O Deus da justiça
Jung Mo Sung provoca: “Quem tem o poder
de definir o que é heresia, se Cristo também foi considerado herético?”
Quem estranhar a presença de um pensador
católico em CRISTIANISMO HOJE, uma publicação de orientação evangélica, não
deve conhecer Jung Mo Sung. Portanto, uma apresentação é mais que oportuna.
Sung, sul-coreano de nascimento, tem 55 anos, mas está radicado no Brasil desde
1966, tendo se naturalizado no país onde vive com a mulher e os dois filhos.
Intelectual cristão com predicados acadêmicos que o projetam internacionalmente
– é doutor em Ciências da Religião e pós-doutor em Educação –, ele é um homem
cujas opiniões e posturas transcendem a esfera confessional. Teólogo liberal,
Sung é autor de 17 livros, palestrante requisitado e especialista em temas
econômicos, que aborda sob a ótica da fé cristã. Sim, os dois assuntos têm
muito em comum, com ele demonstra em obras como Teologia e economia: Repensando a teologia
da libertação e utopias (Fonte
Editorial), Deus
numa economia sem coração e se Deus existe, por que há
pobreza(Paulinas). Para Sung, Cristo veio ao
mundo também para trazer boa nova aos pobres – a de que eles podem ter uma vida
digna. Por isso, não se conforma com abordagens cristãs que situam as
desigualdades sociais como fruto da vontade divina: “É mentira colocar sobre os
ombros do Senhor a responsabilidade pela pobreza e pelas injustiças, e não
sobre o pecado. Deus nos criou como seres livres, e como tais, somos produtores
da pobreza e da injustiça.”
Jung Mo Sung tem bom trânsito em
diversos círculos protestantes. É professor do Programa de Pós-Graduação em
Ciências da Religião e diretor da Faculdade de Humanidades e Direito da
Universidade Metodista de São Paulo, por exemplo. Além disso, tem sido
interlocutor frequente de líderes evangélicos, tanto pentecostais como de linha
tradicional. Por isso mesmo, tem um conhecimento profundo do segmento
evangélico, presente em sua reflexão teológica e, evidentemente, no pensamento
crítico a certos valores que andam em alta. “Identificar as bênçãos com a
riqueza é critério mundano”, dispara. “É por isso que pastores e bispos se
vangloriam da sua riqueza e da posse de bens de luxo, como aviões
particulares”.
CRISTIANISMO
HOJE – O senhor é conhecido por seus vários trabalhos na área de economia, onde
aborda temas como mercado e pobreza sob ótica cristã. Uma pergunta sempre surge
quando se trata dessa relação – se Deus existe, por que há miséria e injustiças
sociais?
JUNG MO SUNG – O tema da economia tem
sido um dos objetos fundamentais da minha reflexão teológica porque Deus é Deus
da vida e Cristo veio anunciar a boa nova aos pobres – a boa notícia de que
também os pobres têm direito a uma vida digna. E a vida não é possível sem bens
materiais, que fazem parte da economia. Jesus veio nos mostrar a verdadeira
face de Deus, contra a mentira que coloca sobre os ombros do Senhor a
responsabilidade pela pobreza e pelas injustiças, que são frutos do pecado.
Deus nos criou como seres livres, e como tais, somos produtores da pobreza e da
injustiça.
Um
de seus livros é Teologia e economia: Repensando a teologia da
libertação e utopias. Passada a divisão ideológica do mundo entre
esquerda e direita, qual o legado da teologia da libertação, hoje?
Em primeiro lugar, o que acabou foi a
chamada Guerra Fria entre o bloco capitalista e o comunista. Mas as injustiças
e graves desigualdades sociais ainda continuam no mundo. Norberto Bobbio, um
importante teórico liberal, disse que ainda hoje faz sentido falar em direita e
esquerda. Para ele, ser da direita é crer que as diferenças sociais são
naturais e promovem progresso econômico – e, portanto, não devem ser
combatidas. Ser da esquerda é crer que, mesmo que diferenças sociais não possam
ser extintas, é preciso lutar para diminuí-las, pois causam grave injustiça
social. Eu concordo e me sinto, como ele, alguém da esquerda, isto é, luto para
diminuir desigualdades e injustiças sociais. Penso que a contribuição mais
importante da teologia da libertação – não só para a Igreja Católica, mas
também para muitos outros grupos religiosos, incluindo as correntes não-cristãs
que foram influenciadas por ela –, foi a de mostrar que Deus não é indiferente
aos sofrimentos dos pobres e dos injustiçados. A consequência social dessa
visão teológica é que o cristianismo ainda tem ou pode ter um papel social
importante no mundo.
O
que o senhor diria sobre a influência desse movimento sobre os evangélicos?
A teologia da libertação não nasceu
católica. Na verdade, entre os primeiros autores latinoamericanos a tratarem da
teologia nessa perspectiva estão presentes teólogos protestantes, como Richard
Shaull, Miguez Bonino e Rubem Alves. Podemos dizer que a teologia da libertação
nasceu ecumênica e influenciou diversos setores das igrejas protestantes
evangélicas e da Igreja Católica. Com passar do tempo, ela se tornou mais
católica, sem deixar de ter entre o seu meio teólogos protestantes. Mesmo
setores que não aderiram àquela teologia foram influenciados na medida em que
foram “pressionados” a debater sobre problemas sociais a partir da fé cristã.
A
opção preferencial pelos pobres, expressa pela Igreja Católica nos anos 1960,
nunca encontrou, ao menos formalmente, eco na Igreja Evangélica. Na sua
opinião, o que difere os dois grupos no trato da questão e por que os
evangélicos têm certo pudor de assumir essa causa como prioritária na sua
prática cristã?
Eu penso que setores evangélicos ainda
são muito marcados pela divisão entre a pregação da Palavra e a ação social.
Para muitos grupos, a prioridade das Escrituras ficou reduzida ao anúncio sem,
podemos dizer, uma ação concreta que desse consistência à afirmação de que
Jesus é o Senhor. A teologia da missão integral tentou superar essa dicotomia
fazendo uma equação simples – a Palavra de Deus mais a ação social. Enquanto
isso, a “opção pelos pobres” feita pelos adeptos da teologia da libertação
significa que a forma concreta de anunciar que Jesus é o Senhor em um mundo
marcado por tanta injustiça social é optar pelos pobres. Em outras palavras, os
senhores do mundo oprimem os pobres e os consideram como sub-humanos; por isso,
anunciar o senhorio de Jesus ou de Deus seria afirmar que pobres também são
seres amados pelo Senhor, com direito a uma vida digna.
Quais
são, em sua opinião, os pontos de afinidade e diálogo entre a teologia da
libertação e a teologia da missão integral?
O ponto de afinidade mais importante,
na minha opinião, é a convicção, expressa por ambas as teologias, de que Deus
não é indiferente às injustiças e aos sofrimentos dos pobres no mundo.
Portanto, se Deus não é indiferente, ser indiferente ou insensível aos sofrimentos
das pessoas pobres ou vulneráveis não é atitude compatível com o cristianismo.
Por isso, as duas teologias levam a sério o chamado de Jesus à conversão, a
sair do mundo do pecado, da injustiça e da mentira em direção ao Reino de Deus.
Outra afinidade importante se dá em torno da teologia da encarnação. Deus se
esvaziou do seu poder divino e se encarnou no meio da humanidade para que
também nós vivêssemos a nossa missão no meio do mundo, sem a pretensão de um
poder sobrenatural para resolver os problemas. Essa é a convicção de que não se
pode viver a fé cristã sem se encarnar no mundo, na luta contra as injustiças e
mentiras que matam! Em torno desses dois pontos teológicos em comum é possível
desenvolver diálogos importantes entre a teologia da libertação e a teologia da
missão integral.
A
teologia da missão integral, tão valorizada em segmentos protestantes
históricos e denominações tradicionais, sequer é mencionada no ambiente
neopentecostal, onde a ênfase é mais no assistencialismo de ocasião. Caso essa
escola de pensamento missional fosse majoritária na Igreja Evangélica como um
todo, haveria espaço para o neopentecostalismo e para sua ação nas classes mais
pobres?
As igrejas neopentecostais partem de
uma opção distinta em relação à teologia da missão integral. Enquanto que ela e
a teologia da libertação criticam o mundo atual pelas suas injustiças, os
principais expoentes do neopentecostalismo e da teologia da prosperidade não o
fazem. Na verdade, eles aceitam os valores e a hierarquia social do mundo e
propõem levar os cristãos ao topo dessa hierarquia. Por isso, as bênçãos são
identificadas com a riqueza, que é critério essencial do mundo; e pastores e
bispos se vangloriam da sua riqueza da posse de bens de luxo, como aviões
particulares. Mesmo que a missão integral fosse majoritária nos segmentos
históricos e tradicionais do protestantismo, o neopentecostalismo e teologia da
prosperidade teria seu espaço. Afinal, muitos querem subir a hierarquia social,
não necessariamente encontrar Deus que se manifestou em Jesus.
O
senhor concorda com a afirmação que diz que “a Igreja Católica optou pelos
pobres e estes optaram pelo neopentecostalismo”?
Eu penso que essa frase, tão repetida,
tem problemas. Primeiro, não se pode entender a força da teologia da libertação
sem a rede imensa das comunidades eclesiais de base, que teria chegado a mais
de 100 mil nas décadas de 1980-90 no Brasil. Muitos pobre optaram por elas, que
são uma forma específica de organização de comunidade no interior da Igreja
Católica. Mas, como há muitos pobres na América Latina, muitos optaram pelo
pentecostalismo. Porém, é preciso apontar que não há um só tipo de igrejas
pentecostais. Penso que muitas comunidades ou congregações pentecostais também
fizeram um grande trabalho em relação aos pobres, na linha de opção por eles,
mesmo quando não usavam essa terminologia.
Diante
do avanço numérico da Igreja Evangélica, fenômeno constante e crescente desde
os anos 1970, já se fala numa possível quebra da hegemonia católica ainda na
primeira metade deste século. O senhor concorda que isso deva acontecer?
É difícil fazer esse tipo de previsão,
pois a sociedade não funciona como uma máquina. Além disso, o crescimento
numérico das igrejas evangélicas e pentecostais já está em um ritmo menor do
que em anos anteriores. E isso é normal, na medida em que uma boa parcela da
população suscetível de mudar de crença já foi atingida pelas igrejas
evangélicas. Na minha opinião, se uma igreja, seja Católica ou evangélica, faz
do aumento do número de seus membros o seu principal objetivo, ela perdeu de
vista a missão principal do cristianismo. A missão das igrejas cristãs é
anunciar o Reino de Deus, que é amor solidário, perdão, misericórdia e justiça
para a humanidade, e não entrar em competição para ver qual é a maior. Como
disse Jesus, a igreja que quiser ser a maior tem que assumir a atitude do menor
e servir. Por isso, eu não me preocupo muito sobre o que a Igreja Católica deve
fazer para frear o avanço das igrejas evangélicas, mas sim, acerca de como ela
poderia servir mais e melhor a Deus no serviço ao povo que sofre.
Que
personalidades intelectuais evangélicas o senhor respeita por sua capacidade de
diálogo com a academia?
Eu respeito e admiro muitas pessoas do
mundo evangélico. Por isso, nomear alguns seria correr risco de esquecer
muitos. Mas, como não é possível viver, e nem dar entrevistas, sem correr
riscos, vou nomear alguns só para que os leitores tenham ideia do meu círculo
de relacionamento: René Padilla, teólogo da missão integral, e Néstor Miguez,
teólogo metodista argentino; e os pastores Ed René Kivitz (batista) e Ricardo
Gondim (pentecostal). Todos eles estão em minha biblioteca, assim como Milton
Schwantes, Julio de Santa Ana, Elsa Tamez, Junger Moltmann, Dietrich
Bonhoeffer, C.S. Lewis e muitos outros protestantes e evangélicos.
O
senhor apresenta-se como um leigo católico, mas tem excelente trânsito em
vários círculos evangélicos e ocupa cargos de direção acadêmica em uma
instituição de orientação protestante. Como é o seu diálogo com os variados
segmentos evangélicos, sobretudo aqueles mais ortodoxos, como os representados
por instituições como Instituto Mackenzie, Seminário Servos de Cristo e
Faculdade Teológica Batista?
Eu tenho bons relacionamentos com
diversos professores dessas instituições e, quando a correria de São Paulo nos
permite, mantemos bons diálogos. É importante ressaltar que diálogo só é
necessário quando pensamos diferente, e só se torna possível quando temos um
objetivo em comum. Eu lhes apresento as minhas ideias a partir de textos
bíblicos em uma atitude de respeito e diálogo.
No
seu entender, como está a formação teológica hoje, no Brasil?
É muito difícil falar de formação
teológica no Brasil porque há uma diversidade muito grande. Mas, penso que
enfrentamos um problema fundamental. Grosso modo, podemos dividir a formação
teológica em dois grandes grupos. Um deles é o dos seminários que fazem da
leitura mais literal da Bíblia o eixo central da sua formação, com muito pouca
abertura para diálogo com as ciências humanas e sociais contemporâneas; o
outro, com os seminários de linha mais liberal, com ênfase nos conceitos
teológicos e filosóficos, com uma preocupação forte na desmitificação dos
textos bíblicos. O problema é que seminários do primeiro tipo não conseguem
mais dar conta das perguntas e demandas dos setores do mundo evangélico que têm
acesso à formação universitária ou à cultura moderna. Por isso, cada vez mais
jovens e lideranças dessas igrejas procuram escolas teológicas com maior
consistência teórica. Porém, essas pessoas são movidas por experiências
religiosas e por linguagens simbólico-bíblicas que são criticadas pelo
pensamento teológico liberal. Assim, surge um conflito, uma dificuldade de
diálogo entre professores e alunos nesses seminários.
Por
que não há uma fusão das duas demandas, sobretudo visando à formação de
pastores mais capacitados?
Isso exigiria a criação ou fortalecimento
de modelos de seminários teológicos que valorizem a experiência religiosa e a
linguagem simbólica sem, contudo, perder a seriedade teórica. No fundo, exige
um novo modelo de fazer teologia e de educação teológica. Eu tratei mais
longamente desse desafio na segunda parte do livro Missão e educação teológica, que escrevi com Lauri Wirth e Néstor Miguez
[Editora Aste]. Na medida em que superarmos esse impasse, vamos encontrar uma
formação teológica que não crie dicotomia entre a formação de pastores ou de
teólogos. Os pastores precisam se formação teológica séria para realizar sua
missão hoje; e quem quer seguir a carreira de teólogo precisa também ter bom
conhecimento das práticas pastorais.
Se,
como o senhor disse recentemente, a salvação não pode ser exclusiva do
cristianismo, quais seriam os outros caminhos utilizados por Cristo para salvar
o homem?
Segundo o evangelho de São João, e
também nas suas cartas, Cristo nos ensina que Deus é amor e que quem ama o
próximo, como o bom samaritano, está em Deus – e Deus está nele. A Primeira
Carta de João nos ensina que ninguém jamais viu a Deus; mas, quando amamos uns
aos outros, o amor de Deus se faz presente ou se realiza em nós. É nisso que
creio. O Espírito do Cristo ressuscitado salva seres humanos no amor e por
amor. O cristianismo é importante porque ensina isso, e não porque é meio
exclusivo de salvação.
A
Bíblia, para os evangélicos, é a Palavra de Deus. No seu entender, há outras
formas de revelação divina comparáveis às Escrituras?
Segundo a Bíblia – por exemplo, na
epístola aos Hebreus, capítulo primeiro –, a Palavra de Deus é a pessoa de
Jesus. Deus nos fala através da pessoa de Jesus e não através da Bíblia, que é
um conjunto de livros. Essa é uma confusão que muitos fazem. Para termos acesso
a Cristo, para entendermos bem a vida e a pessoa de Jesus, que nos revela a
face de Deus, precisamos da Bíblia – que contém a memória dos que viveram a
experiência de serem tocados por Deus ou que conheceram a Jesus. Como a vida de
uma pessoa como Jesus é muito rica, a Igreja primitiva definiu um conjunto de
livros, que forma o Novo Testamento, como portadores da memória de sua vida e
de seus ensinamentos. Muitas cartas são explicações ou admoestações sobre como
as comunidades estavam vivendo a fé em Jesus. Em resumo, segundo a própria
Escritura Sagrada, a Bíblia nos leva a conhecer a pessoa de Jesus, que é a
Palavra de Deus encarnada entre nós. Em resumo, mesmo correndo risco de ser mal
interpretado, eu quero dizer que para cristianismo não há revelação comparável
à Escritura – por isso, somos cristãos–, mas a própria Escritura nos diz que o
Espírito de Deus sopra onde quer; assim, creio que Deus se revelou à humanidade
para além do cristianismo. Mas creio nisso a partir da Bíblia.
Em
seu livro Ilusão ou realidade? (Ática), o senhor fala da
oração como um momento de discernimento, entre outras coisas, acerca do melhor
caminho para a concretização de atos de amor que anulam nossa ideia de
impotência diante dos clamores do mundo. No seu entendimento, o que mais a oração
pode representar para o cristão?
A oração é, acima de tudo, uma atitude
de se colocar diante de Deus de forma humilde – pois só o fato de sabermos que
nos colocamos diante de Deus deve nos levar a uma postura de humildade. É o
momento em que buscamos a vontade de Deus, e não o nosso desejo egoísta ou as
vontades colocadas em nós pelo mundo e por sua mídia. Na medida em que
discernimos a vontade de Deus, pedimos força espiritual para seguirmos nesse
caminho, pois sem essa força que vem de Deus não seremos capazes de resistir às
tentações que o mundo nos oferece, com suas vaidades de sucesso e egoísmo.
Oração é, também, momento de pedirmos perdão, confiando na misericórdia
infinita de Deus. Há momentos em que essa oração precisa ser feita na solidão
diante de Deus; em outras situações, é importante que seja feita de forma
comunitária.
O
senhor mentoreou o pastor Ricardo Gondim em sua dissertação de mestrado A
Teologia da missão integral: Aproximações e impedimentos entre evangélicos e
evangelicais , aprovada em 2009. Ultimamente, Gondim tem sido
considerado extremamente heterodoxo em algumas de suas falas acerca da fé
cristã – sobretudo, quando aborda o teísmo aberto e a doutrina da salvação. No
seu entender, até que ponto as suas posturas influenciam Gondim e qual o
resultado disso sobre o ministério dele?
Em primeiro lugar, quando Ricardo
Gondim veio fazer mestrado sob minha orientação, ele já tinha essas ideias.
Portanto, não penso que eu fui o influenciador dessa postura teológica dele. Em
segundo, é preciso perguntar quem considera a teologia dele herética. Essas
pessoas têm suas teologias e suas vidas cristãs acima da suspeita e, por isso,
detêm tal autoridade? Eu li vários textos de Ricardo Gondim e não acho que
sejam heréticos. Não concordo com tudo, mas isso não significa que sejam
heréticas. Ele tem insistido muito em que a salvação é graça, fruto da
misericórdia de Deus. Não há nada mais protestante do que isso! Na verdade,
penso que o que mais incomoda nas pessoas é a afirmação, que não é original dele,
de que Deus não tem controle sobre a história. Ora, mas isso é bíblico!
Como
assim?
Se Deus tivesse controle sobre tudo o
que acontece, tudo o que acontece seria da vontade dele. Mas, na Bíblia,
encontramos inúmeros chamados de Deus à conversão e ao arrependimento, o que
mostra que ele não estava de acordo com o que acontecia no povo de Israel. O
chamado à conversão e a própria missão das igrejas só têm sentido se a história
humana é feita de liberdade. Só há conversão, se há liberdade. E se há liberdade,
não há predeterminação divina. Muitas pessoas preferem a falsa segurança que a
teologia do controle absoluto de Deus parece dar do que a verdadeira mensagem
da Bíblia: o chamado à conversão e a vida na fé. Por isso, pastores como
Ricardo Gondim e outros dessa linha são objetos de crítica. Mas, não há como
seguir o caminho de Cristo sem também compartilhar da cruz dele.
Mas
a ideia de que Deus por ser “pego de surpresa” – como, por exemplo, o teísmo
aberto chega a sugerir diante de grandes catástrofes como o tsunami de 2004 –
não diminui sua qualidade de Senhor sobre tudo e todos? A soberania divina não
ficaria sublimada na teologia relacional?
Há duas formas de entender a noção de
soberania de Deus. A mais comum é usar o mesmo sentido daquele dado ao poder de
imperadores e reis. Um soberano tinha poder de vida e morte sobre os súditos,
seu povo, porque estava acima da lei – ou seja, sua vontade era a lei. Assim
era, por exemplo, no Império Romano e na Idade Média europeia. A afirmação da
soberania de Deus não significa atribuir a ele essas mesmas características do
imperador, o que seria terrível! Dizer que Deus é soberano é afirmar que
imperadores, reis ou governantes de todo tipo não têm ou não deveriam ter esse
poder de vida e morte, pois tal prerrogativa só cabe a Deus. É relativização do
poder do imperador. Em segundo lugar, Deus é um soberano, diferente dos reis
que tudo controlam e tudo dominam (que vem da palavra dominus, senhor). A soberania de Deus é caracterizada por
amor e liberdade: é esse o ensinamento de Cristo. Bem, Deus poderia ter sabido
do tsunami antes do acontecimento? Não gosto desse tipo de especulação, pois só
nos leva a uma vaidade intelectual de querer saber sobre a mente do Senhor. O
que posso dizer é que a história humana é feita de liberdade e nós somos
chamados por Deus a viver o amor solidário e livre neste mundo marcado por
injustiças e sofrimentos, mas, também, por alegrias e esperanças.
Então,
como o que o senhor chama de Deus “padrasto-sádico” em seu livro Deus –
Ilusão ou realidade (Ática) mais se manifesta?
Precisamos nos recordar que, quando
Deus se revelou a Abraão, a Moisés ou aos profetas, os povos já tinham
religiões e acreditavam em deuses. A revelação bíblica não é para ensinar que
Deus existe, mas para ensinar a discernir a verdadeira imagem de Deus das
falsas. O “deus padrasto-sádico” é muito comum nas religiões, e também nas
igrejas cristãs. Confundimos Deus com dominadores, com ditadores sádicos que se
apresentam como pais da pátria. O estudo da Bíblia e da teologia é importante
exatamente para ajudar as comunidades cristãs e o povo em geral não cair nessas
mentiras, ou na “idolatria”, como diz a Bíblia. Deuses que exigem sofrimento e
sacrifícios para a salvação ou que justificam injustiças em nome de “mistério
da salvação” são, segundo a Bíblia, deuses falsos, isto é, ídolos. Como ensinou
Jesus, Deus quer misericórdia, e não sacrifícios.
Em
que medida uma teologia considerada herética pode contribuir para o
amadurecimento da fé de um cristão?
Nós só pensamos seriamente na nossa fé
e amadurecemos a compreensão e a vivência dessa fé na medida em que somos
enfrentados por formas diferentes de pensá-la e de vivê-la. Por isso, teologias
consideradas heréticas têm o papel importante de nos fazer pensar. Além disso,
é preciso perguntar: quem considera essas teologias heréticas? Quem tem esse
poder, ou qual é a instância do magistério para definir heresia no mundo
evangélico? Na Igreja Católica, esse poder está no Vaticano ou nos Concílio dos
Bispos; mas, nas igrejas evangélicas, parece-me que não há essa instância. Por
isso, é preciso perguntar, antes de mais nada: quem disse que tal teologia é
herética? Não podemos nos esquecer que Jesus foi considerado blasfemo e
herético pelos sacerdotes e teólogos da sua religião.
Teólogo e pensador católico, Jung Mo Sung defende
uma pregação do Evangelho que contemple a integralidade do ser humano.
Fonte: REVISTA
CRISTIANISMO HOJE: http://www.cristianismohoje.com.br/materia.php?k=888
ENTREVISTA EXCLUSIVA COM JOHN PIPER
O autor e teólogo vislumbra a falência do teísmo aberto e destaca a importância da pregação sobre o sacrifício de Cristo.
Por Mauricio Zágari
Adepto de uma teologia ortodoxa, defensor de posições que levam muitos a acusá-lo de fundamentalista e dono de um discurso bastante incisivo, John Stephen Piper é uma figura que se destaca numa época da história do cristianismo em que se tornou charmoso seguir o discurso heterodoxo da Igreja emergente, ostentar a crença no liberalismo teológico, manter um discurso baseado num amor divino água-com-açúcar ou mergulhar de cabeça na teologia da prosperidade. Esse posicionamento levou o pastor da Igreja Batista Bethlehem, em Minneapolis (EUA), a se tornar uma referência para os mais conservadores – e, simultaneamente, uma figura rejeitada pelos mais liberais, que o acusam de “não pregar o Evangelho do amor”.
Piper tem uma história de vida cheia de marcos dolorosos. Filho de um evangelista ausente, que viajava por todo o país plantando igrejas. Perdeu a mãe numa batida de ônibus. E, aos 60 anos, no dia de seu aniversário, recebeu a notícia de que estava com câncer de próstata – do qual se recuperou após uma cirurgia. Com 65 anos de idade, é casado com Noël Piper desde 1968, com quem tem quatro filhos, uma filha e um grupo grande de netos. Formado em Teologia pelo Wheaton College em 1968, tornou-se mestre em divindade pelo Fuller Theological Seminary três anos depois. O doutorado veio em 1974, em Estudos do Novo Testamento, na Universidade de Munique, na Alemanha. Seu ministério pastoral começou em 1980, após o que Piper define como “um chamado irresistível de Deus para pregar”. Por fim, ganhou notoriedade nacional e internacional após a publicação de seu livro Desiring God, originalmente chamado no Brasil de Teologia da alegria e posteriormente rebatizado de Em busca de Deus (Shedd Publicações).
Em 1994, Piper criou o ministério Desiring God, que, nas suas palavras, foi idealizado para “disseminar a paixão pela supremacia de Deus em todas as coisas para a alegria de todos os povos em Jesus Cristo”. A quem segue essa filosofia, Piper cunhou o termo “hedonista cristão”. Amado ou criticado, o conferencista, poeta e escritor de 37 livros tem sido uma voz que vem ecoando nos quatro cantos do chamado universo evangélico.
John Piper concedeu esta entrevista exclusiva a CRISTIANISMO HOJE, onde fala sobre assuntos que têm movimentado os debates teológicos e pastorais dos nossos dias. Temas com teísmo aberto, heterodoxia da fé e os efeitos da modernidade sobre o cristianismo, entre outros. E preferiu não responder a outras questões, como sua reação polêmica ao suposto universalismo do pastor emergente Rob Bell, considerada por muitos como falta de amor cristão.
CRISTIANISMO HOJE – Depois da tragédia no Japão, em março, o senhor declarou que toda calamidade é um chamado de Deus para que os que permaneceram vivos venham a se arrepender. Essa declaração entra em choque direto com o chamado teísmo aberto, que estabelece uma suposta incapacidade de Deus de interferir nessas situações. Qual é exatamente a sua visão sobre essa corrente teológica?
JOHN PIPER – A menos que eu esteja desinformado, o teísmo aberto não teve muita repercussão nos Estados Unidos. Não vejo essa teologia ganhando terreno. As pessoas mais informadas biblicamente enxergam a negação da preciência de Deus como um conceito espiritualmente e intelectualmente repugnante. Elas sabem intuitivamente que Deus não é Senhor se não pode saber tudo o que virá a acontecer no futuro. O caso exegético que Greg Boyd, Clark Pinnock [principais expoentes dessa corrente teológica nos EUA] e outros tentaram estabelecer não convenceu os leitores mais cuidadosos da Bíblia.
E quanto às implicações pastorais do teísmo aberto?
Essas implicações não são percebidas pela maioria dos cristãos como algo reconfortante – a saber, o fato de que o mal que você vivencia pode ter surpreendido Deus da mesma forma que surpreendeu você. A maior parte dos crentes em Jesus entende que existe uma esperança bíblica muito maior de conseguirmos alcançar paz ao vivenciarmos o problema do mal por meio da sábia soberania de Deus – a posição reformada – ou da concessão do Senhor à autodeterminação humana (posição arminiana). Nenhuma dessas duas visões nega a presciência de Deus do jeito que o teísmo aberto faz.
Presenciei debates entre integrantes da chamada Igreja emergente, em que proponentes da versão brasileira do teísmo aberto – a chamada teologia relacional – foram bem ofensivos ao senhor. Cheguei a ouvir um pastor bastante influente entre jovens chamar o senhor publicamente de “fundamentalista enrustido de neocalvinista”. Como o senhor lida com esse tipo de reação?
Lido com esse tipo de crítica principalmente ao preparar e disponibilizar sermões, livros e artigos sólidos que são baseados o mais explicitamente na Bíblia que sou capaz de fazer. Rótulos desse tipo vão pegar ou não, em longo prazo, em função do que nós dizemos e fazemos e nunca pelo modo como respondemos aos nossos críticos. A pergunta é: ao longo de 30 anos de vida pastoral, de testemunho público e de uma produção literária sólida, a maioria dos cristãos espiritualmente saudáveis é auxiliada ou é ferida pelo que eu faço e digo? Conhecemos a árvore pelos frutos. Eu quero ser bíblico; então, ser “enrustido”, “fundamentalista” ou “calvinista” é bastante secundário. Desejo que, no todo, meu ministério seja definido pelas Escrituras. O Corpo de Cristo fará esse julgamento no curto prazo – e Jesus fará no fim.
O senhor já se manifestou criticamente em relação ao fato de o homem fazer planos – deixando claro que, em sua opinião, Deus não deseja que confiemos em nossos próprios meios. Como fechar a conta de maneira equilibrada, uma vez que a própria Escritura recomenda o planejamento das atividades humanas?
Respondo isso com a Bíblia. “Prepara-se o cavalo para o dia da batalha, mas o Senhor é que dá a vitória” (Provérbios 21.31). “Em seu coração o homem planeja o seu caminho, mas o Senhor determina os seus passos” (Provérbios 16.9). Deus nos deu vontade e raciocínio. Ele deseja que nós os usemos para discernir sua vontade e realizá-la, conforme Romanos 12.2. E Deus é absolutamente soberano sobre os mais ínfimos aspectos de nossas vidas. “A sorte é lançada no colo, mas a decisão vem do Senhor”, diz o autor de Provérbios. Assim, Deus deseja que nós decidamos na dependência de sua graça capacitadora, que planejemos na dependência de sua maravilhosa graça e que ajamos na dependência de sua maravilhosa graça.
Qual seria a razão para isso?
A razão para isso é tamanha que, quando decidimos, planejamos e agimos, Deus recebe a glória por todas as coisas boas que advirão: “Se alguém serve, faça-o com a força que Deus provê, de forma que em todas as coisas Deus seja glorificado mediante Jesus Cristo, a quem sejam a glória e o poder para todo o sempre (I Pedro 4.11).
E de que modo saber que Deus é soberano em todas as nossas ações deve influenciar nossas ações cotidianas?
Essa certeza deveria tornar-nos humildes, ousados e prontos para arriscar tudo pela glória do Senhor.
Recentemente o senhor tirou um período sabático de oito meses. Qual foi o seu propósito ao se retirar da igreja por um período tão extenso?
Uma situação de estresse e a avaliação de questões espirituais em três áreas de minha vida me conduziram ao ponto de solicitar esse período de afastamento. Eu queria fazer uma análise em aspectos relacionados à minha alma, à minha família e ao meu ministério. E, quando me refiro a essa análise, estou me referindo a um esforço dedicado a discernir as motivações do meu coração, os padrões adotados em minha vida familiar e o ritmo de meu ministério. Às vezes, a melhor maneira de discernir a natureza de suas motivações é parar de fazer o que você está motivado a fazer. E, às vezes, os motivos de estresse podem ser de tal natureza que a melhor maneira de ver se eles são recompensadores – e podem ser – é removê-los. Fico feliz por ter me afastado esses meses.
E quais foram os resultados que esse período sabático lhe proporcionou?
Vou mencionar apenas um resultado: ao participar dos momentos de louvor em uma igreja irmã, confirmei para minha própria alma que amo Jesus em adoração e não apenas me realizo ao ajudar outras pessoas a amá-lo. Além disso, amei ouvir pregações bíblicas, mesmo quando não era eu o pregador. E também amei cantar junto com o povo de Deus, mesmo quando aquelas pessoas não faziam parte do rebanho que eu discípulo na igreja que pastoreio.
Muitos pastores hoje em dia dividem o púlpito das igrejas que lideram com uma série de outras atividades eclesiásticas, além de atuar como escritores e palestrantes – o que é o seu caso. Essa diversidade não prejudica o chamado intrínseco ao pastorado?
Um ministério mais amplo fora da igreja local pode impedir o pastoreio do rebanho. Afinal, se estou palestrando em uma conferência ou me dedicando a escrever um livro, não estou junto às minhas ovelhas nesses momentos. Logo, minha presença pessoal no pastoreio pessoal é menos freqüente. É então que surge a pergunta: será que um pastoreio que segue esse modelo deve ser impedido? Não, desde que você tenha parceiros no ministério – vocacionados ou não-vocacionados – que o auxiliam na condução desse trabalho.
Há possibilidade de a Igreja contemporânea resgatar a ortodoxia bíblica? Em sua opinião, quando o pêndulo vai se inclinar na direção da fé impoluta?
Todas as coisas são possíveis para Deus. Nenhum cronograma escatológico bíblico exige que as coisas se tornem piores no período da História do mundo em que estamos vivendo. Historicamente, Deus provocou reviravoltas espirituais, teológicas e sociais em alguns dos piores momentos da caminhada da humanidade. Não tenho nenhuma percepção clara nem discernimento da parte do Senhor para os nossos dias, tanto no que tange a um possível despertamento, a uma depuração ou a uma reforma de sua Igreja. Minha tarefa não é saber o que ele vai fazer, mas trabalhar e orar para o que ele pode fazer por meio da fidelidade de seus servos.
No Brasil, a teologia da prosperidade impregnou os setores da Igreja que estão com mais visibilidade na mídia, importada de ensinamentos de Kenneth Hagin e outros. Isso gerou uma enorme reação negativa da sociedade à Igreja e desvirtuou profundamente a mensagem do Evangelho. De que modo os setores mais ortodoxos da Igreja devem reagir a isso?
Parece-me que uma das testemunhas mais claras contra o “evangelho” herético da prosperidade é uma Igreja humilde, pronta a se sacrificar e a sofrer pela causa do verdadeiro Evangelho. E, com essa finalidade, nós precisamos de uma teologia bíblica robusta que fale de sofrimento e da soberania de Deus. Então, creio que os pastores deveriam abordar em suas pregações o tema do sofrimento.
De que modo?
Através de uma abordagem saudável da verdade de que Deus é mais glorificado em nós quando nos contentamos nele. E a grandeza de seu valor brilha mais reluzentemente quando esse contentamento é sustentado por meio do sofrimento e não da prosperidade. Isso redunda em que a glória de Cristo é nosso maior tesouro – e não riqueza, saúde, família ou mesmo a nossa própria vida. Logo, a pregação deve continuamente mostrar não que Jesus é o caminho para a propridade, mas que ele é melhor que prosperidade.
Outro movimento teológico que cresce no Brasil é o dos chamados "cristãos cansados da igreja": pessoas que foram feridas por pastores, membros, hierarquias, liturgias e instituições e que, por isso, defendem o exercício da fé cristã fora das estruturas eclesiásticas tradicionais. Como devemos responder a esse fenômeno, como indivíduos e como comunidade de fé?
É impossível seguir o Senhor Jesus sem amar o seu povo. A apóstolo João disse que sabemos que já passamos da morte para a vida porque amamos nossos irmãos – e que quem não ama, permanece na morte (I João 3.14). O olho não pode dizer para a mão que não precisa dela. Assim, mesmo que uma pessoa abandone uma igreja institucional, o espírito de adoção vai conduzi-la a outros crentes em Jesus. E, mais cedo ou mais tarde, essa comunhão vai desenvolver algo como “estruturas eclesiásticas” institucionais. A Bíblia regulamenta a igreja por meio de presbíteros e diáconos, conforme I Timóteo 3. Algo parecido com isso vai surgir, a menos que a referida comunhão se retire da Palavra de Deus e do amor.
E qual é a atitude cristã correta em relação a esses que se afastaram?
Deveríamos nos arrepender em amor dos pecados que eventualmente tenham afastado essas pessoas e estabelecer reformas que removam todos os tropeços antibíblicos. E, então, deveríamos, com toda humildade, tentar trazê-los de volta.
O tráfego de informações e influências por meio da internet tem feito as paredes denominacionais, doutrinárias e teológicas caírem de modo inédito na história do cristianismo. Isso ocorre pela ação de blogs, redes sociais, sites de transmissão de vídeos e similares, essencialmente. O senhor consegue enxergar, em médio e longo prazos, que efeitos esse fenômeno trará para a Igreja, em especial no processo de formação de conceitos na mente de cada cristão?
Não, não consigo. É muito cedo para dizer que efeitos advirão disso tudo. É fácil se tornar um profeta do apocalipse e predizer os efeitos que a informação e o entretenimento desenfreados terão sobre nós. Certo é que atualmente andamos mais distraídos. Dedicamo-nos muito mais a buscar frivolidades na internet. Também estamos mais facilmente em contato com material que pode nos corromper, como pornografia ou imbecilidades que anestesiam a nossa alma. Porém, nada disso é irreversível. E as possibilidades de colocar à disposição materiais positivos para uma quantidade cada vez maior de pessoas devem superar os problemas. É por isso que devemos orar – e é nesse sentido que devemos trabalhar.
Fonte: "REVISTA CRISTIANISMO HOJE"
1ª IGREJA BATISTA EM ITAPARICA
Missionários Jorge Dantas Lima e Magali Nascimento Ramos Lima
Esta trabalho foi fundado em 15 de maio de 2004, passaram por aqui alguns servos e servas de DEUS, mais 18 de outubro de 2008 o SENHOR trouxe para este trabalho o casal piedoso e com sangue missionário em suas veias.Missionários antes que tudo é um privilégio realizar essa entrevista com os amados e ao mesmo tempo, deixo claro que o mesmo só engrandece ao nosso blog e a Obra do SENHOR!MEVPara começar, sabemos que chagaram aqui em outubro para sermos mais exatos no dia 18 daquele mês de 2008, e ao chegarem aqui o que encontraram?Jorge e MagalíEncontramos muitas dificuldades, na verdade esperávamos uma coisa e vimos outra. Mais entre elas havia choque de doutrinas, pessoas sem discipulados, trabalhos por fazer, relatórios entre outros. “Salvo que isso não responsabilizamos a missionária anterior, pois acreditamos que ela tinha as mesma dificuldades.MEVQuantos membros comungantes havia quando chegaram?Jorge e MagalíApenas 6MEVE hoje?Jorge e MagalíBem hoje já estamos com 15 e uma média de novos convertidos de quatro, e recém chegados também de quatro.MEVComo hoje vocês ver a congregação hoje em relação a quando chegaram aqui?Jorge e MagalíNós vemos como um milagre de DEUS, e claro com a convicção de que Ele é quem faz todas as coisas, e nos presenteia com muitas alegrias aqui vividas. Somos apenas instrumentos nas mãos de um DEUS maravilhoso.MEVVocês tem algumas parceria, ou parcerias? Quais?Jorge e MagalíHoje contamos com a CEVAN que é um órgão da Convenção Batista de Pernambuco. Temos ainda um piedoso e amado irmão o Diácono Andrade da 1ª Ig. .Batista em Socorro- Jaboatão dos Guararapes – PE; e a Diaconisa Jucileide Cadeite.MEVExistem alguém a quem vocês gostaria de mencionar como pessoas que ajudam nesta obra?Jorge e MagalíAmado Irmão Rev. Antonio Lisboa da Ig. Presbiteriana de Itaparica, e não podíamos deixar de mencionar seu nome missionário Márcio, que é uma pessoas que sempre esteve junto de nós, e mesmo hoje não morando aqui contamos com suas orações, louvamos a DEUS por isso, e sei que já se sente de casa. Aleluia! "Claro, com todos os que com os congregam, não citaremos nomes para não corremos o risco de esquecer alguém e cometer uma injustiça, mais todos, todos mesmos são uma benção para essa Igreja assim como para nós."MEVQuais os trabalhos realizados pela Igreja que gostaria de destacar?Jorge e MagalíOs estudos bíblicos; citamos os Sítios: Bananeiras; Mari, não podíamos deixar de fora os trabalhos constantes com as crianças não só da Zona Rural como os daqui, principalmente os do alojamento Nível II.Gostaríamos apenas lembrar que estaremos retornando agora em Novembro os trabalhos no Sítio Fazenda grande aqui em Jatobá.Além disso temos os cultos nos lares nas terças-feiras, claro quando estes são solicitados. Citamos uma Constância destes cultos na casa da amada irmã Maricelia (Nova convertida)MEVSabemos que vocês receberam alguns convites, inclusive para sua cidade natal, e claro isso seria bem mais conveniente, Tanto para o trabalho da Missionária Magalí, como ficar pertos dos filhos , familiares etc. O porque ficar em Itaparica?Jorge e MagalíEm primeiro lugar nós não procuramos a nossa vontade, e sim a de DEUS em nossas vidas, o dinheiro e as comodidades, claro são de muito peso. Porém nossas vidas é de intensa oração o Espírito de DEUS sempre nos dá direcionamento, e vivermos na sua dependência.Vimos aqui muitos amados necessitando de uma boa e Sã doutrina, e o Santo Espírito de DEUS nos tem capacitado para isso; com isso criou-se um vinculo, hoje somos uma família, e ver o crescimento espiritual deles que achamos bem mais importante que a quantidade. Assim entendemos o querer de CRISTO em ficar por aqui, Mas, com a certeza que somos apenas instrumentos nas mãos de DEUS.MEVCom uma frase: “O que é Missões?”Jorge e MagalíAmor... Sem amor não se constrói nada, muito menos missões, não existe humildade sem o amor, sem humildade não se faz missões. “Resumimos tudo isso assim: “Missões está alem da compreensão humana”MEVPara encerrarmos gostaríamos que deixassem os versículos prediletos dos amados!Jorge e MagalíJorge: “Mateus 28. 19” O Ide de Cristo, uma ordenança de CRISTRO que deve estar sempre dentro de nossas vidas.Magalí: “Isaias 45. 2. 3” Deus estar sempre indo a nossa frente e nos cuidando e dando discernimento.“Aceitarmos um ministério e termos a convicção que realmente foi para isso que o Senhor JESUS nos chamou para sermos missionários.Miss. Jorge Dantas Lima e Magali Nascimento Ramos LimaMEVNós agradecemos por tudo, pelo carinho que sempre recebemos quando chagamos aqui, e pela entrevista, cremos com toda convicção e oramos por esse trabalho de tamanha importância, talvez aos olhos humanos seja apenas mais uma pequena igreja; porém para DEUS é sua imensurável Igreja viva e cuidada por um casal piedoso e que respira missões. Que assim o SENHOR continue vos abençoando e que vocês continue sendo essa bênção para DEUS e suas ovelhas as quais Ele colocou em suas mãos para guiá-las a eternidade.Minhas mais sinceras e fraternas saudações em CRISTRO JESUS.Com amor maior Miss Márcio Brito.
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PRISCILA CHAVES DA SILVA
Missionária da 1ª Igreja Presbiteriana de Itabuna – BA
Formada pelo Instituto Bíblico do Norte – IBN – Garanhuns – PE no curso de CPI turma 2007- 2009.
Casada com também Missionário Paulo.
Já trabalhou nos campos de:
* I. P. do Planalto – Congregação de Serra Grande (Garanhuns-PE)
* I. P. Filadélfia
* Luz do Mundo (1ª I. P. Itabuna – BA) (Período de 2007 -2009)
* Congregação de Buerarema – BA (1ª I. P. de Itabuna – BA) Onde atualmente estar frente da deste de Janeiro de 2010.
contatos: chaves_pri@hotmail.com - Fone: (73) 9113-1174
Missionária, Priscila em primeiro lugar queremos te agradecer a tua inteira disponibilidade em nos receber e nos conceder está preciosa entrevista. Que ela sirva para o engrandecimento do Reino do Senhor JESUS.
MEV
Você encontra-se solteira, na verdade noiva e quem é felizardo e quando será o casamento?
PC
Sou noiva com o missionário Paulo que este ano se forma no mesmo Instituto Bíblico que me formei, e se assim o SENHOR JESUS permitir nos casaremos em Dezembro deste ano de 2010.
MEV
Vocês pretendem continuar este trabalho aqui em Buerarema?
PC
Não estaremos indo para o Maranhão terra de meu amado e futuro esposo, estaremos lá a disposição de nosso bondoso Jesus.
MEV
Eleita do Senhor, quando você despertou para missões.
PC
Tudo começou nos meus 15 anos de idade em um encontro da UPA de nossa Igreja, isso no ano de 1995.
MEV
Hoje você trabalha com a plantação deste Campo aqui em Buerarema, quais as maiores dificuldade encontradas?
PC
A religiosidade, a falta de visão por parte de lideres local, “não me refiro a minha igreja” e sim no contexto geral.
MEV
Hoje o que te dá mais alegria e a que mais de deixa triste; refiro-me ao campo atual?
PC
A alegria é quando vejo alguém começar a conhecer a CRISTO, porém me deixa imensamente triste quando vejo a falta de interesse pela palavra e outros que se dedicam a determinadas seitas!
MEV
Como noiva de missionário de futura esposa, qual sua expectativa em relação ao próximo trabalho?
PC
Além de me realizar como esposa da pessoa que amo, sermos bem sucedidos e abraçados por DEUS!
MEV
Como missionária solteira já sofreu descriminação?
PC
Sim, e muitas vezes meu misericordioso SENHOR JESUS não só me deu vitórias como mostrou que quando estamos dispostos a fazer fielmente sua obra Ele nos honra.
MEV
Dentro de missões poderia dizer alguns de seus trabalhos desempenhados?
PC
Foram poucos, porém muito gratificantes:
- Ig. Presbiteriana do Planalto – Garanhuns – PE – Cong. Presbiteriana de Serra Grande – Continuidade no trabalho que já vinha de algum tempo, fiz discipulados, trabalhos com crianças e senhoras.
- Na Ig. De Itabuna BA – Fiz parte do ministério de louvor e trabalhei com crianças e ministério com surdos. “Além da Cong. Luz do Mundo e a plantação do trabalho em Buerarema - BA.”
- Ig. Presbiteriana Filadélfia – Garanhuns – PE – Trabalho com crianças.
MEV
Sei que todos trabalhos feitos por você foram prazerosos, e sei o quanto vai Sr difícil essa pergunta. Qual dentre eles o que mais te impactou?
PC
Realmente todos foram muito prazerosos e marcantes, sinto falta de cada membro, amigo, líder, casais que visitei e lugares onde estive. Porém Buerarema foi uma lugar onde comecei tudo do nada e isso marca qualquer missionário, as bênçãos que recebemos são iguais, mais a atual sempre é mais marcante. Sinto-me amada por essa gente!
MEV
Para você qual o maior desafio dentro de missões?
PC
Começar do zero, isso é fantástico!
MEV
Em uma frase poderia definir missões?
PC
“Missões é o maior investimento que um ser humano pode fazer para DEUS além de mostrar quem é CRISTO e o que Ele fez para salvar o pecador”
MEV
Todos nós temos um versículo preferido, claro não existe um que não seja bem vindo; mas, que o seu?
PC
“Atos 20. 24 “mas em nada tenho a minha vida como preciosa para mim, contando que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.”
“Agradecemos por esta oportunidade que DEUS continue abraçando e usando este blog e que ele a cada dia sirva para difusão do Reino de DEUS. Com carinho.
Missionários Paulo Silvano e Priscila Chaves
O Blog "MISSÕES UM ESTILO DE VIDA" Apenas se engrandece com a presença de pessoas como você, que tanto se esmera em fazer o IDE de JESUS, com carinho maior Miss. Márcio Brito & Iale Brito. Deixamos esse presente de DEUS para você e seu futuro e amado esposo Paulo: (Fm. 7)