanos 9:21).
Este artigo considera quatro dos principais modos de ordenação dos
elementos sotereológicos do decreto eterno de Deus — com um foco particular
sobre as diferenças entre o supralapsarianismo e o infralapsarianismo. Eu
resumi as diferenças no quadro comparativo abaixo. As notas explanatórias
seguem logo abaixo do mesmo.
Sumário das Visões
Supralapsarianismo
|
Infralapsarianismo
|
Amyraldismo
|
Arminianismo
|
1. Eleger alguns, reprovar o
restante.
|
1. Criar.
|
1. Criar.
|
1. Criar.
|
2. Criar.
|
2. Permitir a Queda.
|
2. Permitir a Queda.
|
2. Permitir a Queda.
|
3. Permitir a Queda.
|
3. Eleger alguns, ignorar o
restante.
|
3. Providenciar salvação suficiente
para todos.
|
3. Providenciar salvação para
todos.
|
4. Providenciar salvação para os
eleitos.
|
4. Providenciar salvação para os
eleitos.
|
4. Eleger alguns, ignorar o
restante.
|
4. Chamado de todos à salvação.
|
5. Chamado do eleito à salvação.
|
5. Chamado do eleito à salvação.
|
5. Chamado do eleito à salvação.
|
5. Eleger aqueles que crêem.
|
A distinção entre o infralapsarianismo e o supralapsarianismo
tem a ver com a ordem lógica dos decretos eternos de Deus, não
com o momento da eleição. Nenhum deles sugere que os eleitos foram escolhidos após
Adão pecar. Deus fez Sua escolha antes da fundação do mundo (Efésios 1:4) — bem
antes de Adão pecar. Tantos os infra como os supra (e até mesmo muitos
arminianos) concordam sobre isto.
SUPRALAPSARIANISMO é a visão de que Deus, contemplando
o homem ainda não-caído, escolheu alguns para receber a vida eterna e rejeitou
todos os outros. Assim, um supralapsariano diria que o reprovado (não-eleito) —
vaso de ira preparado para destruição (Romanos 9:22) — foram primeiramente
ordenados para este fim, e então os meio pelo qual eles cairiam em
pecado foi ordenado. Em outras palavras, o supralapsarianismo sugere que o
decreto de eleição de Deus logicamente precede Seu decreto de permitir a
queda de Adão — de forma que sua condenação é, antes de tudo, um ato de
soberania divida, e somente secundariamente um ato de justiça divina.
O supralapsarianismo é algumas vezes, de forma errônea, considerado o
mesmo que “dupla predestinação”. O próprio termo “dupla predestinação” é
freqüentemente usado duma forma equivocada e ambígua. Alguns usam-no querendo
dizer nada mais do que a visão de que o destino eterno, tanto do eleito como do
reprovado, é determinado pelo decreto eterno de Deus. Neste sentido do termo, todo
calvinista genuíno sustenta a “dupla predestinação” — e, o fato de que o
destino do reprovado está eternamente determinado, é uma doutrina claramente
bíblica (cf. 1 Pedro 2:8; Romanos 9:22; Judas 4). Mas mais freqüente ainda, a
expressão “dupla predestinação” é empregada como um termo pejorativo para
descrever a visão daqueles que sugerem que Deus é tão ativo em manter o réprobo
fora do céu como Ele é em colocar os eleitos dentro dele (Há uma forma ainda
mais sinistra de “dupla predestinação”, que sugere que Deus é tão ativo em
manter o réprobo mau como Ele o é em manter o eleito santo).
Esta visão (de que Deus é tão ativo na reprovação do não-eleito como Ele
o é na redenção do eleito) é mais propriamente chamada de “igualdade última”
(cf. R.C. Sproul, Chosen by God [Eleitos de Deus], 142). Ela é realmente
uma forma de hiper-calvinismo e não tem nada a ver com o verdadeiro e histórico
calvinismo. Embora todos os que sustentem tal visão também sustentem o esquema
supralapsariano, a visão em si mesma não é necessariamente uma ramificação do
supralapsarianismo.
O supralapsarianismo é também algumas vezes, erroneamente, considerado o
mesmo que hiper-calvinismo. Todos os hiper-calvinistas são supralapsarianos,
embora nem todos os supralapsarianos sejam hiper-calvinistas. O
supralapsarianismo é algumas vezes chamado de “high” calvinismo, e seus
aderentes mais extremos tendem a rejeitar a noção de que Deus tenha algum grau
de sincera boa-vontade ou significante compaixão para com os não-eleitos.
Historicamente, uma minoria de calvinistas têm sustentado esta visão.
Mas, o comentário de Boettner de que “não mais que um calvinista dentre
cem sustenta a visão"supralapsariana”, é, sem dúvida, um exagero. E, na
década passada ou aproximadamente, a visão supralapsariana parece ter ganhado
popularidade.
O INFRALAPSARIANISMO (também conhecido como “sub-lapsarianismo”)
sugere que o decreto de Deus permitir a queda precede logicamente Seu decreto
de eleição. Assim, quando Deus escolheu o eleito e ignorou o não-eleito, Ele
estava contemplando todos eles como criaturas caídas.
Estas são as duas principais visões calvinistas. No esquema supralapsariano, Deus primeiro rejeitou os réprobos, como resultado de Seu soberano beneplácito; então Ele ordenou os meios de sua condenação através da queda. Na ordem infralapsariana, os não-eleitos foi primeiramente visto como indivíduos caídos, e eles foram condenados somente por causa do seu próprio pecado. Os infralapsarianos tendem a enfatizar o fato de Deus “ignorar” os não-eleitos (preterição) em Seu decreto de eleição.
Robert Reymond, ele mesmo um supralapsariano, propõe a seguinte
redefinição da visão supralapsariana:
O Supralapsarianismo Modificado de
Reymond
|
1. Eleger alguns homens pecadores, reprovar o restante.
|
2. Aplicar os benefícios redentores aos eleitos.
|
3. Providenciar salvação para os eleitos.
|
4 Permitir a Queda.
|
5. Criar.
|
Note que, em acréscimo à re-ordenação dos decretos, a visão de Reymond
deliberadamente enfatiza que no decreto de eleição e reprovação, Deus estava
contemplando os homens como pecadors. Reymond escreve, “Neste esquema,
diferentemente do anterior (a ordem supralapsariana clássica), Deus é
representado como discriminando entre homens vistos como pecadores, e não entre
homens vistos simplesmente como homens (Veja Robert Reymond, Systematic
Theology of the Christian Faith [Teologia Sistemática da Fé Cristã], 489).
O refinamento de Reymond evita o criticismo comumente levantado contra o
supralapsarianismo — que o supralapsariano tem Deus condenado os homens à
perdição antes dEle nem mesmo contemplá-los como pecadores. Mas a visão de
Reymond também deixa a questão não-respondida de como e porque Deus deveria
considerar todos os homens como pecadores, antes que fosse determinado que a
raça humana cairia (Alguns podem até mesmo argumentar que os refinamentos de
Reymond resultam numa posição que, até onde diz respeito à distinção chave, é
implicitamente infralapsariana).
Todos os principais Credos Reformados, ou são explicitamente
infralapsarianos, ou evitam cuidadosamente uma linguagem que favorece uma ou
outra visão. Nenhum credo importante toma a posição supralapsariana (Todo este
assunto foi veementemente debatido durante toda a Assembléia de Westminster.
William Twisse, um ardoroso supralapsariano e presidente da Assembléia,
defendeu habilmente sua visão. Mas, a Assembléia optou pela linguagem que
claramente favorece a posição infralapsariana, embora sem condenar o supralapsarianismo).
“Bavinck assinalou que a apresentação supralapsariana 'não foi
incorporada a nenhuma Confissão Reformada', mas que a posição infralapsariana
recebeu um lugar oficial nas Confissões das igrejas” (Berkouwer, Divine
Election, 259).
A discussão de Louis Berkhof das suas visões (em sua Teologia
Sistemática) é útil, embora ele pareça favorecer o supralapsarianismo. Eu
tomo a visão infralpasariana, como Turretin, a maioria dos teólogos de
Princeton, e a maioria dos líderes do Seminário de Westminster (por exemplo,
John Murray). Estes assuntos foram o cerne da controvérsia da “graça comum” na
primeira metade do século XX. Herman Hoeksema e aqueles que seguiram-no tomaram
uma posição supralapsariana tão rígida que eles, no final das contas, negaram o
próprio conceito de graça comum.
Finalmente, veja o quadro abaixo, que compara estas visões com o
Amyraldianismo (um tipo de calvinismo de quatro-pontos) e o Arminianismo.
Minhas notas em cada visão (abaixo), identifica alguns dos maiores defensores
de cada visão.
NOTAS SOBRE A ORDEM DOS DECRETOS
© 1994, 1997, 2000 by Phillip R. Johnson
Supralapsarianismo
† Beza sustentava esta visão. Embora freqüentemente seja dito ser ele o
responsável por formular a posição supralapsariana, ele não o fez.
† Outros proponentes históricos incluem: Gomarus, Twisse, Perkins,
Voetus, Witsius, and Comrie.
† Louis Berkhof parece valorizar ambas visões, mas parece tender
levemente para o supralapsarianismo (Teologia Sistemática, 120-25).
† Karl Barth sentia que o supralapsarianismo estava mais próximo do
certo do que o infralpasarianismo.
† A Teologia Sistemática da Fé Cristã de Robert Reymond toma a
visão supralapsariana e inclui uma defesa prolongada do supralapsarianismo.
† Turretin diz que o supralapsarianismo é “mais duro e menos apropriado”
do que o infralapsarianismo. Ele crê que ele “não parece concordar
suficientemente com a bondade inefável [de Deus]” (Elenctic Theology,
vol. 1, 418).
† Herman Hoeksema e toda a liderança das Igrejas Protestantes Reformadas
(incluindo Homer Hoeksema, Herman Hanko e David Engelsma) são supralapsarianos
determinados — freqüentemente argumentando, tanto implicitamente como
explicitamente, que o supralapsarianismo é o único esquema logicamente
consistente. Esta presunção claramente contribui para a rejeição da graça comum
pelas Igrejas Protestantes Reformadas.
† De fato, os mesmos argumentos usados em favor do supralapsarianismo
têm sido empregados contra a graça comum. Assim, o supralapsarianismo
tem nele uma tendência que é hostil à idéia de graça comum (É um fato que,
virtualmente, todos que negam “a graça comum” são supralapsarianos).
† Supralapsarianismo é a posição de todos que sustentam o tipo mais
rígido de “dupla predestinação”.
† É difícil encontrar expoentes do supralapsarianismo entre os
principais teólogos sistemáticos. Mas, a tendência entre alguns dos autores
mais modernos pode ser para a visão supralapsariana. Berkhof era simpatizante
com esta visão; Reymond a defende expressamente.
† R. A. Webb diz que o supralapsarianismo é “abominável à metafísica, à
ética e às Escrituras. Ele não é exposto em nenhum credo calvinista e pode ser
defendido somente por alguns extremistas” (Salvação Cristã, 16). Embora
seja simpatizante das convicções infralapsarianas de Webb, penso que ele
exagera grosseiramente o julgamento contra o supralapsarianismo [Webb foi um
presbiteriano do século XIX].
Infralapsarianismo
† Esta visão é também chamada “sub-lapsarianismo”.
† John Calvino disse algumas coisas que parecem indicar que tinha
simpatia com esta visão, embora o debate não tenha ocorrido nos seus dias de
vida (veja Calvinismo de Calvino, traduzido para o inglês por Henry
Cole, 89ss; também William Cunningham, Os Reformadores e a Teologia da
Reforma, 364ss).
† W. G. T. Shedd, Charles Hodge, L. Boettner, e Anthony Hoekema
sustentavam esta visão.
† Tanto R. L. Dabney como William Cunningham apoiaram-se decididamente a
esta visão, mas resistiram argumentar sobre o assunto. Eles criam que todo o
debate ia além das Escrituras e, portanto, era desnecessário. Dabney, por
exemplo, diz “Esta é uma questão que nunca deve ser levantada” (Teologia
Sistemática, 233). Twisse, o supralapsariano, virtualmente concordava com
isto. Ele chamava a diferença de “mera apex logicus, um ponto de lógica.
E, não é mera loucura fazer uma brecha de unidade ou caridade na igreja,
meramente por causa de um ponto de lógica?” (citado em Cunningham, Os
Reformadores, 363). G.C. Berkouwer também concorda: “Somos confrontados
aqui com uma controvérsia que deve sua existência à infração dos limites
colocados pela revelação”. Berkouwer pergunta em voz alta se estamos
“obedecendo o ensino da Escritura se recusamos fazer uma escolha aqui” (Eleição
Divina, 254-55).
† Thornwell não concorda que o assunto seja controvertido. Ele diz que o
assunto “envolve algo mais do que uma questão de método lógico. Ele é realmente
uma questão da mais alta significância moral...Condenação e enforcamento são
partes do mesmo processo, mas ela é algo mais do que uma questão de disposição,
se um homem deve ser enforcado antes de ser condenado” (Escritos
Selecionados, 2:20). Thornwell é veementemente infralapsariano.
† O infralapsarianismo foi afirmado pelo sínodo de Dort, mas somente de
maneira implícita nos símbolos de Westminster. Twisse, um supralapsariano, foi
o primeiro presidente da Assembléia de Westminster, que evidentemente decidiu
que a conduta mais sábia era ignonar a controvérsia totalmente (embora as
tendências de Westminster fossem, argumentavelmente, infralapsarianas). A
Confissão de Westminster, portanto, juntamente com a maioria dos Credos
Reformados, implicitamente afirmou o que o Sínodo de Utrecht (1905) mais tarde
declarou explicitamente: “Que nossas confissões, certamente com respeito à
doutrina da eleição, seguem a apresentação infralapsariana, [mas] isto não
implica de forma alguma, uma exclusão ou condenação da apresentação
supralapsariana”.
Amyraldism
† Amyraldismo (é a ortografia preferida, e não AmyraldIANismo).
† Amyraldismo é a doutrina formulada por Moisés Amyraut, um teólogo
francês da escola Saumur (Esta mesma escola gerou outro desvio agravante da
ortodoxia reformada: a visão de Placaeus envolvendo a imputação mediata da
culpa de Adão).
† Por fazer o decreto para expiar o pecado logicamente antecedente ao
decreto de eleição, Amyraut podia ver a expiação como hipoteticamente
universal, mas eficaz para os eleitos somente. Portanto, a visão é algumas
vezes chamada de “universalismo hipotético”.
† O puritano Richard Baxter abraçou esta visão, ou algo próxima à ela.
Ele parece ter sido o único líder puritano importante que não era um calvinista
“completo”. Alguns discutiriam se Baxter era um verdadeiro Amyraldiano (ver,
por exemplo, George Smeaton, A Doutrina Apostólica da Expiação
[Edinburgh: Banner of Truth, 1991 reprint], Appendix, 542.) Mas o próprio
Baxter parecia se considera um Amyraldiano.
† Esta é uma forma sofisticada de formular o “calvinismo de
quatro-pontos”, enquanto ainda se considera um decreto eterno de eleição.
† Mas, o Amyraldismo provavelmente não deveria ser igualado totalmente
com o assim chamado “calvinismo de quatro-pontos”. Em minha própria
experiência, muitos pretensos “quatro-pontos” são incapazes de articular
qualquer explicação coerentes de como a expiação pode ser universal, mas a
eleição incondicional. Assim, eu não desejo glorificar a posição deles,
denominando-a de Amyraldismo (Quem dera eles fossem tão comprometidos com a
doutrina da soberania divina como Moisés Amyraut era! A maioria dos que se
chamam “quatro-pontos” são realmente cripto-arminianos).
† A. H.Strong sustentava esta visão (Teologia Sistemática, 778).
Ele a chamou (incorretamente) de “sub-lapsarianismo”.
† Henry Thiessen, evidentemente seguindo Strong, também rotulou
indevidamente esta visão de “sub-lapsarianismo” (e contrastando-o com o
“infralapsarianismo”) na edição original de suas Lições em Teologia
Sistemática (343). Sua discussão nesta edição é muito confusa e
patentemente errônea em alguns pontos. Nas edições posteriores de seu livro,
esta seção foi completamente reescrita.
Arminianism
† Henry Thiessen argumento esta visão na edição original de sua Teologia
Sistemática. A edição revista não mais defende explicitamente esta ordem
dos decretos, mas o arminianismo fundamental de Thiessen ainda é claramente
evidente.
† A maioria dos teólogos arminianos recusa tratar do decreto eterno de
Deus, e arminianos extremos até negam o próprio conceito de um decreto eterno.
Aqueles que reconhecem o decreto divino, contudo, devem parar de fazer a
eleição contingente à resposta do crente ao chamado do evangelho. Deveras, esta
é toda a essência do arminianismo.
Traduzido por: Felipe Sabino de
Araújo Neto
Cuiabá-MT, 28 de Dezembro de 2004.
Cuiabá-MT, 28 de Dezembro de 2004.
TENTATIVAS DE MODERNIZAR JESUS
Posted: 2012-06-29 21:24:15 UTC-03:00
Eis aqui uma amostra das muitas
tentativas feitas por parte da igreja para apresentar um retrato contemporâneo
de Cristo. Veremos que, em termos de fidelidade ao original, algumas têm sido
mais bem-sucedidas que outras. Primeiro eu penso no Jesus asceta, que inspirou
gerações de monges e eremitas. Ele não era tão diferente assim de João Batista,
já que também se vestia com uma pele de camelo, usava sandálias ou então andava
descalço, e mastigava gafanhotos com evidente prazer, e ao mesmo tempo
renunciava aos prazeres da mesa e a desfrutar as alegrias da criação de Deus.
Seria difícil conciliar este retrato
com a crítica dos seus contemporâneos, de que ele "veio comendo e
bebendo". E depois vem Jesus, o pálido Galileu. Foi o imperador Juliano, o
apóstata, que tentou reintroduzir os deuses pagãos de Roma, depois que
Constantino os havia substituído pelo culto ao Cristo. Dizem que, no seu leito
de morte, em 363 d.C, Juliano disse: "Você venceu, Galileu!" Suas
palavras foram popularizadas da seguinte forma pelo poeta Swinburne, no século
XIX: Tu conquistaste, ó pálido Galileu! Teu respirar deixou o mundo em sombras.
Esta imagem foi perpetuada na arte medieval e em vitrais: um Jesus com uma
auréola celestial e uma compleição incolor, os olhos voltados para o céu e os
pés sem sequer tocar o chão. Em contraste com as apresentações de Jesus como
fraco, sofredor e derrotado, surgiu Jesus, o Cristo cósmico, que foi
profundamente apreciado pelos líderes da igreja bizantina. Em contraposição aos
bárbaros invasores, eles o representaram como o Rei dos reis e Senhor dos
senhores, o pantokrator, criador e dominador do universo.
Contudo, exaltado acima de todas as
coisas, glorificado e reinando, ele parecia alienado do mundo real e até de sua
própria humanidade tal como revelada na encarnação e na cruz. No extremo oposto
do espectro teológico, os deístas iluministas dos séculos XVII e XVIII
construíram sua própria imagem de Jesus como o mestre do senso comum,
inteiramente humano e nada divino. O exemplo mais dramático é a obra do
versátil gênio Thomas Jefferson, presidente dos Estados Unidos (1801—1809).
Rejeitando o sobrenatural por considerá-lo incompatível com a razão, ele
escreveu duas vezes sua própria edição dos Evangelhos, chamando a primeira de A
Filosofia de Jesus de Nazaré (1804) e a segunda, A Vida e a Moralidade de Jesus
de Nazaré (1820). Em ambos os livros, todos os milagres e mistérios foram
sistematicamente eliminados. O que restou foi puramente um guia popular para um
mestre de moral meramente humana. Chegando ao século XX, deparamo-nos com uma
grande variedade de opções. Dentre as mais conhecidas, duas delas devem sua
popularidade a musicais. Temos Jesus o palhaço de Godspell, que passa o tempo
todo cantando e dançando, e dessa forma capta algo da jovialidade de Jesus, mas
que não chega a levar a sério sua missão. Algo parecido a este é Jesus Cristo
Superstar, a celebridade desiludida, que uma vez pensou saber quem ele era, mas
que no Getsêmani já não tinha mais tanta certeza: Então, eu estava inspirado...
Agora, triste e cansado. Depois vem a impressionante invenção de Jesus como o
fundador dos negócios modernos. Refiro-me a um livro intitulado The Man Nobody
Knows (O Homem que Ninguém Conhece, 1925), que durante dois anos liderou a
lista dos best-sellers nos Estados Unidos. Seu autor, Bruce Barton, era um
publicitário americano que resolveu expressar sua revolta contra o Jesus
anêmico e "maricas" ensinado na Escola Dominical da sua infância.
Além de pintar Jesus como um
"garoto-propaganda" bronzeado e musculoso, simpático, jovial e
sociável, ele o representou também como um líder de ardente convicção, cuja
vida inteira foi uma história de conquistas e realizações, e que em seus
ensinamentos enfatizava os segredos do sucesso nos negócios. O capítulo 6 do livro
intitula-se "O Fundador dos Negócios Modernos". Vejam, escreve Bruce
Barton, que com apenas doze anos de idade Jesus literalmente descreveu-se a si
mesmo como alguém que precisava "tratar dos negócios do seu Pai"! Já
se atribuiu a Jesus um profundo domínio da ciência econômica, bem como o
sucesso nos negócios. Surpreendentemente, é George Bernard Shaw que, com
gozação implícita, nos apresenta Jesus como o economista. "Deci
didamente", escreve ele, "quer se pense ou não que Jesus era Deus,
tem-se que admitir que ele foi um economista político de primeira classe",
o qual, entre outras coisas, recomendou distribuição igualitária. Mas os
autores divergem completamente entre si quanto à natureza de sua economia. Por
um lado existe a visão de Jesus como um capitalista, promotor da livre empresa,
investimento e conservação, tanto que T. N. Carver foi capaz de afirmar, em seu
livro The Economic Factor in The Messiahship of Jesus (O Fator Econômico na
Messianidade de Jesus, 1922), que "todo aspecto essencial do sistema econômico
moderno é explicitamente demonstrado nos ensinamentos desse jovem judeu".
Temos, por outro lado, Jesus, o socialista. Como exemplo quero citar Arthur
Scargill, que foi eleito presidente da União Nacional dos Mineiros em 1981.
Numa entrevista dada à imprensa naquela ocasião, ele disse que era cristão e
que adorava os velhos hinos de Moody e de Sankey, dos quais o seu favorito era
"Quão bondoso amigo é Cristo". Quando o pressionaram, perguntando se
acreditava no Credo, primeiro ele tentou se safar e depois declarou: "Eu
creio no cristianismo neste sentido: creio que Jesus Cristo era de fato um
socialista". Fidel Castro, de Cuba, muitas vezes tem se referido a Jesus
como "um grande revolucionário", e muitos têm tentado retratá-lo como
Jesus, o lutador da liberdade, o guerrilheiro urbano, o Che Guevara do primeiro
século, de barba negra e olhos faiscantes, como no Evangelho Segundo São Mateus
de Pasolini, cujo gesto mais característico era virar as mesas dos mercadores e
expulsá-los do templo com um chicote. Dentre os esforços de retratar Jesus em
termos revolu cionários, talvez o que tenha mais fundamento seja a novela Me
Chamam de Carpinteiro, de Upton Sinclair. Havia, num vitral sobre o altar da
Igreja de São Bartolomeu, em Nova Iorque, uma imagem de Cristo, que um dia
tornou-se vivo, desceu e começou um ministério público na cidade. "Quem é
você?", perguntava o povo. "Me chamam de Carpinteiro", respondia
ele. E assim ele passou a ser o "Sr. Carpinteiro", e mais tarde
"Profeta Carpinteiro", à medida que suas palavras e ações
assemelhavam-se às de Jesus da Palestina. Ele também foi tentado
(ofereceram-lhe um contrato de 1500 dólares semanais como astro de cinema);
ressuscitou uma criança que havia sido atropelada por um carro, e vivia cercado
de crianças; curou os enfermos e deficientes; resgatou "Maria
Madalena" de sua vida de prostituição; e equilibrava-se na carroceria de
um caminhão a fim de berrar para a multidão acerca do amor e da justiça. Mas
ele citou as denúncias de Amos acerca dos ricos indolentes, identificou-se com
grevistas numa passeata de protesto, investiu contra empregadores por estarem
alienando os trabalhadores do produto de seu trabalho, e quando, durante uma
missa na Igreja de São Bartolomeu, ele pronunciou um longo discurso contra
teólogos e dou tores em divindade ("Ai de vós, religiosos
hipócritas!"), o jornal local acusou-o de ser um anarquista bolchevique e
de "disfarçar a doutrina de Lenin e Trotsky com roupagens de revelação
cristã". Sua última noite de vida ele a passou no sótão da sede do Partido
Socialista. E finalmente a multidão, enraivecida com aquele "desbocado
Profeta Vermelho", agarrou-o, despejou galões de tinta vermelha sobre sua
cabeça, colocou-o de pé em cima de um vagão e levou-o ruas afora, gritando:
"Salve! Salve o profeta bolchevique!" Atirado pela janela de um
teatro, ele não se feriu e voltou para a Igreja de São Bartolomeu, saltou para
dentro do vitral .... e eis que tudo tinha sido um sonho! Caso alguém venha a
concluir que tais reconstituições da vida de Jesus não passam de tentativas
saídas da imaginação de simples autores de ficção, darei como último exemplo um
trabalho acadêmico sério intitulado Jesus, o Mágico. Eu acho que ele pode ser
considerado, e com razão, mais uma tentativa de retratar Jesus em vestes
antigas-modernas, no que seria uma forma conveniente e moderna de se ver livre
dos milagres. E, com certeza, bastante significativo o fato de que o lançamento
mais recente desse livro seja da Editora Aquariana.
A tese do professor Morton Smith é
que, se bem que nos Evangelhos os seguidores de Jesus o apresentem como o
místico Filho de Deus, os seus mais antigos oponentes o consideravam um mágico.
Se guando o professor Smith, documentos do século III (os quais, segundo ele,
foram furtados e destruídos pelos cristãos) revelam que Jesus, durante a sua
juventude, foi para o Egito, "onde se tornou um especialista em mágica e
foi tatuado com símbolos e fórmulas mágicas"; que ele voltou para a
Galileia e "tornou-se famoso por seus feitos mágicos"; e que
finalmente ele uniu a si mesmo os seus seguidores através da refeição que
instituiu, "inequivoca mente um ritual mágico". A evidência, conclui
Morton Smith, dá-nos "um quadro coerente da vida e obra de um
mágico". Esta seleção de treze diferentes retratos de Jesus ilustra a
eterna tendência de moldar um Cristo que tenha um apelo moderno. Isto começou
já na era apostólica, quando Paulo teve que advertir o povo quanto aos falsos
ensinadores que andavam pregando "outro Jesus que não temos [os após tolos]
pregado".
E é impressionante ver a criatividade
com que as pessoas têm levado adiante as representações de Jesus que acabamos
de considerar. Mesmo assim, todas elas são figuras anacrónicas. Cada geração
voltou-se para ele com suas próprias idéias e aspirações, criando-o à sua
própria imagem. Cada uma estava certa quanto à sua motivação (pintar um retrato
contemporâneo de Jesus); só que o resultado acabava sendo, até certo ponto,
errado (o quadro não era autêntico). O desafio que temos diante de nós é o de
apresentar Jesus à nossa geração de tal forma que seja, ao mesmo tempo,
histórico e contemporâneo, autêntico e atrativo, novo no sentido de recente
(neos), mas não novo no sentido de ser uma novidade (kainos).
Retirado - Stott, John - Ouça o espírito, ouça o mundo, Introdução
REFORMANDO A EDUCAÇÃO - VERDADEIRA EDUCAÇÃO ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO – João Calvino
Posted: 04 Dec 2011 08:40 AM PST
Paulo escreve que Cristo “deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” [Ef 4.10-13]. Vemos como Deus, que poderia levar os seus à perfeição num instante, contudo não queria que eles crescessem à idade adulta senão pela educação da Igreja; vemos expressar-se o modo pelo qual esta educação se processa: que aos pastores foi incumbida a pregação da doutrina celeste; vemos que todos, a uma, estão sujeitos à mesma disposição, de sorte que se permitam ser dirigidos, com espírito brando e dócil, pelos mestres criados para esta função.E com esta marca Isaías assinalara outrora o reino de Cristo: “Meu Espírito, que está em ti, e as palavras que pus em tua boca, jamais se apartarão nem de tua boca, nem da boca de tua semente e de seus descendentes” [Is59.21]. Do quê se segue que são dignos de que pereçam de fome e inanição todos e quaisquer que desprezam o alimento espiritual da alma a si divinamente oferecido pelas mãos da Igreja. Deus instila em nós a fé, mas pela instrumentalidade de seu evangelho, como adverte Paulo, de que “a fé vem do ouvir” [Rm 10.17], assim como também em Deus reside seu poder de salvar, mas, segundo atesta o próprio Paulo, o exibe e o desenvolve na pregação do evangelho [Rm 1.16].Com este propósito Deus outrora quis que se realizassem assembléias sacras no santuário, a fim de que a doutrina proferida pela boca do sacerdote alimentasse o senso comum da fé. Tampouco visam à outra coisa esses títulos magníficos onde o templo é chamado “o lugar do descanso de Deus” [Sl 132.14], o santuário de seu domicílio [Is 57.15]; onde se diz ele estar assentado entre querubins [Sl 80.1]; donde apreço, amor, reverência e dignidade granjeiem ao ministério da doutrina celeste, aos quais, de outra sorte, derrogaria não pouco a aparência de um homem mortal e desprezado. Portanto, para que saibamos que diante de nós põe um tesouro inestimável em vasos de barro [2Co 4.7], Deus mesmo se apresenta em nosso meio; e visto que ele é o Autor desta ordem, quer ser reconhecido presente em sua instituição.Conseqüentemente, depois que proibiu aos seus a se devotarem a augúrios, a adivinhações, a artes mágicas, a necromancia e a outras superstições [Lv 19.31; Dt 18.10, 11], acrescenta que dará o que em tudo deva ser suficiente, isto é, que nunca estarão destituídos de profetas [Dt 18.15]. Mas, assim como não delegou aos anjos o povo antigo, pelo contrário, suscitou mestres da terra que, de fato, desempenhassem o ofício angélico, assim também quer ensinar-nos por meios humanos. Com efeito, assim como outrora Deus não se contentou com a mera lei, mas acrescentou sacerdotes que fossem intérpretes, de cujos lábios o povo lhe indagasse o verdadeiro sentido, assim também hoje não quer apenas que lhe estejamos atentos à leitura, mas ainda lhe prepõe mestres por cuja obra sejamos ajudados, coisas tais de dupla utilidade, pois, de um lado, nos prova a obediência por meio de ótimo teste, quando ouvimos seus ministros falando não de forma distinta dele mesmo; por outro lado, também nos socorre em nossa fraqueza quando, para nos atrair a si, nos prefere falar através de intérpretes, em vez de atroar em sua majestade e fazer-nos fugir dele. E de fato, quanto nos convenha esta forma familiar de ensinar, todos os piedosos sentem o pavor com que, com razão, a majestade de Deus os consterna.João Calvino, Institutas 4.1.5
Fonte: Clube do Calvinista Reformado
Posted: 19 Nov 2011 10:50 AM PST
Qual o problema do salmo 1? Na verdade nenhum, mas como pôr o Messias nesse salmo, porque nos registros neotestamentários Jesus comeu com pecadores, recebe publicanos e toda a bíblia converge para ele. Porque esse questionamento paira no ar? Tenho visto cristãos deixando de viver vidas maravilhosas, por conta de uma ética privada derivada da hermenêutica falha e não tem brilho em suas vidas, são pessoas amargas, carrancudas, sem brilho. Vamos analisar a luz de Lucas 14 e 15 e saberemos quem são esses ímpios, pecadores e escarnecedores. Em Lucas 14 - Jesus entra na casa dos chefes dos fariseus e faz a seguinte pergunta que você sabe muito bem: É certo curar no sábado? Os caras perplexos ficaram parados e calados, Jesus então cura o homem. Agora imagina entrar na casa do cara que mantém os costumes e curar um homem, tem mais Jesus olha para o dono da festa e diz que ele não deve convidar seus amigos, mas sim os cegos, pobres, os aleijados e os mancos dando-lhe uma lição. Como você acha que os fariseus ficaram e contou outra parábola, a da ceia: onde um Senhor manda seus servo ir convidar seus amigos para um banquete e eles dão desculpas que teria que ver o terreno que tinha comprado, outro disse que adquiriu um junta de bois e precisava vê-los, por fim o último amigo deu a desculpa que casou, portanto, não podia ir. Então o Senhor mandou seu servo catar todos os cegos, pobres, aleijados e mancos obrigando-os a irem ao banquete (entendeu, fariseus convidados e os de fora que eram negligenciados) e nenhum dos que foram convidados provará do banquete. E continuando Jesus fala a uma multidão a cerca de ser seu discípulo e o discurso é claro, amar mais sua família que a Ele não pode ser discípulo. Depois de tudo isso os publicanos e pecadores se aproximam para ouví-lo. E é isso que nos leva pensar no brilho da vida de Jesus, todos paravam para ouví-lo. Mas os fariseus e os escribas ressabiados estão no início do capítulo 15.2: "Este recebe pecadores e come com eles" Ué o salmo 1 dá recomendações sobre não sentar com pecadores e Jesus faz isso, seria Jesus um pecador? Não Jesus denúncia que a religião, veja as parábolas seguintes: Não é a parábola da ovelha perdida e sim de um pastor que encontra uma ovelha; Não é a dracma perdida e sim de uma mulher que encontra uma dracma; Não do filho pródigo e sim de um pai que recebe seu filho. A luz dos capítulos descritos, quem são os pecadores, escarnecedores e ímpios que se refere o salmo 1. Viva intensamente a vida de Jesus e jamais deixe a religião ou religiosos ditar o que deve ser. Leia a Bíblia! Deus te abençoe!!
Fonte: http://feeds.feedburner.com/blogspot/rotVf
Posted: 15 Oct 2011 12:10 PM PDT
Carta para um Adolescente Incompleto, Inseguro John Piper Há quatro anos um adolescente em nossa igreja me escreveu pedindo conselhos gerais sobre a vida e sobre identidade em particular. Aqui está o que lhe respondi com uma grande dose de autobiografia para ilustração.Querido ________,Minha experiência de sair de uma vida adolescente introvertida, insegura, culpada, lasciva, egocêntrica foi mais como o surgimento de uma rã a partir de um girino do que de uma borboleta a partir de uma larva. Larvas desaparecem em seus casulos e reservadamente experimentam alguma transformação inexplicável sem que ninguém veja (provavelmente é bastante sujo e confuso lá dentro) e então o casulo se desfaz e todo mundo diz oooh, aahh, que lindo. Não foi assim que aconteceu comigo. Rãs nascem ultra-minúsculas, com jeito de peixe, cheias de lodo, vivendo na água parada. Elas não são uma atração do Sea World1. Elas até poderiam estar na piscina de algum hotel elegante se o lugar estivesse abandonado por uns 20 anos e só houvesse um pé de água verde no fundo. Mas pouco a pouco, porque elas são rãs santas por meio da predestinação e do DNA espiritual (novo nascimento), elas nadam por toda a água verde e começam a se parecer cada vez mais com rãs. Primeiro pequenos pés surgem nas laterais. Estranho. Nesse momento ninguém as convida para darem um testemunho em um evento dos Atletas de Cristo. Então um par extra de pernas. Então um tipo de corcova nas costas. Os peixes na lagoa já se retiram: "Hmmm", eles dizem, "isso não parece mais ser um de nós". Uma rã em desenvolvimento não se encaixa em lugar algum. Mas Deus é bom. Ele tem o Seu plano e não é o de tornar esta metamorfose fácil. Com certeza. Há mil lições para serem aprendidas no processo. Nada é em vão. A vida não está em suspenso aguardando o grande despertar. Isso é o que as larvas fazem no casulo. Mas rãs estão em público o tempo todo em meio à tolice da mudança. Eu creio que a chave para mim foi encontrar ajuda no Apóstolo Paulo, em C. S. Lewis e no meu pai. Todos eles pareciam inacreditavelmente saudáveis, precisamente porque estavam maravilhados com absolutamente tudo exceto eles mesmos. Eles me mostraram que a saúde mental mais elevada não está em gostar de mim mesmo, mas em estar alegremente interessado em tudo exceto eu mesmo. Eles eram o tipo de pessoas que estavam tão maravilhadas que as pessoas tinham narizes - não narizes estranhos, só narizes - que caminhar em qualquer rua movimentada era como um passeio no jardim zoológico. Oh, sim, eles mesmos tinham narizes, mas eles não podiam enxergar os seus próprios. E por que eles iriam querer ver? Veja todos estes narizes; eles são grátis para olhar! Incrível!A capacidade destes homens para maravilharem-se era enorme. Fiquei estupefato e orei para que eu deixasse de desperdiçar tanto tempo e energia emocional pensando em mim. Eca, eu pensei. O que eu estou fazendo? Por que eu deveria me preocupar com o que as pessoas pensam de mim. Eu sou amado pelo Deus Todo-Poderoso e ele está fazendo uma autêntica rã saltadora de mim. O texto mais importante na minha "rãnzisse" emergente tornou-se 2 Coríntios 3:18."E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito "Este foi um dos maiores segredos que descobri: Contemplar é tornar-se. Introspecção deve dar lugar ao assombro diante da glória. Quando isso ocorre, tornar-se acontece. Se existe alguma chave para a maturidade é essa. Contemple seu Deus em Jesus Cristo. Então você fará o progresso de girino para rã. Essa foi uma grande descoberta. É claro que (assim eu pensava) eu nunca conseguiria falar em frente a um grupo, já que fico sempre tão nervoso. E eu nunca poderia me casar, porque eu tenho espinhas demais. As meninas de Wheaton2 me deixam completamente apavorado. Mas Deus me tem em suas mãos (Filipenses 3:12), e ele tem um plano, e o Seu plano é bom e há um mundo lá fora, visto e não visto, para ser conhecido e para me deixar maravilhado. Por que eu arruinaria a minha vida pensando tanto em mim? Graças a Deus por Paulo e Lewis e meu pai! Tudo agora é tão óbvio. Meu eu é simplesmente muito pequeno para satisfazer os explosivos anseios do meu coração. Eu queria provar e ver algo grande, maravilhoso, belo e eterno. Começou com ver a natureza e terminou com ver a Deus. Começou com literatura e terminou com Romanos e Salmos. Começou com passeios pelos campos, bosques e lagoas e terminou em passeios pelos altos planos da teologia. Não que a natureza, a literatura, os campos, os bosques e as lagoas tenham desaparecido, mas eles tornaram-se mais obviamente imitações e sinalizadores. Os céus proclamam a glória de Deus. Quando você muda dos céus para a glória de Deus, os céus não deixam de ser gloriosos. Mas eles são "des-divinizados" quando você descobre o que eles estão dizendo. Eles estão apontando. "...do nascente ao poente despertas canções de alegria." (Salmo 65:8 - NVI).Sobre o que estão cantando o amanhecer e pôr-do-sol com tanta felicidade? O seu Criador! Eles estão nos chamando a unirmo-nos a eles. Mas se eu estiver resmungando por causa da espinha no meu nariz, não vou nem mesmo olhar para fora da janela. Assim meu conselho é: seja paciente com o modo que Deus planejou para tornar-te uma feliz rã saltadora. Não se contente em ser apenas um girino ou uma estranha meia-rã. Mas também não se deixe surpreender pela estranheza e lentidão do processo. Como eu me tornei um pastor? Como eu me casei? Só Deus sabe. Incrível. Assim também o surgimento de quem você será aos 34 será incrível. Apenas mantenha o curso e olhe. Olhe, olhe. Há tanto para ver. A Bíblia é inesgotável. Olhe principalmente lá. O outro livro de Deus, o não autoritativo - a natureza - também é inesgotável. Olhe. Olhe. Olhe. Contemplando a glória de Deus nós estamos sendo transformados. Eu amo você e acredito que Deus tem grandes coisas "ranárias" para você. Não se preocupe por ser só uma rã saltadora parecida com Cristo. Sua alegria vem do que você vê. "Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é." (1 Jo 3:2)Há uma outra metamorfose esperando. A coisa vai melhorando cada vez mais. Deus é infinito. Por isso sempre haverá mais da glória dEle para uma mente finita ver. Não haverá nenhum tédio na eternidade. Afetuosamente ,Pastor John Notas do Editor:1. Sea World é um parque aquático localizado nos EUA com diversas atrações e shows com animais marinhos. -www.seaworld.com2. Wheaton College é a faculdade cristã em que Piper estudou. - http://www.wheaton.edu/Tradução: Juliano Heyse Fonte: Bom Caminho
Posted: 15 Oct 2011 12:10 PM PDT
Como está sua vida de oração? D. M .Lloyd –Jones Qual é o lugar da oração em sua vida? Que proeminência tem ela em nossas vidas? É uma pergunta que eu dirijo a todos. É necessário que ela atinja tanto o homem que é bem versado nas Escrituras e que tem um bom conhecimento de doutrina e teologia, quanto a qualquer outro. Que lugar a oração ocupa em nossas vidas e quão essencial ela é para nós? Será que temos percebido que sem ela desfalecemos? Nossa condição definitiva como cristãos é testada pelo caráter da nossa vida de oração. Isso é mais importante que o conhecimento e o entendimento. Não pensem que eu estou diminuindo a importância do conhecimento. Tenho passado a maior parte da minha vida tentando mostrar a importância de se ter um bom conhecimento e entendimento da verdade. Isso é de importância vital. Só há uma coisa que é mais importante: a oração. O teste definitivo da minha compreensão do ensino bíblico é a quantidade de tempo que eu gasto em oração. Como a teologia é, no final das contas, conhecimento de Deus, quanto mais teologia eu conheço, mais ela deveria me guiar na busca desse conhecimento. Não se trata de conhecer sobre Ele, mas de conhecê-lo. O objetivo inteiro da salvação é me trazer a um conhecimento o de Deus. Eu posso aqui falar de uma maneira acadêmica sobre regeneração, mas o que é, afinal, a vida eterna? É que eles possam conhecer a Ti, o único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo a quem enviaste. Se todo o meu conhecimento não me conduz à oração, certamente há algo de errado em algum lugar. Espera-se que ele faça exatamente isso. O valor do conhecimento é que ele me dá uma tal compreensão do valor da oração, que eu passo a dedicar tempo a ela e a me deleitar com ela. Se meu conhecimento não produzir esses resultados em minha vida, há algo de errado e espúrio nele, ou então devo estar lidando com este conhecimento de uma maneira completamente equivocada.
Fonte: Bom Caminho
Posted: 15 Oct 2011 12:10 PM PDT
Carta para um Adolescente Incompleto, Inseguro John Piper Há quatro anos um adolescente em nossa igreja me escreveu pedindo conselhos gerais sobre a vida e sobre identidade em particular. Aqui está o que lhe respondi com uma grande dose de autobiografia para ilustração.Querido ________,Minha experiência de sair de uma vida adolescente introvertida, insegura, culpada, lasciva, egocêntrica foi mais como o surgimento de uma rã a partir de um girino do que de uma borboleta a partir de uma larva. Larvas desaparecem em seus casulos e reservadamente experimentam alguma transformação inexplicável sem que ninguém veja (provavelmente é bastante sujo e confuso lá dentro) e então o casulo se desfaz e todo mundo diz oooh, aahh, que lindo. Não foi assim que aconteceu comigo. Rãs nascem ultra-minúsculas, com jeito de peixe, cheias de lodo, vivendo na água parada. Elas não são uma atração do Sea World1. Elas até poderiam estar na piscina de algum hotel elegante se o lugar estivesse abandonado por uns 20 anos e só houvesse um pé de água verde no fundo. Mas pouco a pouco, porque elas são rãs santas por meio da predestinação e do DNA espiritual (novo nascimento), elas nadam por toda a água verde e começam a se parecer cada vez mais com rãs. Primeiro pequenos pés surgem nas laterais. Estranho. Nesse momento ninguém as convida para darem um testemunho em um evento dos Atletas de Cristo. Então um par extra de pernas. Então um tipo de corcova nas costas. Os peixes na lagoa já se retiram: "Hmmm", eles dizem, "isso não parece mais ser um de nós". Uma rã em desenvolvimento não se encaixa em lugar algum. Mas Deus é bom. Ele tem o Seu plano e não é o de tornar esta metamorfose fácil. Com certeza. Há mil lições para serem aprendidas no processo. Nada é em vão. A vida não está em suspenso aguardando o grande despertar. Isso é o que as larvas fazem no casulo. Mas rãs estão em público o tempo todo em meio à tolice da mudança. Eu creio que a chave para mim foi encontrar ajuda no Apóstolo Paulo, em C. S. Lewis e no meu pai. Todos eles pareciam inacreditavelmente saudáveis, precisamente porque estavam maravilhados com absolutamente tudo exceto eles mesmos. Eles me mostraram que a saúde mental mais elevada não está em gostar de mim mesmo, mas em estar alegremente interessado em tudo exceto eu mesmo. Eles eram o tipo de pessoas que estavam tão maravilhadas que as pessoas tinham narizes - não narizes estranhos, só narizes - que caminhar em qualquer rua movimentada era como um passeio no jardim zoológico. Oh, sim, eles mesmos tinham narizes, mas eles não podiam enxergar os seus próprios. E por que eles iriam querer ver? Veja todos estes narizes; eles são grátis para olhar! Incrível!A capacidade destes homens para maravilharem-se era enorme. Fiquei estupefato e orei para que eu deixasse de desperdiçar tanto tempo e energia emocional pensando em mim. Eca, eu pensei. O que eu estou fazendo? Por que eu deveria me preocupar com o que as pessoas pensam de mim. Eu sou amado pelo Deus Todo-Poderoso e ele está fazendo uma autêntica rã saltadora de mim. O texto mais importante na minha "rãnzisse" emergente tornou-se 2 Coríntios 3:18."E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito "Este foi um dos maiores segredos que descobri: Contemplar é tornar-se. Introspecção deve dar lugar ao assombro diante da glória. Quando isso ocorre, tornar-se acontece. Se existe alguma chave para a maturidade é essa. Contemple seu Deus em Jesus Cristo. Então você fará o progresso de girino para rã. Essa foi uma grande descoberta. É claro que (assim eu pensava) eu nunca conseguiria falar em frente a um grupo, já que fico sempre tão nervoso. E eu nunca poderia me casar, porque eu tenho espinhas demais. As meninas de Wheaton2 me deixam completamente apavorado. Mas Deus me tem em suas mãos (Filipenses 3:12), e ele tem um plano, e o Seu plano é bom e há um mundo lá fora, visto e não visto, para ser conhecido e para me deixar maravilhado. Por que eu arruinaria a minha vida pensando tanto em mim? Graças a Deus por Paulo e Lewis e meu pai! Tudo agora é tão óbvio. Meu eu é simplesmente muito pequeno para satisfazer os explosivos anseios do meu coração. Eu queria provar e ver algo grande, maravilhoso, belo e eterno. Começou com ver a natureza e terminou com ver a Deus. Começou com literatura e terminou com Romanos e Salmos. Começou com passeios pelos campos, bosques e lagoas e terminou em passeios pelos altos planos da teologia. Não que a natureza, a literatura, os campos, os bosques e as lagoas tenham desaparecido, mas eles tornaram-se mais obviamente imitações e sinalizadores. Os céus proclamam a glória de Deus. Quando você muda dos céus para a glória de Deus, os céus não deixam de ser gloriosos. Mas eles são "des-divinizados" quando você descobre o que eles estão dizendo. Eles estão apontando. "...do nascente ao poente despertas canções de alegria." (Salmo 65:8 - NVI).Sobre o que estão cantando o amanhecer e pôr-do-sol com tanta felicidade? O seu Criador! Eles estão nos chamando a unirmo-nos a eles. Mas se eu estiver resmungando por causa da espinha no meu nariz, não vou nem mesmo olhar para fora da janela. Assim meu conselho é: seja paciente com o modo que Deus planejou para tornar-te uma feliz rã saltadora. Não se contente em ser apenas um girino ou uma estranha meia-rã. Mas também não se deixe surpreender pela estranheza e lentidão do processo. Como eu me tornei um pastor? Como eu me casei? Só Deus sabe. Incrível. Assim também o surgimento de quem você será aos 34 será incrível. Apenas mantenha o curso e olhe. Olhe, olhe. Há tanto para ver. A Bíblia é inesgotável. Olhe principalmente lá. O outro livro de Deus, o não autoritativo - a natureza - também é inesgotável. Olhe. Olhe. Olhe. Contemplando a glória de Deus nós estamos sendo transformados. Eu amo você e acredito que Deus tem grandes coisas "ranárias" para você. Não se preocupe por ser só uma rã saltadora parecida com Cristo. Sua alegria vem do que você vê. "Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é." (1 Jo 3:2)Há uma outra metamorfose esperando. A coisa vai melhorando cada vez mais. Deus é infinito. Por isso sempre haverá mais da glória dEle para uma mente finita ver. Não haverá nenhum tédio na eternidade. Afetuosamente ,Pastor John Notas do Editor:1. Sea World é um parque aquático localizado nos EUA com diversas atrações e shows com animais marinhos. -www.seaworld.com2. Wheaton College é a faculdade cristã em que Piper estudou. - http://www.wheaton.edu/Tradução: Juliano Heyse Fonte: Bom Caminho
COMO ESTÁ SUA VIDA DE ORAÇÃO? - D.M.LLOYD JONES
Posted: 15 Oct 2011 12:10 PM PDT
Como está sua vida de oração? D. M .Lloyd –Jones Qual é o lugar da oração em sua vida? Que proeminência tem ela em nossas vidas? É uma pergunta que eu dirijo a todos. É necessário que ela atinja tanto o homem que é bem versado nas Escrituras e que tem um bom conhecimento de doutrina e teologia, quanto a qualquer outro. Que lugar a oração ocupa em nossas vidas e quão essencial ela é para nós? Será que temos percebido que sem ela desfalecemos? Nossa condição definitiva como cristãos é testada pelo caráter da nossa vida de oração. Isso é mais importante que o conhecimento e o entendimento. Não pensem que eu estou diminuindo a importância do conhecimento. Tenho passado a maior parte da minha vida tentando mostrar a importância de se ter um bom conhecimento e entendimento da verdade. Isso é de importância vital. Só há uma coisa que é mais importante: a oração. O teste definitivo da minha compreensão do ensino bíblico é a quantidade de tempo que eu gasto em oração. Como a teologia é, no final das contas, conhecimento de Deus, quanto mais teologia eu conheço, mais ela deveria me guiar na busca desse conhecimento. Não se trata de conhecer sobre Ele, mas de conhecê-lo. O objetivo inteiro da salvação é me trazer a um conhecimento o de Deus. Eu posso aqui falar de uma maneira acadêmica sobre regeneração, mas o que é, afinal, a vida eterna? É que eles possam conhecer a Ti, o único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo a quem enviaste. Se todo o meu conhecimento não me conduz à oração, certamente há algo de errado em algum lugar. Espera-se que ele faça exatamente isso. O valor do conhecimento é que ele me dá uma tal compreensão do valor da oração, que eu passo a dedicar tempo a ela e a me deleitar com ela. Se meu conhecimento não produzir esses resultados em minha vida, há algo de errado e espúrio nele, ou então devo estar lidando com este conhecimento de uma maneira completamente equivocada.
Fonte: Bom Caminho
Posted: 15 Oct 2011 10:50 AM PDT
Pregação: John Piper – O Propósito Mais Sério do Mundo: Alegria o oposto de sério não é alegre, mas trivial e tolo. É possível estar cheio de alegria e ser sério. A busca pela alegria não é trivial, mas central. Não é opcional, é necessária. O propósito desta mensagem é explicar o por quê disto. Algumas pessoas acham que é errado buscar sua alegria, como se isto fosse oposto a tomar sua cruz. Muitos têm a ideia de que quando você busca piedade, você não pode buscar coisas para si mesmo, como se fosse errado buscar sua própria alegria. C. S. Lewis, no seu livro Peso de Glória, veio de encontro com este pensamento. Ele diz: O Novo Testamento tem muito a declarar sobre renúncia, mas não da renúncia como um fim em si. Ele diz-nos que devemos negar a nós mesmos e tomar a nossa cruz para poder seguir a Cristo. [...]Na realidade, se considerarmos as promessas pouco modestas de galardão e a espantosa natureza das recompensas prometidas nos evangelhos, diríamos que nosso Senhor considera nossos desejos não demasiadamente grandes, mas demasiadamente pequenos. Somos criaturas divididas, correndo atrás de álcool, sexo e ambições, desprezando a alegria infinita que se nos oferece, como uma criança ignorante que prefere continuar fazendo seus bolinhos de areia numa favela, porque não consegue imaginar o que significa um convite para passar as férias na praia. Contentamo-nos com muito pouco. (C.S. Lewis – Peso de glória)Nós nos acostumamos em satisfazer com pouco (trabalho, computador, etc.) e não em Deus e tornamos o dever sem alegria na essência da virtude, a fim de justificar nossos corações não transformados. Mas será que a Bíblia fala que o meu desejo de ser feliz na verdade é fraco? A Bíblia me conclama a buscar alegria com toda força? Quero mostrar que a vida cristã depende da busca intensa por alegria. Para isso quero dar 9 razões bíblicas porque isso é verdade.1) A busca pela alegria é necessária, porque a glória de Cristo é magnificada através dela Porque estou certo de que isto mesmo, pela vossa súplica e pela provisão do Espírito de Jesus Cristo, me redundará em libertação, segundo a minha ardente expectativa e esperança de que em nada serei envergonhado; antes, com toda a ousadia, como sempre, também agora, será Cristo engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte. Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro (Filipenses 1:19-21).Neste texto vemos que o motivo porque você existe e tem um corpo é mostrar Cristo como magnífico, engrandecer a Cristo. Cristo é visto como magnífico em minha morte se Ele for visto como lucro, como um Tesouro mais precioso que toda a vida na terra, mostrando que estar com Cristo é melhor que permanecer aqui. Portanto, o motivo porque devemos buscar nossa alegria com toda força é porque Cristo é mais glorificado em nós quando estamos mais satisfeitos nele. A glória de Cristo está ligada a nossa alegria nele.2) Deus nos ordena perseguir a alegria Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras. Servi ao SENHOR com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico. (Salmos 100: 1,2)Portanto, meus irmãos, amados e mui saudosos, minha alegria e coroa, sim, amados, permanecei, deste modo, firmes no Senhor. (Filipenses 4:1)Deus, no Salmo 100, nos ordena celebramos com alegria e servi-lo com alegria! Dizer: “não devemos buscar a alegria, mas buscar a obediência” é como dizer “não busque maçãs, busque frutas”. Não buscar alegria é desobedecer a Deus, pois Deus nos comanda buscarmos a alegria e ordenada nos alegrarmos. Então, não devemos fazer uma separação entre alegria e obediência.3) Deus nos ameaça com coisas terríveis se não buscarmos a alegria porquanto não serviste ao SENHOR, teu Deus, com alegria e bondade de coração, não obstante a abundância de tudo. (Deuteronômio 28:47)Deus afirma neste texto que há sérias consequências em não busca-lo com alegria. Se você acha que a busca por alegria é algo trivial, que o importante mesmo é obedecer sem alegria, você não entendeu este texto.4) A natureza da fé nos ensina a perseguir a alegria de fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam. (Hebreus 11:6)Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede. (João 6: 35)Se você quer agradar a Deus, você deve ter fé – e ter fé é crer que Deus existe e se achegar a Ele para receber recompensa. Se você se achega a Deus querendo dar a Ele, você o desonra, pois Ele é rico e sábio enquanto nós somos pobres e tolos. Nós nos aproximamos a Deus como um Galardoador, como a fonte de nossa alegria e não devemos usá-lo para conseguir outro galardão ou alegria. Apesar de ofertarmos sacrifícios de louvor a Deus, mesmo este sacrifício é realizado na dependência de Deus. Depender de Deus o exalta mais do que irmos a Ele como autossuficientes. Fé é o aproximar-se a Cristo para recebê-lo como Aquele que satisfaz a sede e fome da minha alma. Fé é estar satisfeito em Jesus. Fé é estar satisfeito com tudo que Deus é para nós em Cristo Jesus.5) A natureza do mal nos ensina a buscar a alegria Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! Ficai estupefatos, diz o SENHOR. Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas. (Jeremias 2: 12,13)Este texto nos mostra dois grandes males: abandonar o manancial de águas vivas (Deus) e cavar cisternas rotas, que não retêm águas. Por este texto podemos definir “mal” como virar-se de Deus na busca de alegria e buscar desesperadamente encontra-la em qualquer outra coisa. Isso não funciona! O pecado nos engana, pois faz falsas promessas de satisfação. Mas o pecado não nos satisfaz, porém Deus nos satisfaz para sempre!6) A natureza da conversão nos ensina a buscar a alegria. O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo. (Mateus 13:44)Jesus conta uma parábola do reino, de nossa conversão. Nela ele mostra que tornar-se um cristão é tropeçar pela graça no Tesouro – Cristo – e vê-lo como o bem mais precioso do universo, ao ponto de deixar tudo por Ele. Tudo: família, trabalho, dinheiro, etc. Devemos nos lembrar que não compramos Jesus. Jesus é um presente gracioso. O ponto da parábola é ver o precioso valor de Cristo, pois na própria natureza da conversão está a mudança de valores e emoções: Cristo antes não representava nada para você, agora Ele é sua vida.7) O ensino de Cristo sobre autonegação é compatível com nossa busca por alegria então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á. (Marcos 8: 34,35)Umas das objeções mais comuns a este ensino é dizer que ele nega o ensino de Cristo sobre autonegação: tomar sua cruz e seguir a Cristo. Essa objeção diz que você não presta mais atenção para si mesmo e vai, mesmo que sem querer, para a morte. Mas Jesus diz que devemos buscar salvar nossa vida, mas a forma como fazemos isso é negando-a. Jesus argumentar baseado no desejo dele e nosso de viver. Jesus não quer que você perca sua vida. Mas Ele deseja que você venda tudo para ter este Tesouro (Mt 13:44). Jesus afirma que existe autonegação, mas não autonegação como um fim em si mesmo, mas uma autonegação de coisas menores, para ter algo melhor: Jesus! Você nega o pecado para ter um Salvador. Você morre para o mundo para ter a Jesus.8) Deus oferece a Si mesmo como nosso prazer mais pleno e durável Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente. (Salmos 16:11)Deus nos diz para irmos até Ele e que quando fizermos isso acharemos farturas de alegrias que jamais se tornam tediosas. A alegria oferecida por Deus é plena – satisfaz totalmente – e é eterna – para todo sempre. Ninguém pode oferecer uma alegria maior que Cristo.9) O chamado da bíblia para amarmos as pessoas nos ensina a buscar a alegria tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber. (Atos 20:35)O chamado para ser alegre e satisfeito em Deus não ignora o sofrimento (momentâneo e eterno) das pessoas. Contudo, você só pode amar verdadeiramente as pessoas depois de estar satisfeito em Deus. Vivemos em dias em que amar seu inimigo pode custar sua vida. E você só fará isso se puder dizer “morrer é lucro”, estando satisfeito em Deus. olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. (Hebreus 12:2)A cruz foi horrivelmente dolorosa e vergonhosa e Jesus olhou para os milhares de adoradores e se alegrou nisso e suportou a cruz. Não pense que você tem uma motivação mais nobre que Cristo. A busca da alegria foi o poder que carregou nosso Salvador. Creio que não há nenhuma outra razão que eu possa dar maior que essa.Quero dar uma ilustração:Se você der um presente para sua esposa porque é sua obrigação e porque você leu em um livro, você acha que isso a deixaria feliz? Ou ela ficaria mais feliz se você dissesse que você se alegra em fazê-la feliz? Será que ela pensaria que você é egoísta por gostar de ficar com ela? O tipo de obediência que honra a Deus não é aquela que diz “porque está escrito” como motivação, mas aquela que diz “porque é minha alegria”. Por fim, Deus não nos deixou sós em nossa busca de alegria, pois Ele sabe que somos pecadores que trocaram a glória de Deus por coisas terrenas. Deus enviou Seu Filho para superar todas as barreiras entre Ele e nossa alegria nele. A barreira da nossa culpa, da nossa justiça e da Sua terrível ira. carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados. (I Pedro 2:24)Então depois destas 9 razões e deste exemplo, quero perguntar: você tem levado a sério sua busca por alegria em Deus? Pregação por John Piper
Desiring God
pregado no Juntos em Cristo Resumo por voltemosaoevangelho.comFonte: [Voltemos ao Evangelho]
Silas Malafaia, Joanib Palharim, R.R. Soares, Edir Macedo, Robson Rodovalho e tantos outros, o que existe de comum entre estes homens? São todos HEREGES! A heresia parece que é verdade, mais não é, estes homens abraçaram a teologia ARMINIANA, esta teologia é uma negação da saudável teologia CALVINISTA REFORMADA, os arminianos negaram a doutrina reformada calvinista, e desenvolveram os cinco pontos do arminianismo, o que é na verdade a negação da doutrina reformada das Escrituras Sagradas, segue abaixo um informativo histórico e depois um comparativo. Jacobus, Arminius, nome verdadeiro Jacob Harmensen, Hermansz, ou ainda Harmenszoon (1560-1609), holandês, teólogo e ministro da Igreja Reformada Holandesa que se opôs ao dogma da predestinação e desenvolveu sua própria doutrina conhecida depois como arminianismo. Seu pai faleceu quando Arminius era criança; dois benfeitores custearam seus estudos sucessivamente na escola primária e depois nas universidades de Leiden (1576-1582), Basel e Geneva (1582-1586). Foi ordenado em Amsterdã em 1588, onde se casou. Em 1603 Arminius foi convidado para uma cadeira de teologia em Laiden, que ele manteve até sua morte. Pôs-se contra seu colega Franciscus Gomarus, o qual pregava que aqueles eleitos para a salvação já estavam escolhidos por Deus antes da queda de Adão. Essa predestinação, - dogma professado pelo Calvinismo mais radical -, não deixava espaço para a misericórdia de Deus, nem para a vontade humana para alcançar a salvação. Então Arminius passou a afirmar uma eleição condicional, na qual a oferta divina da salvação poderia ser ou não afetada pela vontade livre do homem. Após sua morte alguns de seus seguidores deram apoio a suas teses assinando a "Remonstrance", um documento teológico, assinado em 1610, por 45 ministros e submetido aos Estados Gerais. O ponto crucial do arminianismo é que a dignidade humana requer uma total liberdade de vontade. O arminianismo remonstrante foi debatido em 1618-1619 no sínodo de Dordrecht, uma assembléia da Igreja Reformada Holandesa no qual todos os delegados eram seguidores de Gomarus. O arminianismo foi desacreditado e condenado pelo sínodo, os arminianos presentes foram expulsos, e muitos outros sofreram perseguição. Em 1629, no entanto, os trabalhos de Arminius (Opera theologica) foram publicados pela primeira vez em Leiden. CALVINISMO X ARMINIANISMO Arminiano LIVRE-ARBÍTRIO OU HABILIDADE HUMANA Embora a natureza humana tenha sido gravemente afetada pela Queda, o homem não foi deixado em um estado de total incapacidade espiritual. Deus graciosamente capacita cada pecador a se arrepender e crer, mas Ele não interfere na liberdade do homem. Cada pecador possui uma vontade livre e seu eterno destino depende de como ele a utiliza. A liberdade do homem consiste em sua habilidade de escolher o bem, em lugar do mal, nos assuntos espirituais. A vontade do homem não está escravizada à sua natureza pecaminosa. O pecador tem o poder de cooperar com o Espírito de Deus e ser regenerado ou de resistir a graça de Deus e perecer eternamente. O pecador perdido necessita da assistência do Espírito de Deus; todavia, ele não tem de ser regenerado pelo Espírito Santo, antes que seja capaz de crer, pois a fé é um ato humano e precede o novo nascimento. A fé é o dom do pecador para Deus; é a contribuição do homem para a sua salvação. Calvinista DEPRAVAÇÃO TOTAL OU INCAPACIDADE TOTAL Por causa da Queda, o homem é por si mesmo, incapaz de crer de maneira salvífica no evangelho. O pecador está morto, cego e surdo para as coisas de Deus; seu coração é enganoso e desesperadamente corrupto. Sua vontade não é livre, está em escravidão à sua natureza pecaminosa; por isso, ele não escolhe — e realmente não pode escolher — o bem, ao invés do mal. Consequentemente, é necessário muito mais do que apenas a assistência do Espírito Santo, para trazer um pecador a Cristo; é necessário acontecer a regeneração por meio da qual o Espírito Santo vivifica o pecador e lhe dá uma nova natureza. A fé não é algo que o homem contribui para a sua salvação; pelo contrário, é uma parte do divino dom da salvação. A fé é um dom de Deus outorgado ao pecador, não é um dom do pecador para Deus. Arminiano ELEIÇÃO CONDICIONAL Deus escolheu certos indivíduos para a salvação, antes da fundação do mundo, fundamentado em sua previsão de que eles atenderiam a chamada divina. Deus selecionou aqueles que Ele sabia creriam, por si mesmos, espontaneamente, no evangelho. A eleição, portanto, foi determinada ou condicionada ao que o homem faria. A fé que Deus viu antecipadamente e sobre a qual Ele fundamentou sua eleição não foi dada por Deus ao pecador (nem criada pelo poder regenerador do Espírito Santo); foi o resultado exclusivo da vontade humana. Foi deixado inteiramente ao homem aquilo que diz respeito a quem haveria de crer e, deste modo, quem seria eleito para a salvação. Deus escolheu aqueles que Ele sabia escolheriam a Cristo, por sua livre vontade. Assim a escolha do pecador por Cristo, e não escolha de Deus pelo pecador, é a causa essencial da salvação.Calvinista ELEIÇÃO INCONDICIONAL Deus escolheu certos indivíduos para a salvação, antes da fundação do mundo, fundamentado tão-somente em sua vontade soberana. A escolha divina de alguns pecadores em particular não se baseou em qualquer resposta de obediência por parte do pecador, vista por antecipação, tal como a fé, o arrependimento, etc. Deus outorga a fé e o arrependimento a cada pessoa que Ele mesmo escolheu. Esses atos são o resultado e não a causa da eleição divina. A eleição, portanto, não foi determinada pela escolha ou condicionada a qualquer qualidade virtuosa vista de antemão no homem. Aqueles que Deus escolheu soberanamente, Ele os traz a aceitarem voluntariamente a Cristo, por intermédio do poder do Espírito Santo. Deste modo, a escolha do pecador por parte de Deus, e não a escolha de Cristo por parte do pecador, é a causa essencial da salvação.Arminiano REDENÇÃO UNIVERSAL OU EXPIAÇÃO GERALA obra redentora de Cristo tornou possível que cada homem seja salvo, mas não assegura realmente a salvação de ninguém. Embora Cristo tenha morrido por todos os homens e em favor de cada indivíduo, somente aqueles que crerem nEle serão salvos. A morte de Cristo capacitou Deus a perdoar pecadores sob a condição de que creiam, mas realmente não remove os pecados deles. A redenção realizada por Cristo torna-se eficaz apenas se o homem decidir aceitá-la Calvinista REDENÇÃO PARTICULAR OU EXPIAÇÃO LIMITADAA obra redentora de Cristo tinha o propósito de salvar apenas os eleitos e realmente assegurou a salvação para eles. A morte de Cristo foi um suportar vicariamente a penalidade do pecado, em lugar de certos pecadores específicos. Além de remover os pecados de seu povo, a redenção de Cristo assegura tudo que é necessário à salvação deles, incluindo a fé que os une a Cristo. O dom da fé é aplicado de maneira infalível pelo Espírito Santo a todos aqueles em favor dos quais Cristo morreu, garantindo, deste modo, a salvação deles. Arminiano O ESPÍRITO SANTO PODE SER EFICAZMENTE RESISTIDOO Espírito Santo chama de maneira íntima todos aqueles que são chamados exteriormente através do convite do evangelho. Ele faz tudo o que pode para trazer o pecador à salvação. Mas, visto que o homem é livre, ele pode resistir com sucesso a chamada do Espírito Santo. O Espírito Santo não pode regenerar o pecador, enquanto este não crer; a fé (que é a contribuição do homem) precede e torna possível o novo nascimento. Assim, a vontade do homem limita o Espírito Santo na aplicação da obra salvífica de Cristo. O Espírito Santo só pode atrair a Cristo aqueles que permitirem que Ele realize sua obra. Até que o pecador responda favoravelmente, o Espírito Santo não pode lhe dar vida. Por conseguinte, a graça de Deus não é invencível; ela pode ser, e com freqüência o é, resistida e frustrada pelo homem. Calvinista A GRAÇA EFICAZ (OU IRRESISTÍVEL)Em complemento da chamada externa e geral para a salvação, chamada dirigida a todos que ouvem o evangelho, o Espírito Santo estende aos eleitos uma chamada interior e especial que inevitavelmente os traz à salvação. A chamada interior (dirigida tão somente aos eleitos) não pode ser resistida; sempre resulta em conversão. Por intermédio dessa chamada especial, o Espírito Santo atrai de maneira irresistível o pecador a Cristo. Ele não é limitado pela vontade humana em sua obra de aplicar a salvação; tampouco depende da cooperação do homem para ser bem-sucedido. O Espírito Santo leva graciosamente o pecador eleito a cooperar, a crer, a arrepender-se, a vir espontânea e livremente a Cristo. A graça de Deus, portanto, é invencível; ela nunca falha em resultar na salvação daqueles a quem ela é estendida. Arminiano CAIR DA GRAÇA Aqueles que crêem e são verdadeiramente salvos podem perder a sua salvação, por deixarem de preservar a sua fé, etc. Todos os arminianos não concordam nesse ponto; alguns afirmam que os crentes estão eternamente seguros em Cristo e que, tendo sido regenerados, eles não podem ser mais perdidos. Calvinista PERSEVERANÇA DOS SANTOS Todos os que são eleitos por Deus, redimidos por Cristo e recebem a fé por intermédio do Espírito Santo são eternamente salvos. Eles são guardados na fé pelo poder do Deus todo-poderoso e, deste modo, preservados até ao final.
Fonte: wwww.sociedadecalvinista.org/
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Por Ron Riffe
Não se deve julgar um livro pela sua capa!! Como vemos registrado em Gênesis 11:27, o patriarca Abraão tornou-se tio quando seu irmão Harã teve um filho. A criança recebeu o nome de Ló (que em hebraico significa "cobertura") e no verso 28 ficamos sabendo que seu pai morreu antes de a família se mudar de Ur dos caldeus (uma cidade que estaria situada no atual Iraque). A partir do relato do capítulo 12 em diante, parece que Abrão assumiu o papel de pai de Ló:
Não se deve julgar um livro pela sua capa!! Como vemos registrado em Gênesis 11:27, o patriarca Abraão tornou-se tio quando seu irmão Harã teve um filho. A criança recebeu o nome de Ló (que em hebraico significa "cobertura") e no verso 28 ficamos sabendo que seu pai morreu antes de a família se mudar de Ur dos caldeus (uma cidade que estaria situada no atual Iraque). A partir do relato do capítulo 12 em diante, parece que Abrão assumiu o papel de pai de Ló:
"Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra." [Gênesis 12:1-3; ênfase adicionada].
Precisamos observar que o chamado de Deus a Abrão (a quem Deus renomeou como Abraão) precedeu a mudança original da família da cidade de Ur para a terra de Canaã [11:31]. No verso 1 do capítulo 12, Deus disse a Abrão para deixar sua terra, sua parentela e a casa de seu pai. Mas, aparentemente, quando Abrão informou seu pai Terá de sua intenção de partir, Satanás entrou no quadro! Por que digo isso se a narrativa nada diz? Simplesmente por que as ações subseqüentes de Terá "telegrafam" essa mensagem. Pense nisto — Terá teve três filhos, o mais novo dos quais está agora morto (Harã) e o mais velho (Abrão) recebeu a visitação de um "deus" (como o pagão Terá deve ter imaginado) e está agora decidido a deixar toda a família para trás e se mudar para um lugar distante mais de 1.500 km! Assim, para lidar com esse dilema, Terá decide também deixar tudo para trás — incluindo Naor, o filho do meio e a família dele — e partir com Abrão para um futuro muito incerto. Dizer que isso vai contra o senso comum seria uma suavização. Em seguida, Terá (cujo nome, de forma muito apropriada, significa "atraso") atrapalha Abrão indo somente um pouco mais da metade do caminho para onde Deus o estaria levando. Seguindo a rota conhecida como "crescente fértil", que era regada pelos rios Tigre e Eufrates — áreas verdes no meio de regiões áridas — eles chegaram até as nascentes e Terá decidiu parar e se estabelecer naquele local.
Então, uma vez que eles armaram suas tendas, parece provável que o velho homem deu ao novo local de residência um nome em homenagem ao seu filho que tinha morrido. Embora eles já tivessem viajado uma boa distância — ainda estavam bem longe do local em que Deus desejava que Abrão se estabelecesse. Abrão tinha sido especificamente escolhido dentre todos os homens e Satanás certamente tomou nota disso. O objetivo de Deus de prover um Salvador foi revelado no Jardim do Éden [Gênesis 3:15] — naquilo que os teólogos chamam de "proto-evangelho" — o protótipo da mensagem do evangelho. Se olharmos com atenção, descobriremos que em todo o Antigo Testamento, Satanás fez muitas tentativas para estorvar esse plano, estando este incidente claramente entre eles.
Quanto tempo eles passaram em Harã não é indicado no texto bíblico, mas sabemos que Abrão tinha 75 anos quando finalmente reiniciou sua jornada após a morte de seu pai [12:4]. Não há dúvidas que o atraso veio como resultado da obediência à vontade de seu pai terreno, mas os anos em Harã foram desperdiçados por que a obediência ao chamado celestial estava incompleta. Somente quando fazemos exatamente aquilo que Deus nos diz é que podemos esperar receber um galardão completo. E não se engane a respeito disto — o Diabo usará nosso amor à família para se opor à vontade de Deus para nossas vidas, se permitirmos que ele faça isso.
Finalmente, Abrão reuniu sua família — incluindo seu sobrinho Ló — e continuou o processo de separação, conforme Deus o tinha instruído anos antes. Veja: o povo de Ur, a cidade natal de Abrão — bem como seu pai e a família ampliada — não eram adoradores de Jeová. Eles eram politeístas, pois adoravam muitos deuses e rotineiramente se inclinavam diante deles. Portanto, o intento de Deus era afastar Abrão desse ambiente espiritualmente decaído para o lugar de bênçãos — a terra de Canaã.
À medida que a jornada de Abrão continuou, vemos que ele cresceu espiritualmente à medida que lapsos de discernimento ensinaram-lhe preciosas lições. Mas, em geral, sua vida foi caracterizada pela retidão. [Gênesis 15:6]. Entretanto, quando consideramos seu sobrinho Ló, encontramos um agudo contraste no modo como eles viveram suas vidas! Como muitos cristãos hoje em dia, Ló amava as coisas deste mundo e fazia tudo o que podia para "ser alguém". Em vez de imitar o exemplo de seu tio piedoso e depender do Senhor para suprir todas suas necessidades, ele exibia uma atitude de ingratidão. Os versos 5 e 6 do capítulo 13 nos dizem que Ló foi grandemente abençoado enquanto permaneceu com Abraão:
"E também Ló, que ia com Abrão, tinha rebanhos, gado e tendas. E não tinha capacidade a terra para poderem habitar juntos; porque os seus bens eram muitos; de maneira que não podiam habitar juntos." [Gênesis 13:5-6].
Mas logo ele quis mais e quando Abrão gentilmente permitiu que ele escolhesse que parte da terra ele queria, Ló aproveitou-se da oportunidade e escolheu a melhor — "a campina do Jordão", que o verso 10 chama de "jardim do Senhor" por causa de sua beleza comparável ao Jardim do Éden. Entretanto, existiam espinhos naquela bela rosa que Ló não reconheceu! As cidades extremamente ímpias de Sodoma e Gomorra estavam situadas ali e em breve "Ló armou suas tendas até Sodoma". [verso 12].
Como alguém já disse: "Deus opera de formas misteriosas suas maravilhas" e nos versos 14-18 encontramos uma pista que nos mostra que a separação de Ló de Abrão era a vontade de Deus — por que a aliança de Deus só foi estabelecida depois que Ló partiu:
"E disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta agora os teus olhos, e olha desde o lugar onde estás, para o lado do norte, e do sul, e do oriente, e do ocidente; porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua descendência, para sempre. E farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que se alguém puder contar o pó da terra, também a tua descendência será contada. Levanta-te, percorre essa terra, no seu comprimento e na sua largura; porque a ti a darei. E Abrão mudou as suas tendas, e foi, e habitou nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom; e edificou ali um altar ao SENHOR." [Gênesis 13:14-18].
Essa promessa feita a Abrão (a quem Deus mais tarde renomeou como Abraão) é chamada de "Aliança com Abraão" e é incondicional. Não existiam "cordões amarrados" com base em Abrão ser um bom menino e comer seus legumes. Não, isso significa exatamente aquilo o que diz e é uma aliança eterna e incondicional prometida à maior de todas as sementes de Abraão — Jesus Cristo e todos os Seus eleitos — começando com os eleitos entre os judeus. (E o remanescente eleito de crentes judeus hoje — juntamente com os eleitos entre os gentios — ambos estando "em Cristo" [Efésios 1:4] — agora são herdeiros da terra de Canaã, que o mundo chama de Palestina!)
"Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que é Cristo." [Gálatas 3:16].
"Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego." [Romanos 1:16; ênfase adicionada].
"Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego." [Romanos 2:10].
Em seguida, no capítulo 14, ficamos sabendo que Ló e sua família foram tomados cativos pelos exércitos de quatro reis confederados que atacaram Sodoma e Gomorra. Quando Abrão ficou sabendo o que tinha acontecido, imediatamente reuniu 318 de seus servos e perseguiu os invasores até que os alcançou em Dã — uma localidade situada no extremo norte de Canaã. Abrão dividiu seu pequeno "exército" em duas unidades e surpreendeu a força muito superior atacando-a à noite. Os reis foram mortos e todos os cativos e seus bens foram recuperados, mas Ló obviamente não aprendeu a lição — porque voltou direto para Sodoma! Na próxima vez que o encontramos, o texto diz que ele estava na porta da cidade [Gênesis 19:1]. Há um velho adágio que diz mais ou menos assim: "Uma vez que o camelo ponha seu nariz para dentro da tenda, a próxima coisa que você saberá é que poderá encontrar o camelo dentro da tenda!" Ló começou a "armar suas tendas até Sodoma", que é uma metáfora para dizer que ele cobiçou as coisas do mundo. Em seguida, ele continuou se aproximando cada vez mais com o passar do tempo, até que finalmente se mudou e se estabeleceu naquela cidade extremamente ímpia. E agora, pelo fato de estar sentado à porta da cidade, podemos saber que ele tinha se tornado um político — um líder daquela comunidade! Havia um costume de os anciãos assentarem-se à porta da cidade para ouvir e julgar as disputas jurídicas entre o povo. Assim, nosso amigo Ló é agora uma figura importante naquela cidade e está totalmente integrado na vida secular de Sodoma. Mas o que ele ignora é que Deus tinha aparecido anteriormente a Abrão (no capítulo 18) e dito que as cidades de Sodoma e Gomorra seriam destruídas por causa de sua impiedade. Bem, Abrão ainda ama seu sobrinho e tenta imediatamente interceder com Deus em um esforço de salvar Ló e sua família da destruição. Ao negociar com Deus como seu amigo [Tiago 2:23], ele consegue fazer Deus dizer que pouparia a cidade se encontrasse apenas dez justos nela.
Sabemos que a família de Ló consistia de pelo menos dez pessoas por causa do número final que Abrão buscou — (Ló, sua mulher, duas filhas ainda solteiras, e pelo menos duas filhas casadas [19:14 — em que "filhas" está no plural] e seus maridos, e talvez filhos?). Mas, de qualquer maneira, os eventos subseqüentes provam que os dez justos não foram encontrados — e esse fato fala muito claramente sobre a falta de testemunho de Ló com sua família. Quando ele advertiu seus genros a fugirem, foi tido por zombador aos olhos deles. [verso 14].
Assim, os anjos que foram enviados para destruir as cidades então apressaram Ló para pegar sua mulher e as duas filhas e fugir para salvarem suas vidas. "Sendo-lhe o Senhor misericordioso" (verso 16), os anjos literalmente os pegaram pelas mãos e os tiraram da cidade — instruindo-os a escaparem para o monte para que não perecessem com as cidades. E para mostrar a gravidade do declínio espiritual de Ló, em vez de escapar para o monte, ele pede permissão para fugir para a pequena cidade de Zoar, que estava ali perto. Exasperado, o anjo concorda em poupar Zoar para que Ló e sua família possam se abrigar ali (verso 21). Em seguida, no verso 22, encontramos um tremendo princípio da Palavra de Deus:
"Apressa-te, escapa-te para ali; porque nada poderei fazer, enquanto não tiveres ali chegado. Por isso se chamou o nome da cidade Zoar." [Gênesis 19:22; ênfase adicionada].
Os anjos vingadores de Deus não estavam autorizados a executar o julgamento até que aqueles que estavam sob a proteção de Deus fossem postos em segurança. Mas era essa proteção unicamente devido à intercessão de Abrão? Fique ligado...
Anteriormente, os anjos tinham instruído Ló e sua família a não olharem para trás (verso 17) e eles fugiram para Zoar. Assim que Ló entrou na cidade — "o SENHOR fez chover enxofre e fogo, do SENHOR, desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra" — destruindo totalmente as cidades da planície, com a única exceção de Zoar, escolhida como refúgio por Ló e sua família. Mas a irresistível atração daquilo que o pecado tem a oferecer dominava a mulher de Ló e ela não conseguia deixar de pensar em seus bens que ficaram em Sodoma. Por causa dessa desobediência, ela foi instantaneamente convertida em uma coluna de sal [verso 26]. O livramento estava tão perto, mas por cobiçar as coisas do mundo ela também pereceu.
O que aconteceu em seguida é repugnante, mas retrata vividamente como Ló tinha ensinado pouco à sua família sobre os valores espirituais — as coisas que ele sem dúvida alguma aprendeu quando viveu com seu piedoso tio Abrão — mas deixou de transmitir para seus próprios familiares.
Temendo por sua vida, Ló levou suas duas filhas para o monte e foi morar em uma caverna. Algum tempo depois, a filha mais velha "teve uma idéia" (e sabemos com quem essa idéia se originou, não sabemos? — o mesmo que quis atrapalhar quando Abrão tentou se separar do mundo e de sua parentela em Ur dos caldeus!) Ela disse à irmã mais nova que as possibilidades de elas se casarem e terem filhos eram remotas, de modo que para a árvore genealógica da família sobreviver — elas teriam de agir com suas próprias mãos. Assim, ela planejou embriagar seu pai naquela noite e manter intercurso sexual com ele. O plano funcionou e Ló estava tão bêbado que não percebeu quando ela veio nem quando saiu de sua cama. Na noite seguinte a irmã mais nova fez a mesma coisa, com os mesmos resultados. Ambas engravidaram de um relacionamento incestuoso com o próprio pai e eu fico imaginando quanto tempo levou para Ló descobrir todos os detalhes de como aquilo tinha acontecido!
Esse incidente me faz lembrar uma passagem das Escrituras que diz:
"Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna." [Gálatas 6:7-8].
Ló amou o mundo e deu corda para seus desejos carnais. Ele claramente colheu os frutos das "sementes" que plantou em suas filhas. Ambas tiveram meninos. A mais velha chamou seu filho de Moabe e a mais nova chamou seu bebê de Ben-Amí. Mais tarde, esses dois meninos cresceram e tomaram mulheres gentias como esposas, e assim deram origem aos povos moabita e amonita — ambos amargos inimigos de Israel em toda sua história!
(Antes que nos esqueçamos de Abrão neste mesmo departamento, vamos lembrar que ele tentou "ajudar Deus" a prover o filho que foi prometido e tomou Hagar, a serva egípcia, como sua mulher. Ela deu à luz Ismael — o pai dos povos árabes, e eles também têm sido um espinho na carne de Israel até o dia de hoje.)
O que podemos então concluir a respeito desse homem, Ló? É remotamente concebível que devamos esperar encontrar esse sujeito pecaminoso e mundano no reino eterno de Deus? Com base nas evidências apresentadas no livro de Gênesis, receio que a maioria de nós tenha sérias dúvidas! Mas, louvado seja o Senhor, a salvação não depende das opiniões dos homens e o apóstolo Pedro dissipa todas as dúvidas quando diz:
"E condenou à destruição as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as para exemplo aos que vivessem impiamente; e livrou o justo Ló, enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis (porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa, vendo e ouvindo sobre as suas obras injustas)." [2 Pedro 2:6-8; ênfase adicionada].
Ló não podia acusar ninguém, somente a si mesmo, e seus próprios pecados o torturaram a cada dia enquanto ele viveu entre aquele povo vil e ímpio de Sodoma. Mas ele também será um dia julgado pelo Senhor Jesus Cristo — juntamente com todos os indivíduos eleitos do Antigo Testamento — e receber uma repreensão por ter sido um servo inútil parece que será uma possibilidade muito distinta para ele. Entretanto, devemos meditar naquilo que a inspirada Palavra de Deus diz por meio do apóstolo Pedro — Ló era inegavelmente um filho eleito da graça de Deus e seus pecados não comprometeram de modo algum sua salvação. Destarte, para aqueles de vocês que estão convencidos que alguém pode perder a salvação, o que mais poderia Ló ter feito para perdê-la??!!
Fonte: A Espada do Espirito
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OS CINCO PONTOS DO CALVINISMO
(Tradução livre e adaptada do livro The Five Points of Calvinism - Defined, Defended, Documented, de David N. Steele e Curtis C. Thomas, Partes I e II, [Presbyterian & Reformed Publishing Co, Phillipsburg, NJ, USA.], feita por João Alves dos Santos)
I. A ORIGEM DOS “CINCO PONTOS”
A. O PROTESTO DO PARTIDO ARMINIANO, NA HOLANDA
Os Cinco Pontos do Calvinismo tiveram sua origem a partir de um protesto que os seguidores de James Arminius (um professor de seminário holandês) apresentaram ao “Estado da Holanda” em 1610, um ano após a morte de seu líder. O protesto consistia de “cinco artigos de fé”, baseados nos ensinos de Armínio, e ficou conhecido na história como a “Remonstrance”, ou seja, “O Protesto”. O partido arminiano insistia que os símbolos oficiais de doutrina das Igrejas da Holanda (Confissão Belga e Catecismo de Heidelberg) fossem mudados para se conformar com os pontos de vista doutrinários contidos no Protesto. As doutrinas às quais os arminianos fizeram objeção eram as relacionadas com a soberania divina, a inabilidade humana, a eleição incondicional ou predestinação, a redenção particular (ou expiação limitada), a graça irresistível (chamada eficaz) e a perseverança dos santos. Essas são doutrinas ensinadas nesses símbolos da Igreja Holandesa, e os arminianos queriam que elas fossem revistas.
B. OS “CINCO PONTOS DO ARMINIANISMO”
Os cinco artigos de fé contidos na “Remonstrance” podem ser resumidos no seguinte:
1. Deus elege ou reprova na base da fé prevista ou da incredulidade.
2. Cristo morreu por todos os homens, em geral, e em favor de cada um, em particular, embora somente os que crêem sejam salvos.
3. Devido à depravação do homem, a graça divina é necessária para a fé ou qualquer boa obra.
4. Essa graça pode ser resistida.
5. Se todos os que são verdadeiramente regenerados vão seguramente perseverar na fé é um ponto que necessita de maior investigação.
Esse último ponto foi depois alterado para ensinar definitivamente a possibilidade de os realmente regenerados perderem sua fé, e, por conseguinte, a sua salvação. Todavia, nem todos os arminianos estão de acordo, nesse ponto. Há muitos que acreditam que os verdadeiramente regenerados não podem perder a salvação e estão eternamente salvos.
C. A BASE FILOSÓFICA DO ARMINIANISMO
Conforme expõe J.I.Packer (O “Antigo” Evangelho, pp. 5, 6) a teologia contida nessa “Remonstrance” (ou Representação) “originou-se de dois princípios filosóficos: primeiro, que a soberania de Deus é incompatível com a liberdade humana, e, portanto, também com a responsabilidade humana; em segundo lugar, que habilidade é algo que limita a obrigação... Com bases nesses princípios, os arminianos extraíram duas deduções: primeira, visto que a Bíblia considera a fé como um ato humano livre e responsável, ela não pode ser causada por Deus, mas é exercida independentemente dEle; segunda, visto que a Bíblia considera a fé como obrigatória da parte de todos quantos ouvem o Evangelho, a capacidade de crer deve ser universal. Portanto, eles afirmam, as Escrituras devem ser interpretadas como ensinando as seguintes posições:
1. O homem nunca é de tal modo corrompido pelo pecado que não possa crer salvaticiamente (salvificamente) no Evangelho, uma vez que este lhe seja apresentado;
2. O homem nunca é de tal modo controlado por Deus que não possa rejeitá-lo;
3. A eleição divina daqueles que serão salvos alicerça-se sobre o fato da previsão divina de que eles haverão de crer, por sua própria deliberação;
4. A morte de Cristo não garantiu a salvação para ninguém, pois não garantiu o dom da fé para ninguém (e nem mesmo existe tal dom); o que ela fez foi criar a possibilidade de salvação para todo aquele que crê;
5. Depende inteiramente dos crentes manterem-se em um estado de graça, conservando a sua fé; aqueles que falham nesse ponto, desviam-se e se perdem.
Dessa maneira, o arminianismo faz a salvação do indivíduo depender, em última análise, do próprio homem, pois a fé salvadora é encarada, do princípio ao fim, como obra do homem, pertencente ao homem e nunca a Deus”.
D. A REJEIÇÃO DO ARMINIANISMO PELO SÍNODO DE DORT E A FORMULACÃO DOS CINCO PONTOS DO CALVINISMO
Em 1618 foi convocado um Sínodo nacional para reunir-se em Dort, a fim de examinar os pontos de vista de Armínio à luz das Escrituras. Essa convocação foi feita pelos Estados Gerais da Holanda para o dia 13 de novembro de 1618. Constou de 84 membros e 18 representantes seculares. Entre esses estavam 27 delegados da Alemanha, Suíça, Inglaterra e de outros países da Europa. Durante os sete meses de duração do Sínodo houve 154 sessões para tratar desses artigos.
Após um exame minucioso e detalhado de cada ponto, feito pelos maiores teólogos da época, representando a maioria das Igrejas Reformadas da Europa, o Sínodo concluiu que, à luz do ensino claro das Escrituras, esses artigos tinham que ser rejeitados como não bíblicos. Isso foi feito por unanimidade. Não somente isso, mas o Concílio impôs censura eclesiástica aos “remonstrantes”, - depondo-os de seus cargos, e a autoridade civil (governo) os baniu do país por cerca de seis anos. Além de rejeitar os cinco artigos de fé dos arminianos, o Sínodo formulou o ensino bíblico a respeito desse assunto na forma de cinco capítulos que têm sido, desde então, conhecidos como “os cinco pontos do Calvinismo”, pelo fato de Calvino ter sido grande defensor e expositor desse assunto.
Embora cause estranheza a muitos essa posição, devido à mudança teológica que as igrejas têm sofrido desde vários séculos, os reformadores eram unânimes em condenar o arminianismo como uma heresia ou quase isso. A salvação era vista como uma obra da graça de Deus, do começo ao fim, sem qualquer contribuição do homem. Essa posição pode ser resumida na seguinte proposição: Deus salva pecadores.
II. OS CINCO PONTOS DO ARMINIANISMO CONTRASTADOS COM OS CINCO PONTOS DO CALVINISMO
A. O LIVRE ARBÍTRIO OU HABILIDADE HUMANA CONTRASTADO COM A INABILIDADE TOTAL OU DEPRAVAÇÃO TOTAL
Arminianismo: Embora a natureza humana tenha sido seriamente afetada pela queda, o homem não ficou reduzido a um estado de incapacidade total. Deus, graciosamente, capacita todo e qualquer pecador a arrepender-se e crer, mas o faz sem interferir na liberdade do homem. Todo pecador possui uma vontade livre (livre arbítrio), e seu destino eterno depende do modo como ele usa esse livre arbítrio. A liberdade do homem consiste em sua habilidade de escolher entre o bem e o mal, em assuntos espirituais. Sua vontade não está escravizada pela sua natureza pecaminosa.. O pecador tem o poder de cooperar com o Espírito de Deus e ser regenerado ou resistir à graça de Deus e perecer. O pecador perdido precisa da assistência do Espírito, mas não precisa ser regenerado pelo Espírito antes de poder crer, pois a fé é um ato deliberado do homem e precede o novo nascimento. A fé é o dom do pecador a Deus, é a contribuição do homem para a salvação.
Calvinismo: Devido à queda, o homem é incapaz de, por si mesmo, crer de modo salvador no Evangelho. O pecador está morto, cego e surdo para as coisas de Deus. Seu coração é enganoso e desesperadamente corrupto. Sua vontade não é livre, pois está escravizada à sua natureza má; por isso ele não irá - e não poderá jamais - escolher o bem e não o mal em assuntos espirituais. Por conseguinte, é preciso mais do que simples assistência do Espírito para se trazer um pecador a Cristo. É preciso a regeneração, pela qual o Espírito vivifica o pecador e lhe dá uma nova natureza. A fé não é algo que o homem dá (contribui) para a salvação, mas é ela própria parte do dom divino da salvação. É o dom de Deus para o pecador e não o dom do pecador para Deus.
B. A ELEIÇÃO CONDICIONAL CONTRASTADA COM A ELEIÇÃO INCONDICIONAL
Arminianismo: A escolha divina de certos indivíduos para a salvação, antes da fundação do mundo, foi baseada na Sua previsão (presciência) de que eles responderiam à Sua chamada (fé prevista). Deus selecionou apenas aqueles que Ele sabia que iriam, livremente e por si mesmos, crer no Evangelho. A eleição, portanto, foi determinada ou condicionada pelo que o homem iria fazer. A fé que Deus previu e sobre a qual Ele baseou a Sua escolha não foi dada ao pecador por Deus (não foi criada pelo poder regenerador do Espírito Santo), mas resultou tão somente da vontade do homem. Foi deixado inteiramente ao arbítrio do homem o decidir quem creria e, por conseguinte, quem seria eleito para a salvação. Deus escolheu aqueles que Ele sabia que iriam, de sua livre vontade, escolher a Cristo. Assim, a causa última da salvação não é a escolha que Deus faz do pecador, mas a escolha que o pecador faz de Cristo.
Calvinismo: A escolha divina de certos indivíduos para a salvação, antes da fundação do mundo, repousou tão somente na Sua soberana vontade. A escolha de determinados pecadores feita por Deus não foi baseada em qualquer resposta ou obediência prevista da parte destes, tal como fé ou arrependimento. Pelo contrário, é Deus quem dá a fé e o arrependimento a cada pessoa a quem Ele escolheu. Esses atos são o resultado e não a causa da escolha divina. A eleição, portanto, não foi determinada nem condicionada por qualquer qualidade ou ato previsto no homem. Aqueles a quem Deus soberanamente elegeu, Ele os traz, através do poder do Espírito, a uma voluntária aceitação de Cristo. Desta forma, a causa última da salvação não é a escolha que o pecador faz de Cristo, mas a escolha que Deus faz do pecador.
C. A REDENÇÃO UNIVERSAL OU EXPIAÇÃO GERAL CONTRASTADA COM A REDENÇÃO PARTICULAR OU EXPIAÇÃO LIMITADA
Arminianismo: A obra redentora de Cristo tornou possível a salvação de todos, mas na verdade não assegurou a salvação de ninguém. Embora Cristo tenha morrido por todos os homens, em geral, e em favor de cada um, em particular, somente aqueles que crêem nEle são salvos. A morte de Cristo capacitou a Deus a perdoar pecadores na condição de que creiam, mas na verdade não removeu (expiou) o pecado de ninguém. A redenção de Cristo só se torna efetiva se o homem escolhe aceitá-la.
Calvinismo: A obra redentora de Cristo foi intencionada para salvar somente os eleitos e, de fato, assegurou a salvação destes. Sua morte foi um sofrimento substitucionário da penalidade do pecado no lugar de certos pecadores específicos. Além de remover o pecado do Seu povo, a redenção de Cristo assegurou tudo que é necessário para a sua salvação, incluindo a fé que os une a Ele. O dom da fé é infalivelmente aplicado pelo Espírito a todos por quem Cristo morreu, deste modo, garantindo a sua salvação.
D. A POSSIBILIDADE DE SE RESISTIR À OBRA DO ESPIRITO SANTO CONTRASTADA COM A CHAMADA EFICAZ DO ESPÍRITO OU GRAÇA IRRESISTÍVEL
Arminianismo: O Espírito chama internamente todos aqueles que são externamente chamados pelo convite do Evangelho. Ele faz tudo que pode para trazer cada pecador à salvação. Sendo o homem livre, pode resistir de modo efetivo a essa chamada do Espírito. O Espírito não pode regenerar o pecador antes que ele creia. A fé (que é a contribuição do homem para a salvação) precede e torna possível o novo nascimento. Desta forma, o livre arbítrio limita o Espírito na aplicação da obra salvadora de Cristo. O Espírito Santo só pode atrair a Cristo aqueles que O permitem atuar neles. Até que o pecador responda, o Espírito não pode dar a vida. A graça de Deus, portanto, não é invencível; ela pode ser, e de fato é, freqüentemente, resistida e impedida pelo homem.
Calvinismo: Além da chamada externa à salvação, que é feita de modo geral a todos que ouvem o evangelho, o Espírito Santo estende aos eleitos uma chamada especial interna, a qual inevitavelmente os traz à salvação. A chamada externa (que é feita indistintamente a todos) pode ser, e, freqüentemente é, rejeitada; ao passo que a chamada interna (que é feita somente aos eleitos) não pode ser rejeitada. Ela sempre resulta na conversão. Por meio desta chamada especial o Espírito atrai irresistivelmente pecadores a Cristo. Ele não é limitado em Sua obra de aplicação da salvação pela vontade do homem, nem depende, para o Seu sucesso, da cooperação humana. O Espírito graciosamente leva o pecador eleito a cooperar, a crer, a arrepender-se, a vir livre e voluntariamente a Cristo. A graça de Deus, portanto, é invencível. Nunca deixa de resultar na salvação daqueles a quem ela é estendida.
E. A QUEDA DA GRAÇA CONTRASTADA COM A PERSEVERANÇA DOS SANTOS
Arminianismo: Aqueles que crêem e são verdadeiramente salvos podem perder sua salvação por não guardar a sua fé. Nem todos os arminianos concordam com este ponto. Alguns sustentam que os crentes estão eternamente seguros em Cristo; que o pecador, uma vez regenerado, nunca pode perder a sua salvação.
Calvinismo: Todos aqueles que são escolhidos por Deus e a quem o Espírito concedeu a fé, são eternamente salvos. São mantidos na fé pelo poder do Deus Todo Poderoso e nela perseveram até o fim.
SUMÁRIO DESSAS POSIÇÕES:
De acordo com o Arminianismo: A salvação é realizada através da combinação de esforços de Deus (que toma a iniciativa) e do homem (que deve responder a essa iniciativa). A resposta do homem é o fator decisivo (determinante). Deus tem providenciado salvação para todos, mas Sua provisão só se torna efetiva (eficaz) para aqueles que, de sua própria e livre vontade, “escolhem” cooperar com Ele e aceitar Sua oferta de graça. No ponto crucial, a vontade do homem desempenha um papel decisivo. Desta forma é o homem, e não Deus, que determina quem será o recipiente do dom da salvação.
Este era o sistema de doutrina apresentado na “Remonstrance” (Representação) dos Arminianos e rejeitado pelo Sínodo de Dort em 1619, por não ser bíblico.
De acordo com o Calvinismo: A salvação é realizada pelo infinito poder do Deus Triuno. O Pai escolheu um povo, o Filho morreu por ele e o Espírito Santo torna a morte de Cristo eficaz para trazer os eleitos à fé e ao arrependimento; desse modo, fazendo-os obedecer voluntariamente ao evangelho. Todo o processo (eleição, redenção, regeneração, etc.) é obra de Deus e é operado tão somente pela graça. Desta forma, Deus e não o homem, determina quem serão os recipientes do dom da salvação.
Este sistema de teologia foi reafirmado pelo Sínodo de Dort em 1619 como sendo a doutrina da salvação contida nas Escrituras Sagradas. É o sistema apresentado na Confissão de Fé de Westminster e em todas as Confissões Reformadas. Na época do Sínodo de Dort foi formulado em “cinco pontos” (em resposta aos cinco pontos submetidos pelos arminianos à Igreja da Holanda) e têm sido, desde então, conhecidos como “os cinco pontos do Calvinismo”.
III. A DIFERENÇA ENTRE O CALVINISMO E O ARMINIANISMO
Os assuntos envolvidos nesta controvérsia histórica são, de fato, graves, pois afetam vitalmente o conceito cristão de Deus, do pecado e da salvação. Packer, contrastando esses dois sistemas, afirma:
“A diferença entre eles não é primariamente uma questão de ênfase, mas de conteúdo. Um deles proclama um Deus que salva; o outro alude a um Deus que permite ao homem salvar a si mesmo. O primeiro desses pontos de vista apresenta os três grandes atos da Santa Trindade na recuperação da humanidade perdida - eleição por parte do Pai, redenção por parte do Filho, chamada por parte do Espírito Santo - como sendo dirigidos às mesmas pessoas, garantindo infalivelmente a salvação delas. Mas o outro ponto de vista empresta a cada um desses atos uma referência diferente (o objeto da redenção seria a humanidade inteira, os objetos da chamada seriam aqueles que ouvem o evangelho, e os objetos da eleição seriam aqueles que correspondem a essa chamada), e nega que a salvação de qualquer pessoa seja garantida por qualquer desses atos. Essas duas teologias, assim sendo, concebem o plano da salvação em termos inteiramente diferentes. Uma delas faz a salvação depender da obra de Deus, e a outra faz a salvação depender da obra do homem. Uma delas considera a fé como parte do dom divino da salvação, mas a outra pensa que a fé é a contribuição do homem para a sua salvação. Uma delas atribui a Deus toda a glória pela salvação dos crentes, mas a outra divide as honras entre Deus, que, por assim dizer, construiu o maquinismo da salvação, e o homem, que põe esse maquinismo em funcionamento quando crê. Não há dúvida de que essas diferenças são importantes, e o valor permanente dos ‘cinco pontos’, como um sumário do calvinismo, é que eles deixam claro os pontos em que divergem e a extensão da divergência entre os dois conceitos.” (O “Antigo” Evangelho, p. 7)
IV. O “PONTO” QUE OS “CINCO PONTOS” DO CALVINISMO PRETENDEM ESTABELECER
Enquanto reconhece o valor permanente dos cinco pontos como um sumário do Calvinismo, Packer adverte contra o perigo de se equiparar o Calvinismo com os cinco pontos apenas. Em seu livro referido ele apresenta cinco razões porque essa equiparação é incorreta (pp. 8-16). Uma dessas razões apresentadas é a seguinte: “...o próprio fato que a soteriologia calvinista é exposta sob a forma de cinco pontos distintos (um número devido, conforme já explicamos, meramente ao fato de ter havido cinco pontos arminianos para serem respondidos pelo Sínodo de Dort) tende por obscurecer o caráter orgânico do pensamento calvinista sobre a questão. Pois esses cinco pontos, apesar de declarados em separado, na verdade são indivisíveis uns dos outros. Eles dependem uns dos outros; ninguém pode rejeitar um deles sem rejeitar a todos, pelo menos no sentido tencionado pelo Sínodo de Dort. Para o Calvinismo, na realidade, só há um ponto a ser enfatizado no campo da soteriologia: o ponto que “Deus salva pecadores”. Deus - o Jeová Triuno; Pai, Filho e Espírito Santo, três pessoas trabalhando em conjunto, em sabedoria, poder e amor soberanos, a fim de realizar a salvação de um povo escolhido. O Pai escolhendo, o Filho cumprindo a vontade do Pai de remir, e o Espírito Santo executando o propósito do Pai e do Filho, mediante a renovação do homem. Salva - Ele faz tudo, do começo ao fim, tudo quanto é mister para levar os homens da morte no pecado à vida em glória: Ele planeja, realiza e transmite a redenção, e também chama e conserva, justifica, santifica e glorifica. Pecadores - homens conforme Deus os encontra, isto é, culpados, vis, impotentes, incapazes de levantar um dedo para cumprirem a vontade de Deus ou melhorarem a sua porção espiritual. Deus salva pecadores - e a força dessa confissão não pode ser enfraquecida pelo rompimento da unidade da obra da divina Trindade, ou por dividir a efetivação da salvação entre Deus e o homem, como se a parte decisiva fosse a humana, ou por suavizar a incapacidade do pecador, de tal maneira que ele mereça ser louvado, juntamente com o Salvador, por sua própria salvação. Esse é o grande ponto da soteriologia calvinista que os “cinco pontos” buscam estabelecer, e que é negado pelo arminianismo, em todas as suas formas: a saber, que os pecadores não podem salvar a si mesmos em qualquer sentido, porquanto a salvação, do começo ao fim, em sua totalidade, no passado, no presente e no futuro, vem do Senhor, a quem cabe toda a glória para sempre. Amém”. (op. cit., pp. 9,10)
V. EVIDÊNCIAS BÍBLICAS PARA OS CINCO PONTOS DO CALVINISMO
Uma vez que essas cinco doutrinas não são apresentadas na Bíblia como unidades separadas ou independentes, mas são entretecidas na mensagem bíblica como um sistema único, harmonioso e interrelacionado, cada uma delas só pode ser inteiramente apreciada se for vista à luz das outras quatro. Elas se explicam e se apoiam, mutuamente. Julgar essas doutrinas individualmente, sem relacionar uma com a outra, seria como tentar avaliar um quadro de Rembrandt olhando-se para cada uma das cores de cada vez e nunca vendo a obra como um todo. Por isso, a evidência bíblica para cada ponto não deve ser julgada separadamente, mas à luz de uma visão das cinco doutrinas como um só sistema. Quando assim adequadamente correlacionadas, elas formam uma corda de cinco tiras de inquebrável. resistência.
A. DEPRAVAÇÃO TOTAL OU INABILIDADE TOTAL
O ponto de vista que alguém toma a respeito da salvação será determinado, em grande escala, pelo conceito que essa pessoa tem a respeito do pecado e de seus efeitos sobre a natureza humana. Por isso, o primeiro ponto tratado pelo sistema calvinista é a doutrina bíblica da depravação total ou inabilidade total. Quando o calvinista fala do homem como sendo totalmente depravado, quer dizer que sua natureza é corrupta, perversa e totalmente pecaminosa. O adjetivo “total” não significa que cada pecador está tão completamente corrompido em suas ações e pensamentos quanto lhe seja possível ser. O termo é usado para indicar que todo o ser do homem foi afetado pelo pecado. A corrupção estende-se a todas as partes do homem, corpo e alma. O pecado afetou a totalidade das faculdades humanas - sua mente, sua vontade, etc. (Confissão de Fé, VI, 2). Também se pode usar o adjetivo “total” para incluir nele toda a raça humana, sem exceção. Como resultado dessa corrupção inata, o homem natural é totalmente incapaz de fazer qualquer coisa espiritualmente boa. É o que se quer dizer por “inabilidade total”. A inabilidade referida nessa terminologia é a “inabilidade espiritual”. Significa que o pecador está tão espiritualmente falido que ele nada pode fazer com respeito à sua salvação. É evidente que muitas pessoas não salvas, quando julgadas pelos padrões humanos, possuem qualidades admiráveis e realizam atos virtuosos. Porém, no campo espiritual, quando julgadas pelos padrões divinos, são incapazes de fazer o bem (Confissão de Fé, XVI, 1 e 7). O homem natural está escravizado pelo pecado: é filho de Satanás, rebelde para com Deus, cego para com a verdade, corrompido e incapaz de salvar-se a si mesmo ou de preparar-se para a salvação. Em resumo, o não regenerado está morto em pecado e sua vontade está escravizada à sua natureza má. O homem não veio das mãos do seu Criador nessa condição depravada. Deus fez a Adão perfeito, sem qualquer maldade em sua natureza. Originalmente, a vontade de Adão estava livre do domínio do pecado. Ele não estava sujeito a qualquer compulsão natural para escolher o mal; porém, por sua queda, trouxe a morte espiritual sobre si mesmo e sobre toda a sua posteridade. Desse modo, lançou a si mesmo e a toda a raça na ruína espiritual e perdeu para si e para os seus descendentes a habilidade de fazer escolhas certas no campo espiritual. Seus descendentes ainda são livres para escolher - todo homem faz escolhas em sua vida - mas, visto que a geração de Adão nasce com natureza pecaminosa, não tem a habilidade para escolher o bem ao invés do mal. Por conseguinte, a vontade do homem não é mais livre (i.e., livre do domínio do pecado) como era livre a vontade de Adão, antes da queda. Em vez disso, a vontade do homem, como resultado da depravação herdada, está escravizada à sua natureza pecaminosa. A Confissão de Fé de Westminster nos dá uma declaração clara e concisa dessa doutrina: “O homem, caindo em um estado de pecado, perdeu totalmente todo o poder de vontade quanto a qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação, de sorte que um homem natural, inteiramente adverso a esse bem e morto no pecado, é incapaz de, pelo seu próprio poder, converter-se ou mesmo preparar-se para isso” (IX, 3).
1. Como resultado da transgressão de Adão, os homens são nascidos em pecado e são, por natureza, espiritualmente mortos; portanto, para se tornarem filhos de Deus e entrarem no Seu reino precisam nascer de novo, do Espírito.
a) Quando Adão foi colocado no jardim do Éden, foi advertido para não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, sob pena de imediata morte espiritual:
Gn. 2. 16 “Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente;”
Gn. 2. 17 “mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”
b) Adão desobedeceu e comeu do fruto proibido (Gn 3:1-7); por conseguinte, trouxe morte espiritual sobre si mesmo e sobre a raça:
Gn. 3. 1 Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?
2 Respondeu a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim podemos comer,
3 mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais.
4 Disse a serpente à mulher: Certamente não morrereis.
5 Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal.
6 Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também comeu.
7 Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; pelo que coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.
Rm. 5. 12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.
Ef. 2.1 Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,
2 nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de desobediência,
3 entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais.
Col. 2. 13 e a vós, quando estáveis mortos nos vossos delitos e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-nos todos os delitos;
c) Davi confessou que tanto ele, como os demais homens, foram nascidos em pecado:
Sl. 51. 5 Eis que eu nasci em iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe.
Sl. 58. 3 Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, proferindo mentiras.
d) Porque os homens são nascidos em pecado e são, por natureza, espiritualmente mortos. Jesus ensinou que, para alguém entrar no reino de Deus, é preciso nascer de novo:
Jo. 3.5 Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.
Jo. 3.6 O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.
Jo. 3.7 Não te admires de eu te haver dito: Necessário vos é nascer de novo.
2. Como resultado da queda, os homens estão cegos e surdos para a verdade espiritual. Suas mentes estão entenebrecidas pelo pecado; seus corações são corruptos e malignos:
Gn. 6. 5 Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente.
Gn. 8. 21 Sentiu o Senhor o suave cheiro e disse em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como acabo de fazer.
Ec. 9 .3 Este é o mal que há em tudo quanto se faz debaixo do sol: que a todos sucede o mesmo. Também o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade; há desvarios no seu coração durante a sua vida, e depois se vão aos mortos.
Jr. 17. 9 Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?
Mc 7. 21 Pois é do interior, do coração dos homens, que procedem os maus pensamentos, as prostituições, os furtos, os homicídios, os adultérios,
22 a cobiça, as maldades, o dolo, a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a insensatez;
23 todas estas más coisas procedem de dentro e contaminam o homem.
Jo. 3. 19 E o julgamento é este: A luz veio ao mundo, e os homens amaram antes as trevas que a luz, porque as suas obras eram más.
Rm.8. 7 Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser;
8 e os que estão na carne não podem agradar a Deus.
ICor. 2. 14 Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Ef. 4 .17 Portanto digo isto, e testifico no Senhor, para que não mais andeis como andam os gentios, na vaidade da sua mente,
18 entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração;
19 os quais, tendo-se tornado insensíveis, entregaram-se à lascívia para cometerem com avidez toda sorte de impureza.
Ef. 5. 8 pois outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz
Tt. 15 Tudo é puro para os que são puros, mas para os corrompidos e incrédulos nada é puro; antes tanto a sua mente como a sua consciência estão contaminadas.
3. Antes dos pecadores nascerem no reino de Deus pelo poder regenerador do Espírito, são filhos do diabo e estão debaixo de seu controle. São escravos do pecado:
Jo. 8. 44 Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira.
Ef. 2. 12 estáveis naquele tempo sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos aos pactos da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo.
2Tm. 2. 25 corrigindo com mansidão os que resistem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade,
26 e que se desprendam dos laços do Diabo (por quem haviam sido presos), para cumprirem a vontade de Deus.
1Jo. 3 .10 Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do Diabo: quem não pratica a justiça não é de Deus, nem o que não ama a seu irmão.
1Jo. 5.19 Sabemos que somos de Deus, e que o mundo inteiro jaz no Maligno.
1Jo. 8. 34 Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado.
Rm. 6. 20 Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres em relação à justiça.
Tt. 2. 3 Porque também nós éramos outrora insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias paixões e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros.
4. O domínio do pecado é universal: todos os homens estão debaixo do seu poder; por conseguinte, ninguém é justo, nem um só .
2Cr. 6. 36 Se pecarem contra ti (pois não há homem que não peque), e tu te indignares contra eles, e os entregares ao inimigo, de modo que os levem em cativeiro para alguma terra, longínqua ou próxima;
Jó 15. 14 Que é o homem, para que seja puro? E o que nasce da mulher, para que fique justo?
15 Eis que Deus não confia nos seus santos, e nem o céu é puro aos seus olhos;
16 quanto menos o homem abominável e corrupto, que bebe a iniqüidade como a água?
Sl. 130. 3 Se observares, Senhor, iniqüidades, quem, Senhor, subsistirá?,
Sl. 143. 2 e não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente.
Pv. 20. 9 Quem pode dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou de meu pecado?
Ec. 7. 20 Pois não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque.
Ec. 7. 29 Eis que isto tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas os homens buscaram muitos artifícios.
Is. 53. 6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós.
Is. 64. 6 Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como o vento, nos arrebatam.
Rm. 3. 9 Pois quê? Somos melhores do que eles? De maneira nenhuma, pois já demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado;
10 como está escrito: Não há justo, nem sequer um.
11 Não há quem entenda; não há quem busque a Deus.
12 Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.
Tg. 3. 2 Pois todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, esse é homem perfeito, e capaz de refrear também todo o corpo.
Tg. 3. 8 mas a língua, nenhum homem a pode domar. É um mal irrefreável; está cheia de peçonha mortal.
1Jo.1. 8 Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós.
9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.
10 Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.
5. Os homens, sendo deixados em seu estado de morte, são incapazes, por si mesmos, de se arrepender, de crer no evangelho ou de vir a Cristo. Não têm poder, em si mesmos, para mudar sua natureza ou preparar-se para a salvação:
Jó 14. 4 Quem do imundo tirará o puro? Ninguém.
Jr. 13. 23 pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas malhas? então podereis também vós fazer o bem, habituados que estais a fazer o mal.
Mt. 7. 16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?
Mt. 7. 18 Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons.
Mt. 12. 33 Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom; ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore.
Jo. 6.44 Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.
Jo 6.65 E continuou: Por isso vos disse que ninguém pode vir a mim, se pelo Pai lhe não for concedido.
Rm. 11.35 Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?
ICor. 2.14 Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
ICor..7 Pois, quem te diferença? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?
IICor. 3.5 não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus,
Outros textos que mostram que os homens são incapazes de fazer qualquer coisa para ganhar a salvação serão dados no Ponto IV, sobre a Graça Eficaz, especialmente aqueles que declaram que Deus é quem dá a fé e o arrependimento, cria um novo coração, e outras expressões semelhantes.
B. ELEIÇÃO INCONDICIONAL
Devido ao pecado de Adão, seus descendentes entram no mundo como pecadores culpados e perdidos. Como criaturas caídas, eles não têm desejo de ter comunhão com o seu Criador. Ele é santo, justo e bom, ao passo que eles são pecaminosos, perversos e corruptos- Deixados à sua própria escolha, eles inevitavelmente seguem o deus deste século e fazem a vontade do seu pai, o diabo. Consequentemente, os homens têm se desligado do Senhor dos céus e têm perdido todos os direitos de Seu amor e favor. Teria sido perfeitamente justo para Deus ter deixado todos os homens em seus pecados e miséria e não ter demonstrado misericórdia a quem quer que seja. É neste contexto que a Bíblia apresenta a doutrina da eleição.
A doutrina da eleição declara que Deus, antes da fundação do mundo, escolheu certos indivíduos dentre todos os membros decaídos da raça de Adão para ser o objeto de Seu imerecido amor. Esses, e somente esses, Ele propôs salvar. Deus poderia ter escolhido salvar todos os homens (pois Ele tinha o poder e a autoridade para fazer isso), ou Ele poderia ter escolhido não salvar ninguém (pois Ele não tem a obrigação de mostrar misericórdia a quem quer que seja), porém não fez nem uma coisa nem outra. Ao invés disso, Ele escolheu salvar alguns e excluir (preterir) outros. Sua eterna escolha de determinados pecadores para a salvação não foi baseada em qualquer ato ou resposta prevista da parte daqueles escolhidos, mas foi baseada tão somente no Seu beneplácito e na Sua soberana vontade. Desta forma, a eleição não foi condicionada nem determinada por qualquer coisa que os homens iriam fazer, mas resultou inteiramente do propósito determinado pelo próprio Deus.
Os que não foram escolhidos foram preteridos e deixados às suas próprias inclinações e escolhas más. Não cabe à criatura questionar a justiça do Criador por não escolher todos para a salvação. É suficiente saber que o Juiz de toda a terra tem agido bem e justamente. Deve-se, contudo, ter em mente que se Deus não tivesse graciosamente escolhido um povo para Si mesmo, e soberanamente determinado prover-lhe e aplicar-lhe a salvação, ninguém seria salvo. O fato de Ele ter feito isto para alguns, à exclusão dos outros, não é de forma alguma injusto para os excluídos, a menos que se mantenha que Deus estava na obrigação de prover salvação a todos os pecadores - o que a Bíblia rejeita cabalmente.
A doutrina da eleição deve ser vista não apenas contra o pano de fundo da depravação e culpa do homem, mas também deve ser estudada em conexão com o Eterno Pacto ou acordo feito entre os membros da Trindade. Pois foi na execução deste pacto que o Pai escolheu desse mundo de pecadores perdidos um número definido de indivíduos e deu-os ao Filho para serem o Seu povo. O Filho, nos termos desse pacto, concordou em fazer tudo quanto era necessário para salvar esse povo escolhido e que lhe foi concedido pelo Pai. A parte do Espírito na execução desse pacto foi e é a de aplicar aos eleitos a salvação adquirida para eles pelo Filho.
A eleição, portanto, é apenas um aspecto (embora muito importante) do propósito salvador do Deus Triuno, e dessa forma não deve ser vista como salvação. O ato da eleição em si mesmo não salvou ninguém. O que ele fez foi destacar (marcar) alguns indivíduos para a salvação. Desta forma, a doutrina da eleição não deve ser divorciada das doutrinas da culpa do homem, da redenção e da regeneração, pois de outra forma ela será distorcida e deturpada. Em outras palavras, se quisermos manter em sua perspectiva bíblica, e corretamente entendido, o ato da eleição do Pai deve ser relacionado com a obra redentora do Filho, que Se deu a Si mesmo para salvar os eleitos e com a obra renovadora do Espírito, que traz o eleito à fé em Cristo.
1. Declarações gerais mostrando que Deus tem um povo eleito, que Ele predestinou esse povo para a salvação e, desta forma, para a vida eterna:
Dt. 10.14 Eis que do Senhor teu Deus são o céu e o céu dos céus, a terra e tudo o que nela há.
15 Entretanto o Senhor se afeiçoou a teus pais para os amar; e escolheu a sua descendência depois deles, isto é, a vós, dentre todos os povos, como hoje se vê.
Sl. 33.12 Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, o povo que ele escolheu para sua herança.
Sl. 65.4 Bem-aventurado aquele a quem tu escolhes, e fazes chegar a ti, para habitar em teus átrios! Nós seremos satisfeitos com a bondade da tua casa, do teu santo templo.
Ag. 2.23 Naquele dia, diz o Senhor dos exércitos, tomar-te-ei, ó Zorobabel, servo meu, filho de Sealtiel, diz o Senhor, e te farei como um anel de selar; porque te escolhi, diz o Senhor dos exércitos.
Mt.11.27 Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece plenamente o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece plenamente o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
Mt.22.14 Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.
Mt.24.22 E se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.
Mt.24.31 E ele enviará os seus anjos com grande clangor de trombeta, os quais lhe ajuntarão os escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.
Lc. 18.7 E não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que dia e noite clamam a ele, já que é longânimo para com eles?
Rm. 8.28 E sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
29 Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos;
30 e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou.
Rm. 8.33 Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica;
Rm. 11.28 Quanto ao evangelho, eles na verdade, são inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais.
Col. 3.12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de coração compassivo, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade,
ITess. 5.9 porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançarmos a salvação por nosso Senhor Jesus Cristo,
Tt. 1.1 Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus, e o pleno conhecimento da verdade que é segundo a piedade,
1Pe. 1.1 Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos peregrinos da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia.
2 eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.
1Pe. 2.8 e: Como uma pedra de tropeço e rocha de escândalo; porque tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados.
1Pe. 2.9 Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
Ap. 17.14 Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com ele, os chamados, e eleitos, e fiéis.
2. Antes da fundação do mundo, Deus escolheu determinados indivíduos para a salvação. Sua escolha não foi baseada em qualquer resposta ou ato previsto, a ser cumprido pelos escolhidos. A fé e as boas obras são o resultado e não a causa da escolha divina.
a) Deus fez a escolha:
Mc. 13.20 Se o Senhor não abreviasse aqueles dias, ninguém se salvaria mas ele, por causa dos eleitos que escolheu, abreviou aqueles dias.
ITess. 1.4 conhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição;
IITess. 2.13 Mas nós devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos, amados do Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a santificação do espírito e a fé na verdade,
b) A escolha divina foi feita antes da fundação do mundo:
Ef. 1.4 como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;
IITess. 2.13 Mas nós devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos, amados do Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a santificação do espírito e a fé na verdade,
IITm. 1.9 que nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos,
Ap. 13.8 E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.
Ap. 17.8 A besta que viste era e já não é; todavia está para subir do abismo, e vai-se para a perdição; e os que habitam sobre a terra e cujos nomes não estão escritos no livro da vida desde a fundação do mundo se admirarão, quando virem a besta que era e já não é, e que tornará a vir.
c) Deus escolheu determinados indivíduos para a salvação - seus nomes foram escritos no livro da vida antes da fundação do mundo: Ap 13:8;17:8.[acima]
d) A escolha divina não foi baseada em qualquer mérito previsto naqueles a quem Ele escolheu, nem foi baseada em quaisquer obras previstas, realizadas por eles:
Rm. 9.11 (pois não tendo os gêmeos ainda nascido, nem tendo praticado bem ou mal, para que o propósito de Deus segundo a eleição permanecesse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama),
12 foi-lhe dito: O maior servirá o menor.
13 Como está escrito: Amei a Jacó, e aborreci a Esaú.
Rm. 9.16 Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus que usa de misericórdia.
Rm. 10.20 E Isaías ousou dizer: Fui achado pelos que não me buscavam, manifestei-me aos que por mim não perguntavam.
ICor. 1.27 Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para confundir os sábios; e Deus escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as fortes;
28 e Deus escolheu as coisas ignóbeis do mundo, e as desprezadas, e as que não são, para reduzir a nada as que são;
29 para que nenhum mortal se glorie na presença de Deus.
2Tm.1.9 que nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos,
e) As boas obras são o resultado e não a base da predestinação:
Ef. 1.12 com o fim de sermos para o louvor da sua glória, nós, os que antes havíamos esperado em Cristo;
Ef. 2.10 Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas.
Jo. 15.16 Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.
f) A escolha divina não foi baseada na fé prevista. A fé é o resultado e, portanto, a evidência da eleição divina, não a causa ou base de Sua escolha:
At. 13.48 Os gentios, ouvindo isto, alegravam-se e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos haviam sido destinados para a vida eterna.
At. 18.27 Querendo ele passar à Acáia, os irmãos o animaram e escreveram aos discípulos que o recebessem; e tendo ele chegado, auxiliou muito aos que pela graça haviam crido.
Fp. 1.29 pois vos foi concedido, por amor de Cristo, não somente o crer nele, mas também o padecer por ele,
Fp.2.12 De sorte que, meus amados, do modo como sempre obedecestes, não como na minha presença somente, mas muito mais agora na minha ausência, efetuai a vossa salvação com temor e tremor;
13 porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.
ITess. 1.4 conhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição;
5 porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo e em plena convicção, como bem sabeis quais fomos entre vós por amor de vós.
IITess. 2.13 Mas nós devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos, amados do Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a santificação do espírito e a fé na verdade,
14 e para isso vos chamou pelo nosso evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.
Tg. 2. 5 Ouvi, meus amados irmãos. Não escolheu Deus os que são pobres quanto ao mundo para fazê-los ricos na fé e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?
g) É através da fé e das boas obras que alguém confirma sua chamada e eleição:
2Pe. 1.5 E por isso mesmo vós, empregando toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, 6 e à ciência o domínio próprio, e ao domínio próprio a perseverança, e à perseverança a piedade, 7 e à piedade a fraternidade, e à fraternidade o amor. 8 Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, elas não vos deixarão ociosos nem infrutíferos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. 9 Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, vendo somente o que está perto, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. 10 Portanto, irmãos, procurai mais diligentemente fazer firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. 11 Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
3. A eleição não é a salvação, mas é para a salvação. Assim como o presidente eleito não se torna o presidente de fato até o dia da sua posse (instalação), assim aqueles que são eleitos para a salvação não são salvos até que sejam regenerados pelo Espírito e justificados pela fé em Cristo:(Em Efésios 1:4 Paulo mostra que os homens foram eleitos “em Cristo” antes que o mundo existisse. Em Rm 16:7 ele mostra que os homens não estão realmente “em Cristo” até que se convertam).
Rm. 11.7 Pois quê? O que Israel busca, isso não o alcançou; mas os eleitos alcançaram; e os outros foram endurecidos,
2Tm. 2.10 Por isso, tudo suporto por amor dos eleitos, para que também eles alcancem a salvação que há em Cristo Jesus com glória eterna.
At. 13.48 Os gentios, ouvindo isto, alegravam-se e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos haviam sido destinados para a vida eterna.
ITess. 2.13 Por isso nós também, sem cessar, damos graças a Deus, porquanto vós, havendo recebido a palavra de Deus que de nós ouvistes, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo ela é na verdade) como palavra de Deus, a qual também opera em vós que credes. 14 Pois vós, irmãos, vos haveis feito imitadores das igrejas de Deus em Cristo Jesus que estão na Judéia; porque também padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que elas padeceram dos judeus;
Ef. 1.4 como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;
Rm. 16.7 Saudai a Andrônico e a Júnias, meus parentes e meus companheiros de prisão, os quais são bem conceituados entre os apóstolos, e que estavam em Cristo antes de mim.
4. A eleição foi baseada na misericórdia soberana e especial de Deus. Não foi a vontade do homem, mas a vontade de Deus que determinou que pecadores iriam ser alvos da misericórdia e ser salvos:
Ex. 33.19 Respondeu-lhe o Senhor: Eu farei passar toda a minha bondade diante de ti, e te proclamarei o meu nome Jeová; e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem me compadecer.
Dt. 6 Porque tu és povo santo ao Senhor teu Deus; o Senhor teu Deus te escolheu, a fim de lhe seres o seu próprio povo, acima de todos os povos que há sobre a terra.
Dt. 7.7 O Senhor não tomou prazer em vós nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que todos os outros povos, pois éreis menos em número do que qualquer povo;
Mt. 20.15 Não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom?
Rm. 9.10 E não somente isso, mas também a Rebeca, que havia concebido de um, de Isaque, nosso pai
Rm. 9.11 (pois não tendo os gêmeos ainda nascido, nem tendo praticado bem ou mal, para que o propósito de Deus segundo a eleição permanecesse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama),
Rm..12 foi-lhe dito: O maior servirá o menor.
13 Como está escrito: Amei a Jacó, e aborreci a Esaú.
14 Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum.
Rm. 9.15 Porque diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e terei compaixão de quem me aprouver ter compaixão.
16 Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus que usa de misericórdia.
Rm. 9.17 Pois diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei: para em ti mostrar o meu poder, e para que seja anunciado o meu nome em toda a terra. 18 Portanto, tem misericórdia de quem quer, e a quem quer endurece. 19 Dir-me-ás então. Por que se queixa ele ainda? Pois, quem resiste à sua vontade? 20 Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? 21 Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para uso honroso e outro para uso desonroso? 22 E que direis, se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; 23 para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que de antemão preparou para a glória, 24 os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?
Rm. 11.4 Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil varões que não dobraram os joelhos diante de Baal. 5 Assim, pois, também no tempo presente ficou um remanescente segundo a eleição da graça. 6 Mas se é pela graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça.
Rm. 11.33 Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! 34 Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor? ou quem se fez seu conselheiro? 35 Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? 36 Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.
Ef. 1.5 e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,
5. A doutrina da eleição é apenas uma parte da doutrina bíblica mais ampla da soberania de Deus. As Escrituras não apenas ensinam que Deus predestinou certos indivíduos para a vida eterna, mas que todos os eventos, grandes ou pequenos, acontecem como o resultado do eterno decreto de Deus. O Senhor Deus reina sobre os céus e a terra com absoluto controle. Nada acontece fora do Seu eterno propósito:
1Co. 29. 10 Pelo que Davi bendisse ao Senhor na presença de toda a congregação, dizendo: Bendito és tu, ó Senhor, Deus de nosso pai Israel, de eternidade em eternidade. 11 Tua é, ó Senhor, a grandeza, e o poder, e a glória, e a vitória, e a majestade, porque teu é tudo quanto há no céu e na terra; teu é, ó Senhor, o reino, e tu te exaltaste como chefe sobre todos. 12 Tanto riquezas como honra vêm de ti, tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; na tua mão está o engrandecer e o dar força a tudo.
Jó 42. 1 Então respondeu Jó ao Senhor: 2 Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido.
Sl. 115. 3 Mas o nosso Deus está nos céus; ele faz tudo o que lhe apraz.
Sl. 135. 6 Tudo o que o Senhor deseja ele o faz, no céu e na terra, nos mares e em todos os abismos.
Is. 14. 24 O Senhor dos exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará.
Is. 14. 27 Pois o Senhor dos exércitos o determinou, e quem o invalidará? A sua mão estendida está, e quem a fará voltar atrás?
Is. 46. 9 Lembrai-vos das coisas passadas desde a antigüidade; que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim;
Is. 46.10 que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antigüidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade;
Is. 46.11 chamando do oriente uma ave de rapina, e dum país remoto o homem do meu conselho; sim, eu o disse, e eu o cumprirei; formei esse propósito, e também o executarei.
Is. 55.11 assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.
Jr. 32.17 Ah! Senhor Deus! És tu que fizeste os céus e a terra com o teu grande poder, e com o teu braço estendido! Nada há que te seja demasiado difícil!
Dn. 4.35 E todos os moradores da terra são reputados em nada; e segundo a sua vontade ele opera no exército do céu e entre os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?
Mt. 19.26 Jesus, fixando neles o olhar, respondeu: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.
C. REDENÇÃO PARTICULAR OU EXPIAÇÃO LIMITADA
Como já foi observado, a eleição em si não salva ninguém; apenas destaca alguns pecadores para a salvação. Os que foram escolhidos pelo Pai e dados ao Filho precisam ser redimidos para serem salvos. Para assegurar sua redenção, Jesus Cristo veio ao mundo e tomou sobre Si a natureza humana para que pudesse identificar-Se com o Seu povo e agir como seu representante ou substituto. Cristo, agindo em lugar do Seu povo, guardou perfeitamente a lei de Deus e dessa forma produziu uma justiça perfeita a qual é imputada ao Seu povo ou creditada a ele no momento em que cada um é trazido à fé nEle. Através do que Ele fez, esse povo é constituído justo diante de Deus. Os que constituem esse povo são libertos da culpa e condenação como resultado do que Cristo sofreu por eles. Através do Seu sacrifício substitucionário Ele sofreu a penalidade dos seus pecados e assim removeu sua culpa para sempre. Por conseguinte, quando Seu povo é unido a Ele pela fé, é-lhe creditada perfeita justiça pela qual fica livre da culpa e condenação do pecado. São salvos não pelo que fizeram ou irão fazer, mas tão somente na base da obra redentora de Cristo. O Calvinismo histórico tem mantido de modo consistente a convicção de que a obra redentora de Cristo foi definida em desígnio e realização; isto é, foi intencionada para render completa satisfação em favor de certos pecadores específicos e que, de fato, assegurou a salvação a esses indivíduos e a ninguém mais. A salvação que Cristo adquiriu para o Seu povo inclui tudo que está envolvido no processo de trazê-lo a um correto relacionamento com Deus, incluindo os dons da fé e do arrependimento. Cristo não morreu simplesmente para tornar possível a Deus perdoar pecadores. Nem deixa Deus aos pecadores a decisão se a obra de Cristo será ou não efetiva. Pelo contrário, todos aqueles por quem Cristo morreu serão infalivelmente salvos. A redenção, portanto, foi designada para cumprir o propósito divino da eleição.
Todos os calvinistas concordam que a obediência e o sofrimento de Cristo são de valor infinito, e que, se fosse o propósito de Deus, a satisfação rendida por Cristo teria salvado todos os membros da raça humana. Não seria requerido de Cristo mais obediência nem sofrimento maior para assegurar a salvação de todos os homens do que foi requerido para a salvação apenas dos eleitos. Mas Ele veio ao mundo para representar e salvar apenas aqueles que Lhe foram dados pelo Pai. Desta forma, a obra salvadora de Cristo foi limitada no sentido em que foi designada para salvar uns e não outros, mas não foi limitada em valor, pois seu valor é infinito. Ela teria assegurado a salvação de todos, se essa tivesse sido a intenção de Deus.
Os arminianos também estabelecem uma limitação na obra expiatória de Cristo, mas de natureza inteiramente diferente. Eles acreditam que a obra salvadora de Cristo foi designada para tornar possível a salvação de todos os homens, desde que eles creiam, e de que a morte de Cristo, em si mesma, não assegura ou garante a salvação para ninguém. Desde que todos os homens serão salvos como resultado da obra redentora de Cristo, deve-se admitir que há uma limitação. Essa limitação consiste num desses dois pontos: ou a expiação foi designada para assegurar a salvação para certos pecadores e não para outros, ou ela foi limitada no sentido em que não foi intencionada para assegurar a salvação de ninguém, mas apenas para tornar possível a Deus perdoar os pecadores na condição da fé. Em outras palavras, a limitação deve ser colocada, em desígnio, na sua extensão, (não foi intencionada para todos), ou na sua eficácia (ela não assegura a salvação para ninguém). Como Boettner adequadamente observa, "para o calvinista a expiação é como uma ponte estreita que atravessa todo o rio; para o arminiano, é como uma grande e larga ponte que vai apenas até a metade do caminho" (The Reformed Doctrine of Predestination, p. 153). Desta forma, são os arminianos que impõem uma limitação maior à obra de Cristo.
1. As Escrituras descrevem o fim intencionado e realizado pela obra de Cristo como a salvação completa do Seu povo. (reconciliação, justificação e santificação).
a) As Escrituras declaram que Cristo veio, não para capacitar os homens a se salvarem a si mesmos, mas para salvar pecadores:
Mt. 1.21 ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
Lc. 19.10 Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.
2Cr. 5.21 Àquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.
Gl. 1.3 Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo, 4 o qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de nosso Deus e Pai,
1Tm. 1.15 Fiel é esta palavra e digna de toda a aceitação; que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o principal;
Tt. 2.14 que se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniqüidade, e purificar para si um povo todo seu, zeloso de boas obras.
1Pe. 3. 18 Porque também Cristo morreu uma só vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; sendo, na verdade, morto na carne, mas vivificado no espírito;
b) As Escrituras declaram que, como resultado do que Cristo fez e sofreu., Seu povo é reconciliado com Deus, justificado, e recebe o Espírito Santo que o regenera e santifica. Todas essas bênçãos foram asseguradas por Cristo mesmo, ao Seu povo.
l) Cristo, pela Sua obra redentora, assegurou a reconciliação ao Seu povo:
Rm. 5.10 Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. 11 E não somente isso, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora temos recebido a reconciliação.
2Cor. 5.18 Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação; 19 pois que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões; e nos encarregou da palavra da reconciliação.
Ef. 2.15 isto é, a lei dos mandamentos contidos em ordenanças, para criar, em si mesmo, dos dois um novo homem, assim fazendo a paz, 16 e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um só corpo, tendo por ela matado a inimizade;
Col. 1.21 A vós também, que outrora éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, 22 agora contudo vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, a fim de perante ele vos apresentar santos, sem defeito e irrepreensíveis,
2) Cristo assegurou a justiça e o perdão que Seu povo necessita para a sua justificação.
Rm. 3.24 sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, 25 ao qual Deus propôs como propiciação, pela fé, no seu sangue, para demonstração da sua justiça por ter ele na sua paciência, deixado de lado os delitos outrora cometidos;
Rm. 5.8 Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. 9 Logo muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
1Cor. 1.30 Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção;
Gl. 13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;
Col. 1.13 e que nos tirou do poder das trevas, e nos transportou para o reino do seu Filho amado; 14 em quem temos a redenção, a saber, a remissão dos pecados;
Hb. 9.12 e não pelo sangue de bodes e novilhos, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção.
1Pe. 2.24 levando ele mesmo os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro, para que mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.
3) Cristo assegurou o dom do Espírito, o qual inclui regeneração e santificação e tudo que está incluído nessas graças:
Ef. 1.3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestes em Cristo; 4 como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;
Fil. 1.29 pois vos foi concedido, por amor de Cristo, não somente o crer nele, mas também o padecer por ele,
At. 5.31 sim, Deus, com a sua destra, o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão de pecados.
Tt. 2.14 que se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniqüidade, e purificar para si um povo todo seu, zeloso de boas obras.
Tt. 3.5 não em virtude de obras de justiça que nós houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou mediante o lavar da regeneração e renovação pelo Espírito Santo, 6 que ele derramou abundantemente sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador;
Ef. 5.25 Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, 26 a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra,
1Cor. 1.30 Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção;
Hb. 9.14 quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará das obras mortas a vossa consciência, para servirdes ao Deus vivo?
Hb. 13.12 Por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, sofreu fora da porta.
1Jo. 1.7 mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado.
2. Passagens que apresentam o Senhor Jesus Cristo, em tudo que Ele fez e sofreu pelo Seu povo, como cumprindo os termos de um pacto ou concerto gracioso no qual entrou com Seu Pai celestial antes da fundação do mundo:
a) Jesus foi enviado ao mundo pelo Pai para salvar o povo que o Pai Lhe deu. Os que o Pai Lhe deu vêm a Ele e nenhum deles se perderá:
Jo. 6.35 Declarou-lhes Jesus. Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim, de modo algum terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede. 36 Mas como já vos disse, vós me tendes visto, e contudo não credes. 37 Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. 38 Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39 E a vontade do que me enviou é esta: Que eu não perca nenhum de todos aqueles que me deu, mas que eu o ressuscite no último dia. 40 Porquanto esta é a vontade de meu Pai: Que todo aquele que vê o Filho e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.
b) Jesus, como o bom Pastor, dá a Sua vida pelas Suas ovelhas. Todos os que são Suas ovelhas são trazidos por Ele ao aprisco, levadas a ouvir a Sua voz e a seguí-lo. Notemos que o Pai tem dado as ovelhas a Cristo!
Jo. 10.11 Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
Jo. 10.14 Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, 15 assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas. 16 Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco; a essas também me importa conduzir, e elas ouvirão a minha voz; e haverá um rebanho e um pastor. 17 Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. 18 Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho autoridade para a dar, e tenho autoridade para retomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai.
Jo. 10.24 Rodearam-no, pois, os judeus e lhe perguntavam: Até quando nos deixarás perplexos? Se tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente. 25 Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo disse, e não credes. As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas dão testemunho de mim. 26 Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. 27 As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; 28 eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão. 29 Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.
c) Jesus, em Sua oração sacerdotal, roga não pelo mundo mas por aqueles que o Pai lhe dera. Em cumprimento à tarefa dada pelo Pai, Jesus realizou a Sua obra. Essa obra era tornar Deus conhecido do Seu povo e dar-lhe a vida eterna:
Jo. 17.1 Depois de assim falar, Jesus, levantando os olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o Filho te glorifique; 2 assim como lhe deste autoridade sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos aqueles que lhe tens dado. 3 E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste. 4 Eu te glorifiquei na terra, completando a obra que me deste para fazer. 5 Agora, pois, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse. 6 Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste. Eram teus, e tu mos deste; e guardaram a tua palavra. 7 Agora sabem que tudo quanto me deste provém de ti; 8 porque eu lhes dei as palavras que tu me deste, e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste. 9 Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me tens dado, porque são teus; 10 todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e neles sou glorificado. 11 Eu não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda-os no teu nome, o qual me deste, para que eles sejam um, assim como nós.
Jo. 17.20 E rogo não somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim;
Jo. 17.24 Pai, desejo que onde eu estou, estejam comigo também aqueles que me tens dado, para verem a minha glória, a qual me deste; pois que me amaste antes da fundação do mundo. 25 Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheço; conheceram que tu me enviaste; 26 e eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho farei conhecer ainda; para que haja neles aquele amor com que me amaste, e também eu neles esteja.
d) Paulo declara que todas as "bênçãos espirituais" que os santos herdam, tais como filiação, redenção, perdão de pecados, etc., resultam do fato de estarem "em Cristo", e liga essas bênçãos à sua fonte última - o eterno conselho de Deus - onde repousa a grande bênção de terem sido escolhidos em Cristo antes da fundação do mundo para serem filhos de Deus, por meio dEle:.
Ef. 1.3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestes em Cristo; 4 como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; 5 e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6 para o louvor da glória da sua graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado; 7 em quem temos a redenção pelo seu sangue, a redenção dos nossos delitos, segundo as riquezas da sua graça, 8 que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência, 9 fazendo-nos conhecer o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que nele propôs 10 para a dispensação da plenitude dos tempos, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra, 11 nele, digo, no qual também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade, 12 com o fim de sermos para o louvor da sua glória, nós, os que antes havíamos esperado em Cristo;
e) O paralelo que Paulo estabelece entre a obra condenatória de Adão e a obra salvadora de Jesus Cristo, o "segundo Adão", pode ser melhor explicado na base do princípio de que ambos figuravam numa relação pactual com o "seu povo". Adão figurava como o cabeça federal da raça e Cristo como o cabeça federal dos eleitos. Assim como Adão envolveu o seu povo na morte e condenação pelo seu pecado, assim também Cristo trouxe justiça e vida ao Seu povo através de Sua justiça (retidão):
Rm. 5.12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.
Rm. 5.17 Porque, se pela ofensa de um só, a morte veio a reinar por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.
Rm. 5.18 Portanto, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação e vida. 19 Porque, assim como pela desobediência de um só homem muitos foram constituídos pecadores, assim também pela obediência de um muitos serão constituídos justos.
3. Algumas passagens falam de Cristo morrendo por "todos" os homens e de Sua morte como salvando "o mundo"; todavia, outras falam de Sua morte como sendo definida em desígnio, isto é, para assegurar a salvação de um povo específico.
a) Há duas classes de textos que falam da obra salvadora de Cristo em termos gerais: (1) As que contém a palavra "mundo" (João 1:9, 29;3:16,17; 4:42; II Co 5:19; 1 João 2:1,2; 4:14 e (2) As que contêm a palavra "todos" (Rm 5:18;II Co 5:14,15; 1Tm 2:4-6; Hb 2:9;II Pe 3.9.
Jo. 1.9 Pois a verdadeira luz, que alumia a todo homem, estava chegando ao mundo.
Jo. 1.29 No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Jo. 3.19 E o julgamento é este: A luz veio ao mundo, e os homens amaram antes as trevas que a luz, porque as suas obras eram más.
Jo. 3.16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Jo. 3.17 Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
Jo. 4.42 e diziam à mulher: Já não é pela tua palavra que nós cremos; pois agora nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo.
2Cor. 5.19 pois que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões; e nos encarregou da palavra da reconciliação.
1Jo. 2.1 Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. 2 E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.
1Jo. 4.14 E nós temos visto, e testificamos que o Pai enviou seu Filho como Salvador do mundo.
Rm. 5.18 Portanto, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação e vida.
2Cor. 5.14 Pois o amor de Cristo nos constrange, porque julgamos assim: se um morreu por todos, logo todos morreram; 15 e ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.
1Tm. 2.4 o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. 5 Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, 6 o qual se deu a si mesmo em resgate por todos, para servir de testemunho a seu tempo;
Hb. 2.9 vemos, porém, aquele que foi feito um pouco menor que os anjos, Jesus, coroado de glória e honra, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos.
2Pe. 3.9 O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se.
Uma das razões para o uso dessas expressões era corrigir a noção falsa de que a salvação era apenas para os judeus. Frases como "o mundo", "todos os homens", "todas as nações", "toda criatura”, eram usadas para corrigir esse erro. Essas expressões eram usadas para mostrar que Cristo morreu para todos os homens sem distinção (i.e., Ele morreu tanto para judeus como para gentios), mas elas não pretendem indicar que Cristo morreu por todos os homens, sem exceção (i.e., Ele não morreu com o propósito de salvar todo e qualquer pecador perdido).
b) Há outras passagens que falam de Sua obra salvadora em termos definidos e mostram que ela foi intencionada para salvar infalivelmente um determinado povo, a saber. aqueles que Lhe foram dados pelo Pai:
Mt. 1.21 ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
Mt. 26.28 pois isto é o meu sangue, o sangue do pacto, o qual é derramado por muitos para remissão dos pecados.
Jo. 10.11 Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
Jo. 11.50 nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo, e que não pereça a nação toda. 51 Ora, isso não disse ele por si mesmo; mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus havia de morrer pela nação, 52 e não somente pela nação, mas também para congregar num só corpo os filhos de Deus que estão dispersos. 53 Desde aquele dia, pois, tomavam conselho para o matarem.
At. 20.28 Cuidai pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue.
Ef. 5.25 Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, 26 a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra, 27 para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
Rm. 8.32 Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como não nos dará também com ele todas as coisas? 33 Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica; 34 Quem os condenará? Cristo Jesus é quem morreu, ou antes quem ressurgiu dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós;
Hb. 2.17 Pelo que convinha que em tudo fosse feito semelhante a seus irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e fiel nas coisas concernentes a Deus, a fim de fazer propiciação pelos pecados do povo.
Hb. 3.1 Pelo que, santos irmãos, participantes da vocação celestial, considerai o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus,
Hb. 9.15 E por isso é mediador de um novo pacto, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões cometidas debaixo do primeiro pacto, os chamados recebam a promessa da herança eterna.
Hb. 9.28 assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.
Ap. 5.9 E cantavam um cântico novo, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação;
D. CHAMADA EFICAZ D0 ESPÍRITO OU GRAÇA IRRESISTÍVEL
Cada membro da Trindade - Pai, Filho e Espírito Santo - participa e contribui para a salvação de pecadores. Como já foi mostrado, o Pai, antes da fundação do mundo, escolheu aqueles que iriam ser salvos e deu-os ao Filho para serem o Seu povo. Na época oportuna o Filho veio ao mundo e assegurou a redenção desse povo. Mas esses dois grandes atos - a eleição e a redenção - não completam a obra da salvação, pois está incluída no plano divino para a recuperação do pecador perdido a obra renovadora do Espírito Santo, pela qual os benefícios da obediência e da morte de Cristo são aplicados ao eleito. A doutrina da Graça Irresistível ou Eficaz está relacionada com essa fase da Salvação. Declarada de modo simples, esta doutrina afirma que o Espírito Santo nunca falha em trazer à salvação aqueles pecadores que Ele pessoalmente chama a Cristo. Ele aplica inevitavelmente a salvação a todo pecador que Ele tencionou salvar, e é Sua intenção salvar todos os eleitos.
O apelo do evangelho estende uma chamada à salvação a todo que ouve a mensagem. Ele convida a todos os homens, sem distinção, a beber da água da vida e viver. Ele promete salvação a todo que se arrepender e crer. Mas essa chamada geral externa, estendida igualmente ao eleito e ao não eleito, não trará pecadores a Cristo. Por que? Porque os homens estão, por natureza, mortos em pecado e debaixo de seu poder. Eles são, por si mesmos, incapazes de abandonar os seus maus caminhos e se voltarem a Cristo, para receber misericórdia. Nem podem e nem querem fazer isso. Consequentemente, o não regenerado não vai responder à chamada do evangelho para arrepender-se e crer. Nenhuma quantidade de ameaças ou promessas externas fará um pecador cego, surdo, morto e rebelde se curvar perante Cristo como Senhor e olhar somente para Ele para a salvação. Tal ato de fé e submissão é contrário à natureza do homem perdido.
Por isso, o Espírito Santo, para trazer o eleito de Deus à salvação, estende-lhe uma chamada especial interna em adição à chamada externa contida na mensagem do evangelho. Através dessa chamada especial, o Espírito Santo realiza uma obra de graça no pecador que, inevitavelmente, o traz à fé em Cristo. A mudança interna operada no pecador eleito o capacita a entender e crer na verdade espiritual.
No campo espiritual, são lhe dados olhos para ver e ouvidos para ouvir. O Espírito cria nele um novo coração e uma nova natureza. Isto é realizado através da regeneração (novo nascimento), pela qual o pecador é feito filho de Deus e recebe a vida espiritual. Sua vontade é renovada através desse processo, de forma que o pecador vem espontaneamente a Cristo por sua própria e livre escolha. Pelo fato de receber uma nova natureza que o habilita a amar a retidão, e porque sua mente é iluminada de .forma a habilitá-lo a entender e crer no evangelho, o pecador renovado (regenerado) volta-se para Cristo, livre e voluntariamente, como seu Senhor e Salvador. Assim, o pecador que antes estava morto, é atraído a Cristo pela chamada interna e sobrenatural do Espírito, a qual, através da regeneração, o vivifica e cria nele a fé e o arrependimento.
Embora a chamada externa do evangelho possa ser, e freqüentemente é, rejeitada, a chamada interna e especial do Espírito nunca deixa de produzir a conversão daqueles a quem ela é feita. Essa chamada especial não é feita a todos os pecadores, mas é estendida somente aos eleitos. O Espírito não depende em nenhuma maneira da ajuda ou cooperação do pecador para ter sucesso em Sua obra de trazê-lo a Cristo. É por essa razão que os calvinistas falam da chamada do Espírito e da graça de Deus em salvar pecadores como sendo "eficaz", "invencível" ou "irresistível". A graça que o Espírito Santo estende ao eleito não pode ser obstada, nem recusada; ela nunca falha em trazê-lo à verdadeira fé em Cristo.
A doutrina da Graça Irresistível ou da Vocação Eficaz é apresentada em termos bem claros no capítulo X da Confissão de Fé de Westminster.
1. Declarações gerais mostrando que a salvação é tanto obra do Espírito como é do Pai e do Filho:
Rm. 8.14 Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.
1Cor. 2.10 Porque Deus no-las revelou pelo seu Espírito; pois o Espírito esquadrinha todas as coisas, mesmos as profundezas de Deus. 11 Pois, qual dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? assim também as coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus. 12 Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, mas sim o Espírito que provém de Deus, a fim de compreendermos as coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus; 13 as quais também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito Santo, comparando coisas espirituais com espirituais. 14 Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
1Cor. 6.11 E tais fostes alguns de vós; mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.
1Cor. 12.3 Portanto vos quero fazer compreender que ninguém, falando pelo Espírito de Deus, diz: Jesus é anátema! e ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor! senão pelo Espírito Santo.
2Cor. 3.6 o qual também nos capacitou para sermos ministros dum novo pacto, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica.
2Cor. 3.17 Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. 18 Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.
1Pr. 1.2 eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.
2. Através da regeneração ou novo nascimento, os pecadores recebem a vida espiritual e são feitos filhos de Deus. A Bíblia descreve esse processo como uma ressurreição espiritual, uma criação, o recebimento de um novo coração, etc. A mudança interna, que é operada através do Espírito Santo, é fruto do poder e da graça de Deus e de forma nenhuma depende da ajuda do homem para a operação do Espírito ser bem sucedida.
a) Os pecadores, através da regeneração, são trazidos para o Reino de Deus e feitos Seus filhos. O autor desse "segundo" nascimento é o Espírito Santo: o instrumento que Ele usa é a Palavra de Deus:
Jo. 1.12 Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; 13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus.
Jo. 3.3 Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. 4 Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? 5 Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. 6 O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. 7 Não te admires de eu te haver dito: Necessário vos é nascer de novo. 8 O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.
Tt. 3.5 não em virtude de obras de justiça que nós houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou mediante o lavar da regeneração e renovação pelo Espírito Santo,
1Pe. 1.3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos,
1Pe. 1.23 tendo renascido, não de semente corruptível, mas de incorruptível, pela palavra de Deus, a qual vive e permanece.
1Jo. 5.4 porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.
2) Através da obra do Espírito o pecador morto recebe um novo coração (uma nova natureza) e é levado a andar na lei de Deus. Em Cristo ele torna-se uma nova criação:
Dt. 0.6 Também o Senhor teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, a fim de que ames ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, para que vivas.
Ez. 36.26 Também vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. 27 Ainda porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanças, e as observeis.
Gl. 6.15 Pois nem a circuncisão nem a incircuncisão é coisa alguma, mas sim o ser uma nova criatura.
Ef. 2.10 Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas.
2Cor. 5.17 Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. 18 Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação;
c) O Espírito Santo ergue o pecador de seu estado de morte espiritual e o vivifica:
Jo. 5.21 Pois, assim como o Pai levanta os mortos e lhes dá vida, assim também o Filho dá vida a quem ele quer.
Ef. 2.1 Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados,
Ef. 2.5 estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),
Col. 2.13 e a vós, quando estáveis mortos nos vossos delitos e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-nos todos os delitos;
3. Deus torna conhecidos aos Seus escolhidos os segredos do Reino através da revelação interna e pessoal dada pelo Espírito:
Mt. 11.25 Naquele tempo falou Jesus, dizendo: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. 26 Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. 27 Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece plenamente o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece plenamente o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
Lc. 10.21 Naquela mesma hora exultou Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos; sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado.
Mt. 13.10 E chegando-se a ele os discípulos, perguntaram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? 11 Respondeu-lhes Jesus: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado;
Mt. 13.16 Mas bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.
Lc. 8.10 Respondeu ele: A vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus; mas aos outros se fala por parábolas; para que vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam.
Mt. 16.15 Mas vós, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou? 16 Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. 17 Disse-lhe Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelou, mas meu Pai, que está nos céus.
Jo. 6.37 Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.
Jo. 6.44 Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. 45 Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim.
Jo. 6.64 Mas há alguns de vós que não crêem. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de entregar. 65 E continuou: Por isso vos disse que ninguém pode vir a mim, se pelo Pai lhe não for concedido.
1Cor. 2.14 Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Ef. 1.17 para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê o espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele; 18 sendo iluminados os olhos do vosso coração, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos,
4. A Fé e o Arrependimento são dons divinos, os quais são operados na alma através da obra regeneradora do Espírito Santo:
At. 5.31 sim, Deus, com a sua destra, o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão de pecados.
At. 11.18 Ouvindo eles estas coisas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Assim, pois, Deus concedeu também aos gentios o arrependimento para a vida.
At. 13.48 Os gentios, ouvindo isto, alegravam-se e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos haviam sido destinados para a vida eterna.
At. 16.14 E certa mulher chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que temia a Deus, nos escutava e o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia.
At. 18.27 Querendo ele passar à Acáia, os irmãos o animaram e escreveram aos discípulos que o recebessem; e tendo ele chegado, auxiliou muito aos que pela graça haviam crido.
Ef. 2.8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé- e isto não vem de vós, é dom de Deus; 9 não vem das obras, para que ninguém se glorie.
Fil. 1.29 pois vos foi concedido, por amor de Cristo, não somente o crer nele, mas também o padecer por ele,
2Tm. 2.25 corrigindo com mansidão os que resistem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, 26 e que se desprendam dos laços do Diabo (por quem haviam sido presos), para cumprirem a vontade de Deus.
5. O apelo do evangelho estende uma chamada geral externa à salvação a todos que ouvem a mensagem. Em adição a essa chamada externa, o Espírito estende uma chamada especial interna aos eleitos e só a esses. A chamada geral do evangelho pode ser, e geralmente é, rejeitada, mas a chamada especial do Espírito não pode ser rejeitada. Ela sempre resulta na conversão daqueles a quem é feita:
Rm. 1.6 entre os quais sois também vós chamados para serdes de Jesus Cristo; 7 a todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados para serdes santos: Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
Rm. 8.30 e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou.
Rm. 9.23 para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que de antemão preparou para a glória, 24 os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?
1Cor. 1.1 Paulo, chamado para ser apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus, e o irmão Sóstenes, 2 à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para serem santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso:
1Cor. 1.9 Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor.
1Cor. 1.23 nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos, 24 mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus. 25 Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte que os homens. 26 Ora, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos. nem muitos os nobres que são chamados. 27 Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para confundir os sábios; e Deus escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as fortes; 28 e Deus escolheu as coisas ignóbeis do mundo, e as desprezadas, e as que não são, para reduzir a nada as que são; 29 para que nenhum mortal se glorie na presença de Deus. 30 Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; 31 para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.
Gal. 1.15 Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, 16 revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios, não consultei carne e sangue,
Ef. 4.4 Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;
1Tm. 1.9 que nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos,
Hb. 9.15 E por isso é mediador de um novo pacto, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões cometidas debaixo do primeiro pacto, os chamados recebam a promessa da herança eterna.
Jd. 1.1 Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados, amados em Deus Pai, e guardados em Jesus Cristo:
1Pe. 1.15 mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento;
1Pe. 2. 09 Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
1Pe. 5.10 E o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, confirmar e fortalecer.
2Pe. 1.3 visto como o seu divino poder nos tem dado tudo o que diz respeito à vida e à piedade, pelo pleno conhecimento daquele que nos chamou por sua própria glória e virtude;
Ap. 17.14 Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com ele, os chamados, e eleitos, e fiéis.
6. A aplicação da salvação é toda pela graça e só é realizada através do infinito poder de Deus:
Is 5.11 assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.
Jo. 3.27 Respondeu João: O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu.
Jo. 17.2 assim como lhe deste autoridade sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos aqueles que lhe tens dado.
Rm. 9.16 Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus que usa de misericórdia.
1Cor. 3.6 Eu plantei; Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. 7 De modo que, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento.
1Cor. 4.7 Pois, quem te diferença? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?
Fil. 2.12 De sorte que, meus amados, do modo como sempre obedecestes, não como na minha presença somente, mas muito mais agora na minha ausência, efetuai a vossa salvação com temor e tremor; 13 porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.
Tg. 1.18 Segundo a sua própria vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas.
1Jo. 5.20 Sabemos também que já veio o Filho de Deus, e nos deu entendimento para conhecermos aquele que é verdadeiro; e nós estamos naquele que é verdadeiro, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.
E. PERSEVERANÇA DOS SANTOS OU SEGURANÇA DOS CRENTES
Os eleitos não são apenas redimidos por Cristo e regenerados pelo Espírito; eles são mantidos na fé pelo infinito poder de Deus. Todos os que são unidos espiritualmente a Cristo, através da regeneração, estão eternamente seguros nEle. Nada os pode separar do eterno e imutável amor de Deus. Foram predestinados para a glória eterna e estão, portanto, assegurados para o céu.
A doutrina da perseverança dos santos não mantém que todos que professam a fé cristã estão garantidos para o céu. São os santos - os que são separados pelo Espírito - os que perseveram até o fim. São os crentes - aqueles que recebem a verdadeira e viva fé em Cristo - os que estão seguros e salvos nEle. Muitos que professam a fé cristã caem, mas eles não caem da graça pois nunca estiveram na graça. Os crentes verdadeiros caem em tentações e cometem graves pecados, às vezes, mas esses pecados não os levam a perder a salvação ou a separá-los de Cristo. A Confissão de Fé de Westminster diz o seguinte a respeito dessa doutrina: "Os que Deus aceitou em seu Bem-amado, os que ele chamou eficazmente e santificou pelo seu Espírito, não podem decair no estado da graça, nem total, nem finalmente; mas, com toda a certeza hão de perseverar nesse estado até o fim e serão eternamente salvos" (XVII, 1).
Boettner certamente está correto em afirmar que "essa doutrina não se manifesta isoladamente, mas é uma parte necessária do sistema calvinista de teologia. As doutrinas da Eleição e da Graça Eficaz implicam logicamente na salvação certa daqueles que recebem essas bênçãos. Se Deus escolheu homens de modo absoluto e incondicional para a vida eterna, e se o Seu Espírito efetivamente aplica-lhes os benefícios da redenção, a conclusão inevitável é que essas pessoas serão salvas" (op. cit., p.182).
Os seguintes versículos mostram que o povo de Deus recebe a vida eterna no momento em que crê. Estes são guardados pelo poder de Deus mediante a fé e nada os pode separar do Seu amor. Foram selados com o Espírito Santo que lhes foi dado como garantia de sua salvação e, desta forma, estão assegurados para uma herança eterna:
Is. 43.1 Mas agora, assim diz o Senhor que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu. 2 Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. 3 Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador; por teu resgate dei o Egito, e em teu lugar a Etiópia e Seba.
Is. 54.10 Pois as montanhas se retirarão, e os outeiros serão removidos; porém a minha benignidade não se apartará de ti, nem será removido ao pacto da minha paz, diz o Senhor, que se compadece de ti.
Jr. 32.40 e farei com eles um pacto eterno de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.
Mt. 18.12 Que vos parece? Se alguém tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixará as noventa e nove nos montes para ir buscar a que se extraviou? 13 E, se acontecer achá-la, em verdade vos digo que maior prazer tem por esta do que pelas noventa e nove que não se extraviaram. 14 Assim também não é da vontade de vosso Pai que está nos céus, que venha a perecer um só destes pequeninos.
Jo. 3.16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Jo. 3.36 Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, porém, desobedece ao Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.
Jo. 5.24 Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida.
Jo. 6.35 Declarou-lhes Jesus. Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim, de modo algum terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede. 36 Mas como já vos disse, vós me tendes visto, e contudo não credes. 37 Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. 38 Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39 E a vontade do que me enviou é esta: Que eu não perca nenhum de todos aqueles que me deu, mas que eu o ressuscite no último dia. 40 Porquanto esta é a vontade de meu Pai: Que todo aquele que vê o Filho e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.
Jo. 6.47 Em verdade, em verdade vos digo: Aquele que crê tem a vida eterna.
Jo. 10.27 As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; 28 eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão.
Jo. 10.29 Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. 30 Eu e o Pai somos um.
Jo. 7.11 Eu não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda-os no teu nome, o qual me deste, para que eles sejam um, assim como nós. 12 Enquanto eu estava com eles, eu os guardava no teu nome que me deste; e os conservei, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura.
Jo. 17.15 Não rogo que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno.
Rm. 5.8 Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. 9 Logo muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. 10 Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
Rm. 8.1 Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.
Rm. 8.29 Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; 30 e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou.
Rm. 8.35 quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? 36 Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro. 37 Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou. 38 Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, 39 nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.
1Cor. 1.7 de maneira que nenhum dom vos falta, enquanto aguardais a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, 8 o qual também vos confirmará até o fim, para serdes irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo. 9 Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor.
1Cor. 10.13 Não vos sobreveio nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar. 14 sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus, nos ressuscitará a nós com Jesus, e nos apresentará convosco.
2Cor. 4.17 Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória;
Ef. 1.5 e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,
Ef. 1.13 no qual também vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, e tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa, 14 o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para o louvor da sua glória.
Ef. 4.30 E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.
Col. 3.3 porque morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. 4 Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória.
1Tess. 5.23 E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. 24 Fiel é o que vos chama, e ele também o fará.
2Tm. 4.18 E o Senhor me livrará de toda má obra, e me levará salvo para o seu reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém.
Hb. 9.12 e não pelo sangue de bodes e novilhos, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção.
Hb.9.15 E por isso é mediador de um novo pacto, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões cometidas debaixo do primeiro pacto, os chamados recebam a promessa da herança eterna.
Hb.10.14 Pois com uma só oferta tem aperfeiçoado para sempre os que estão sendo santificados.
Hb. 12.28 Pelo que, recebendo nós um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e temor;
1Pe. 1.3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, 4 para uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível, reservada nos céus para vós, 5 que pelo poder de Deus sois guardados, mediante a fé, para a salvação que está preparada para se revelar no último tempo;
1Jo. 2.19 Saíram dentre nós, mas não eram dos nossos; porque, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; mas todos eles saíram para que se manifestasse que não são dos nossos.
1Jo. 2.25 E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna.
1Jo. 5.4 porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.
1Jo. 5.11 E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. 12 Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. 13 Estas coisas vos escrevo, a vós que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna.
1Jo. 5.20 Sabemos também que já veio o Filho de Deus, e nos deu entendimento para conhecermos aquele que é verdadeiro; e nós estamos naquele que é verdadeiro, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.
Jd. 1.24 Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos ante a sua glória imaculados e jubilosos, 25 ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, e agora, e para todo o sempre. Amém.
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